Capítulo 21

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Tudo o que posso ser para você

É aquela escuridão que já conhecemos

E esse arrependimento com o qual me acostumei

Era tudo tão bom

Quando estávamos no auge

Eu esperava por você toda noite

Amy Winehouse - Tears Dry on Their Own


DEMETRA JAMAIS HAVIA pensado que o sexo poderia ser algo tão selvagem ou prazeroso. Ela estava se sentindo relaxada, mas, agora, a realidade atingia como um balde de água fria. Naquele mesmo instante, ela começou a se sentir mal por tudo que tinha acontecido dentro daquele grande quarto. Apesar da dor inicial que teve, Apollo havia, de fato, cumprido sua promessa e sido carinhoso com ela. Em nenhum momento, ele a havia forçado a algo ou agido com brutalidade. Porém, aquilo não era para ter sido daquela forma. Ela não tinha se planejado, ou jamais imaginado, que sua primeira vez seria daquela forma.

De fato, ele havia lhe dado muito prazer, mas, agora, uma onda de tristeza estava começando a atingi-la, como se tivesse feito as escolhas erradas. Rapidamente, ela se ergueu sobre o travesseiro, colocou as pernas esbeltas para fora da cama e começou a procurar por seu vestido, que estava jogado em algum lugar no quarto. Contudo, Apollo foi mais rápido e a puxou pela cintura, forçando-a a ficar face a face com ele.

- Não tão rápido, Demetra. - Ele se sentou na cama, segurando a cintura dela.

- O que você quer? - Ela foi seca, controlando as lágrimas, que ameaçavam cair.

- Por quê, Demetra? Por que não me contou a verdade? - Ele perguntou, como ela previra, encarando-a atentamente com aqueles olhos azuis escuros, ainda de desejo.

- Isso não teve importância, Apollo. O que está feito, está feito. - Ela tentou desconversar.

- Mas por que não me contou? Eu teria ido bem mais devagar...

Ela não queria tocar naquele assunto.

- Não que isso seja da sua conta, definitivamente. - Demetra não queria dar mais explicações.

Demetra queria ir embora de lá naquele momento. Agora.

- Como não? - Ele começou a ficar irritado. - Você se deita comigo e não me conta que é virgem!? Como isso não é da minha conta, Demetra? Eu a machuquei, droga!

- Eu acho que você está fazendo uma tempestade em copo d'água!

- Pois, eu acho que não! Quase nenhuma mulher permanece virgem até a sua idade - Ele falava, de forma indignada.

- Já disse que não é da sua conta! Agora que você teve o que queria, meu corpo, como você mesmo disse naquele escritório, eu preciso do dinheiro!

Demetra foi se levantando rapidamente, se desvencilhando do toque dele, porque não queria mais ficar ali. Ela queria chorar, queria desaparecer, definitivamente. Ela foi célere, pegou o vestido verde que estava jogado no chão e vestiu-o aceleradamente. Ela tinha que ir embora daquele lugar. Demetra não tinha tempo para conversar, tampouco de dar mais explicações para Apollo Petrakis.

- Você vai embora assim, sem mais nem menos, Demetra?

- Já disse que não quero mais conversar sobre isso, Apollo!

- Tudo bem. Mas esse assunto não terminou. - Ele respondeu. - O dinheiro está naquela bolsa preta, sobre a poltrona.

Ela não o respondeu. Apenas caminhou rapidamente sobre a poltrona onde estava a tal bolsa e se encaminhou para fora do quarto, saindo em disparada. Ela ouviu Apollo gritando seu nome, mas ela não tinha condições de voltar àquele quarto. Ela pegou a própria bolsa e saiu do apartamento, indo em direção ao elevador. Seu coração estava acelerado e, apesar de todo o prazer que teve, ela se sentia péssima agora. Estava feito, pensou. Havia sido uma troca de favores e ela havia cumprido com a parte dela. Uma noite pelo dinheiro para salvar a saúde de Ophelia. Quando ela desceu em frente ao prédio, Demetra viu um táxi se aproximando e acenou para que ele parasse.

Por Amor e Sacrifício - Série Fascínio Grego - Livro III (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora