Capítulo 36

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É um caminho mais difícil e veio para levá-lo
E eu sempre digo, nós deveríamos estar juntos
Eu posso ver abaixo porque há algo aqui
E se você for embora, eu não irei durar

E eu comecei a ouvir de novo
Mas dessa vez não era o fim
E o quarto está tão silencioso

Florence + The Machine - Breath of Life

ENQUANTO SEGUIA O Dr. Spyros pelos corredores estéreis do hospital, Demetra sentia um aperto no peito e um nó na garganta. Cada passo parecia mais pesado do que o anterior, carregando o peso de uma incerteza angustiante. O som constante dos equipamentos médicos e os murmúrios dos profissionais de saúde ao redor ecoavam em seus ouvidos, criando um ambiente sufocante de tensão e preocupação. Demetra tentava se manter calma e composta, mas as lágrimas ameaçavam transbordar a qualquer momento. Seu coração estava apertado com a possibilidade de perder Apollo, mesmo depois de ele tê-la magoado tanto.

Ela rezava silenciosamente por um milagre, por uma intervenção divina que pudesse trazer conforto e cura para aquele homem. Ela estava determinada a permanecer forte, não apenas por ela mesma, mas também por Apollo, que precisava de toda a esperança que ela pudesse oferecer. Demetra sentiu um arrepio percorrer sua espinha enquanto caminhava ao lado do Dr. Spyros. Cada pensamento era um turbilhão de preocupações e sua mente não conseguia escapar das imagens sombrias do que poderia acontecer com Apollo.

Ela se esforçava para conter as lágrimas que ameaçavam escapar, lutando para manter a compostura diante do desconhecido, que os aguardava na unidade de terapia intensiva. A incerteza do destino de Apollo pesava sobre ela como um fardo insuportável. O medo de perdê-lo era avassalador e ela lutava para encontrar uma centelha de esperança em meio à escuridão que envolvia seus pensamentos. Ela se sentia impotente diante da possibilidade de enfrentar a dor da perda, e sua mente se debatia entre o desespero e a determinação de permanecer forte por Apollo.

Cada passo parecia trazer consigo uma onda de apreensão, e Demetra se agarrava à esperança frágil de que Apollo conseguiria superar aquele grande desafio. Seu coração se enchia de uma mistura de medo e ansiedade, enquanto eles se aproximavam da unidade de terapia intensiva, onde o destino de Apollo seria decidido. Demetra sentia uma angústia profunda ecoar em seu peito, misturada com mais sentimento que ela, naquele momento, não conseguia compreender. Enquanto seguia o Dr. Spyros pelos corredores do hospital, ela não podia deixar de se atormentar com o fato de ter deixado Ophelia aos cuidados de estranhos, tudo para estar ao lado de um homem que havia lhe causado tanta dor.

Demetra caminhava pelo corredor do hospital, absorta em seus pensamentos tumultuados, enquanto o médico a acompanhava em silêncio. Cada passo parecia uma verdadeira eternidade, cada segundo uma batalha contra os medos e as dúvidas que assolam sua mente. Ele parecia tão frágil e vulnerável agora, tão diferente do homem forte e vibrante que costumava ser, andando pelos corredores da Petrakis-Gianopoulos Holdings. As memórias de seus momentos juntos, trabalhando lado a lado, ecoavam em sua mente, trazendo à tona uma mistura de emoções.

Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto de Demetra, uma expressão de tristeza e impotência diante da situação. Ela não conseguia conter as lágrimas, mesmo sem entender completamente por que estavam fluindo tão livremente. Finalmente, eles chegaram ao quarto, onde Apollo estava internado e ela se via diante da porta que separava seu mundo da incerteza. No silêncio, ela fez uma promessa silenciosa a si mesma e a ele: estaria ao seu lado, lutando aquela batalha juntos, contra todas as probabilidades. Demetra relembrou os momentos angustiantes que passou nos hospitais ao longo dos anos.

A dor das perdas dos pais e da irmã mais nova ainda ecoavam em sua alma, trazendo à tona lembranças dolorosas de momentos de profundo luto e desamparo. Ela recordou o ambiente impregnado de tristeza, os corredores silenciosos e os rostos sombrios dos médicos e enfermeiros, todos testemunhas de uma tragédia inimaginável. Ophelia, recém-nascida e frágil, foi o único raio de luz em meio à escuridão da perda. Demetra se lembrava vividamente dos dias passados ao lado do berço de sua sobrinha, segurando-a nos braços enquanto tentava encontrar consolo em seu choro suave.

Por Amor e Sacrifício - Série Fascínio Grego - Livro III (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora