Capítulo 17

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E eu tentei lutar contra isso, lutar contra isso

Mas você é tão atraente, atraente

Temos uma vida, apenas viva-a, apenas viva-a

Usher - Scream


COMPLETAMENTE INEBRIADA PELO toque sensual de seu chefe, a consciência de Demetra começou a pesar, como se ela tomasse um banho de água fria. Em choque, mas ainda sentindo a língua ávida contra a dela, dentro de sua boca, e aquele homem subindo a mão livre pela perna descoberta pela fenda do vestido, ela tirou forças de onde não sabia que tinha. Em seguida, o empurrou para trás, apesar do corpo forte e másculo de Apollo Petrakis, conseguindo se desvencilhar do toque sensual dele. O rosto queimava, ela sentia os lábios inchados e sua intimidade pulsava, com uma intensidade aterradora.

- Demetra, o que está fazendo? - Ele a questionou, a voz totalmente rouca. - Por acaso, não gostou dos meus beijos? - Apollo demandava, com a costumeira soberba.

Já Apollo tinha os olhos escuros e ela baixou o olhar, notando a calça esticada, com a excitação longa e dura que ela tinha sentindo contra a pelve. Sem entender o que ela estava fazendo, ele tentou se aproximar de novo, mas ela o deteve, pois não iria permitir que aquilo ocorresse de novo. Já Demetra nada disse. Apenas desceu da balaustrada e correu daquele homem com todo o fôlego que ainda lhe restava, antes que ele a beijasse de novo. Ele se misturou às pessoas da festa e saiu daquele centro de eventos com uma pressa absurda. Enquanto corria daquele homem, ela não sabia como quase não havia torcido algum tornozelo, devido à altura daquelas sandálias douradas.

Em seguida, quando chegou em frente ao local, ela fez um aceno para o manobrista, para que trouxesse a chave de seu carro. O jovem logo fez o que ela pediu, mas ela ainda tremia com a possibilidade de Apollo Petrakis encontrá-la ali. Ela não devia ter permitido que aquele homem a tirasse para dançar. Não deveria ter permitido que ele a tocasse, tampouco a beijasse. Seus sentidos ainda estavam como fogos de artifício e ela tremia como vara verde. O manobrista lhe entregou as chaves do carro e saiu dali, tentando se acalmar, mas seu coração batia como um tambor dentro da caixa torácica. Ela dirigia devagar, pois, a qualquer descuido, poderia causar um acidente.

Como havia permitido que aquele homem a tocasse? Desse prazer a ela? Como pôde sucumbir àquele homem detestável e arrogante? Aos seus toques? Uma onda de raiva tomou conta de Demetra, que sentia os olhos arderem. Ela não pôde segurar as lágrimas, que começaram a formar fios molhados por duas bochechas. Aquele homem a destratava dentro do escritório e, de repente, do nada, a beijou sem nenhum pudor! Ela sentia raiva dele e de si mesma, porque não deveria ser correspondido aos seus beijos, à forma como ele tocava sua perna desnuda, a cintura e sua pele!

Demetra trocou de marcha e adentrou o bairro onde morava, logo alcançando seu prédio. Quando chegou, as lágrimas já tinham cessado, mas ela ainda não havia esquecido dos beijos indecentes de Apollo Petrakis. Ela estacionou o carro e subiu pelo elevador, olhando o seu reflexo pelo espelho. O rosto estava avermelhado, os lábios inchados, o cabelo levemente desalinhados. O elevador chegou em seu andar e ela pegou as chaves, passando pela porta.

Demetra olhou as horas no celular e notou que eram 23h. Àquelas altas horas da noite, Ophelia deveria estar dormindo. Então, ela fechou a porta e cuidou para não fazer barulho. Então, ela tirou as sandálias e caminhou até o quarto de Ophelia, onde ela dormia como um anjinho. Ao seu lado, Agathe permanecia cochilando. Mesmo com leucemia, Ophelia tinha uma energia de sobra. Demetra sorriu, caminhando lentamente para acordar Agathe.

- Agathe, já cheguei. - Demetra falou baixinho.

Agathe abriu os olhos sonolentos, levantando a cabeça para falar com sua chefe.

Por Amor e Sacrifício - Série Fascínio Grego - Livro III (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora