Você costumava me cativar
Com sua luz grandiosa
Agora, estou presa pela vida que você deixou para trás
Seu rosto assombra meus sonhos que no passado eram agradáveis
Evanescence - My Immortal
Quatro anos antes
SOB AQUELE CÉU cinzento, Demetra Lykaios, de 25 anos, estremeceu devido ao vento frio, que balançava seus longos cabelos escuros e soprava rapidamente. O ar frio circulava entre as lápides cinzentas do Parque Micênico de Patras-Voundeni, o cemitério de Patras, combinando com seu estado de espírito melancólico e de luto. A cidade, localizada no Peloponeso e nas proximidades do Golfo de Corinto, havia se transformado em um palco de imensa tristeza para aquela mulher, que, naquele momento, estava completamente sozinha no mundo.
No cemitério de Patras, as lápides testemunhavam demasiadamente o peso do tempo, enquanto que as oliveiras centenárias guardavam segredos sussurrados pelos ventos do mar. O arranjo de cravos brancos e lírios sobre a laje simbolizavam a pureza, o amor e a renovação espiritual que sua irmã sempre tivera. À medida que o sol se punha, as sombras se alongavam sobre as histórias enterradas ali, enquanto o murmúrio distante e suave das ondas ecoava como uma melodia fúnebre. Os olhos castanhos escuros de Demetra soltavam lágrimas sem fim, ainda não acreditando no que sua vida havia se transformado. As lágrimas molhavam seu rosto e caíam sobre o túmulo, lembrando-a da imensa falta que sua irmã lhe fazia.
Sua irmã adolescente, Georgina, de 17 anos, havia morrido no dia anterior após o parto prematuro da filha, Ophelia. Demetra sentia uma dor aguda no peito, a dor do luto que, para ela, não era tão desconhecida. Naquele momento, segurando a pequena sobrinha em seus braços, que chorava de forma desolada, ela sabia que a morte e a soledade já eram suas companheiras constantes há muitos anos. O choro estridente da bebê não refletia apenas a falta da mãe, mas também a profunda solidão que as duas enfrentariam daquele instante em diante. Mesmo que Patras fosse sua cidade natal, Demetra não conseguia mais se sentir conectada àquele local.
Em razão da grande aflição que tinha, seu coração lhe dizia que era melhor ir embora daquela cidade o quanto antes. Agora, sem a presença da irmã, ela estava ciente de que seria muitíssimo difícil viver naquele lugar, sem ouvir seus relatos sobre a escola ou ainda suas risadas felizes. Apesar daquilo, Demetra deveria seguir em frente, pois, a partir daquele instante, Ophelia era sua grande prioridade. A sobrinha seria sua companhia e sua força para seguir adiante, sua base e por quem lutaria com toda sua força.
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Por Amor e Sacrifício - Série Fascínio Grego - Livro III (COMPLETO)
RomanceApollo Petrakis, um grego descrente no amor, auxilia com maestria no crescimento da Petrakis-Gianopoulos Holdings, aplicando sua genialidade tecnológica. Quando Demetra Lykaios, uma talentosa programadora, solicita um empréstimo à empresa, ele enxer...