22 - YOSANO-SENSEI

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Eles foram dormir e no dia seguinte, após se beijarem, Dazai preparou a mesma sopa para seu ruivinho, que tinha piorado durante a noite.
-Meu docinho, você tem fome ainda?
-Não, obrigado, amor.
-Tá. Está se sentindo bem?
-Sjm, estou ótimo--
Chuuya, que se levantara, caíra desmaiado no chão.
-Chuuya!
Dazai se levantou e pegou Chuuya no seu colo, o levando para o carro.
-Não passa de agora, a gente vai no médico.
Dazai deitou Nakahara nos bancos de trás com cuidado e se sentou na frente, arrancando em direção à Agência de Detetives Armados. Era lá que trabalhava Akiko.

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Me desculpe, Dazai, mas por ele e você serem da máfia eu não tenho autorização para usar minha habilidade nele. Mesmo assim vou me esforçar para cuidar dele.
Yosano falava enquanto examinava Chuuya deitado na maca de seu consultório, e Dazai estava sentado ao seu lado apenas ouvindo o que ela dizia enquanto fazia cafuné no ruivo adormecido.
-Consegue cuidar dele logo? Ele tem vomitado e desmaiado muitas vezes e está sempre com frio mas a suar imenso. Tem 39.5° de febre. O que ele tem? - Osamu perguntava preocupado.
-Calma. Depois do que aconteceu, é normal o enjoo, o desmaio e a febre, e ele vai ficar bem, tabom?
-Okay.
Yosano pediu para que Osamu saísse e começou a tratar de Chuuya. Dazai esperava sentado do lado de fora, bastante nervoso. Nem nas suas tentativas de suicídio ele se sentira assim. Que sentimento estranho.
Após meia hora o moreno foi chamado para ver seu namorado, que já tinha sido inserido em um quarto de hospital. Ele já havia acordado, e agora estava estável.
-Meu docinho! Como está?
-Melhor, obrigado amor. Vem cá.
Chuuya o chamou estendendo os braços,  e Dazai se aproximou para poder ser abraçado pelo ruivo.
-Desde quando você fala francês?
-Não sei, talvez eu tenha aprendido por meu namorado...você conhece ele?
-Como sabia que eu sou francês?
-A máfia tem seu registo. Eu não invadi o escritório do chefe nem nada...
-Meu Deus, meu namorado é um fora da lei...te amo.
Chuuya falou com um sorriso largo e bobo no rosto enquanto abraçava o moreno com cada vez mais força.
-Também te amo, meu docinho.
-Sério, é muito estranho e legal ao mesmo tempo ter você me chamando de meu docinho...
-Quer que eu continue?
-Sim.
-Meu docinho.
Chuuya riu e beijou o rosto de Osamu.
Osamu envolveu Chuuya em seus braços e colocou seu rosto no pescoço do mesmo, o cheirando e o beijando.
-Olha só isso, cada vez mais marcas. Que bonitinho!
-Daqui a pouco já só se vai ver manchas no meu pescoço e não vai haver mais pele livre...
-Aí eu vou ficar entretido enchendo o resto do seu corpo com manchas dessas. Não é uma boa ideia, mon amour?
-Porque é que eu fui falar...
Dazai se levantou e beijou a testa do ruivo antes de ir falar com Akiko. Ele sabia que Chuuya adorava isso.
Falaram em sussurros e Dazai logo voltou para perto do ruivo.
-Parece que vai ter de ficar aqui sentadinho mais uns dias...você vai voltar pra casa na quarta.
-Tanto tempo? Mas hoje é domingo!
-É, eu sei...ao menos você vai ficar bom logo.
-Sim...
Dazai e Chuuya sentiram exatamente a mesma coisa. Depois de tanto tempo juntos, quase 7 meses, vai ser estranho ficar sozinho por uns dias. Vão se sentir...solitários. Esta terrível sensação era a saudade.
Dazai sentiu o dedo de Yosano a cutucar o seu ombro: era hora de ir embora.
Dazai beijou Chuuya em despedida.
-Venho cá todas as tardes, combinado, meu docinho? Se eu não vier, é porque algo aconteceu.
-Sim. Te amo.
-Também te amo. Até amanhã, meu docinho.
-Até.
Osamu se levantou e caminhou lentamente até à saída da clínica, em direção a casa.

Dazai chegou a casa e reparou no silêncio que não era de todo um costume. Tornava-se até desconfortável estar ali sem Chuuya. Dazai sentia-se estranho. Algo estava para vir. Algo nada bom.
Os passos de Osamu ranjiam no chão frio de madeira da casa vazia. Ele não gostava de estar sozinho. Ainda mais sem o seu namorado por perto. Dazai nem sabia como tinha vivido até agora antes de conhecer Chuuya. Realmente, só agora Dazai percebera o quão importante o ruivo tinha se tornado na sua vida.
-Apanhado.
Alguém coloca um saco na cabeça de Osamu. Ele já tinha percebido. Mori Ōgai. Eis o nome do homem por trás disto tudo. Paul Verlaine tinha sido apenas um teste. Um desafio. Um peão no seu tabuleiro de xadrez bizarro e impiedoso.

𝑪𝒐𝒏𝒕𝒂 𝑪𝒐𝒎𝒊𝒈𝒐 - 𝑺𝒐𝒖𝒌𝒐𝒌𝒖Onde histórias criam vida. Descubra agora