Por Amor e Sacrifício - Série Fascínio Grego - Livro III (COMPLETO)

Capítulo 35

Você me deixou em pedaços

Brilhando como estrelas e gritando

Me iluminando como Vênus

Mas então você desaparece e me faz esperar

Estou encontrando maneiras de deixar você ir

Amor, amor, não, eu não posso escapar

Há um milhão de motivos para que eu desista de você

Mas o coração quer o que ele quer

Selena Gomez - The Heart Wants What It Wants

DEMETRA ORGANIZAVA APRESSADAMENTE os pertences dela e da sobrinha para a viagem repentina a Atenas. Cada objeto que colocava na mala parecia carregar o peso da decisão que acabara de tomar. As lágrimas rolavam por seu rosto, revelando a angústia que sentia, sobretudo em relação a Apollo. Ela não queria retornar àquela cidade, que apenas guardava lembranças dolorosas. A ideia de enfrentar o passado e mergulhar novamente na agitação de Atenas era avassaladora. As emoções conflitantes a faziam hesitar a cada passo, mas a urgência de salvar Apollo superava qualquer resistência.

Apesar da mágoa que sentia por ele, Demetra não desejava sua morte e nem que ele sofresse demasiadamente. Seus sentimentos por ele ainda não eram totalmente claros, mas a simples menção de que ele poderia estar com a vida por um fio lhe cortava o coração. Ela não desejava o mal de ninguém, mas a simples ideia de que Apollo poderia morrer lhe era aterradora. Enquanto as lágrimas molhavam suas bochechas, Demetra mantinha o foco em organizar as malas e auxiliar a sobrinha, ao mesmo tempo que lhe explicava que elas tinham que ir embora de Parga. Sob o escrutínio de Nikolaus Petrakis, Demetra tentava fazer tudo o mais celeremente que podia, ao mesmo tempo que seu coração disparava.

O desafio que se apresentava era monumental, mas Demetra sabia que não podia hesitar diante da situação em que Apollo se encontrava, com sua vida em jogo. Por mais que uma parte de seu coração não quisesse vê-lo, o homem que havia arruinado completamente seu coração e que a humilhou tanto, outra parte dizia para não deixá-lo sozinho naquele momento de saúde. A simples ideia de encarar o passado doloroso envolvendo Apollo Petrakis a fazia tremer por dentro. Demetra ela se apressava, fechando as malas com determinação.

- Está tudo bem, querida. - Ela sussurrou para a sobrinha, forçando um sorriso tranquilizador. - Vamos fazer uma viagem de helicóptero, está bem?

- Como assim, tia? Nós não íamos embora amanhã?

- É apenas um passeio, meu solzinho. Pode ser?

- Claro que sim, tia. Vai ser divertido. - Ophelia passou os dedinhos pelas lágrimas da tia. - Não chore, tia.

- Estou um pouco emotiva, Ophelia. É apenas isso.

- Vai ficar tudo bem, tia.

Apesar da ansiedade que a consumia, Demetra tentava transmitir serenidade à pequena Ophelia, que a fitava curiosa. A promessa de "apenas um passeio" escondia a complexidade da jornada que se desenhava à frente. O desafio de confrontar Apollo e o passado estava diante dela, mas, por amor à sobrinha, colocava Demetra na posição de enfrentar o desconhecido mais uma vez. Abraçando Ophelia com ternura, Demetra sentia o peso do desconhecido pairando sobre ela. Temia o que poderia ocorrer dali em diante, especialmente ao adentrar aquele hospital, onde a incerteza se mesclava com memórias dolorosas.

Seu coração doía ao pensar no que poderia encontrar lá dentro. Não queria que nada de mal ocorresse a Apollo, apesar de todo o sofrimento que ele havia lhe causado. O conflito de sentimentos a assombrava, mas a preocupação genuína pela vida de seu ex-chefe parecia superar as mágoas passadas. Mesmo diante do sofrimento que teve com Apollo, Demetra não desejava o mal para ele ou para ninguém. Ao deixar a casa, ela partia de helicóptero ao lado do CEO da Petrakis-Gianopoulos Holdings rumo à capital grega. Abraçando apertado a sobrinha, ela sentia o calor reconfortante da pequena Ophelia.