Por Amor e Sacrifício - Série Fascínio Grego - Livro III (COMPLETO)

Capítulo 20

Porque eu sinto esse desejo

Você é a chama que alimenta meu fogo

Você vai me levar mais alto

Dá-me esse amor que eu desejo

Venha e me levar a noite toda

Você sabe que eu não vou colocar uma luta

apenas envolver seus braços ao meu redor

Hoje à noite, hoje à noite, hoje à noite

Joan Jett & The Blackhearts - Desire

AO LONGO DO dia seguinte, Demetra dedicou atenção especial a si mesma, reservando tempo para uma ida ao salão de beleza e escolhendo um novo vestido. Mas, daquela vez, acabou optando por uma peça sem a fenda, mas mantendo a deslumbrante cor esmeralda que tanto apreciava. Enquanto se preparava para encontrar seu chefe à noite, ela tinha uma mistura de emoções que a envolvia, desde a antecipação das promessas sensuais de Apollo, pois admitia a si mesma que sentira prazer com os beijos dele, até até a tensão crescente em meio aos desafios que ela e a sobrinha enfrentavam.

Apesar de seus próprios desejos e da crescente atração entre ela e Apollo, Demetra não conseguia deixar de lembrar da prioridade maior em sua vida: Ophelia e sua luta contra a leucemia. Cada momento de antecipação era tingido com a consciência do sacrifício que estava fazendo, ciente de que suas escolhas não eram apenas guiadas pelo desejo pessoal, mas também pela responsabilidade que sentia em relação à saúde e ao bem-estar da menina doente. Enquanto se arrumava, ela tentava afastar aqueles pensamentos conflitantes, focando em manter uma aparência impecável e ocultar as emoções tumultuadas que a consumiam internamente.

Com as mãos trêmulas, Demetra terminou de passar o perfume florado que costumeiramente usava e fechou a tampa do frasco. O estômago de Demetra se embrulhava, pensando no que aquele homem poderia fazer com ela. Será que ele seria bruto com ela, mesmo após ter se assegurado que não? Será que ela deveria revelar que era virgem para um bilionário como ele, um homem elegante e requintado? Ela temia que, se contasse a verdade, ele a rejeitasse e não lhe desse o dinheiro. Enquanto aguardava pelo motorista de Apollo, Demetra tentava ignorar a sensação de desconforto e ansiedade que cresciam dentro dela.

O desafio era não apenas enfrentar a tensão emocional, mas também equilibrar a dualidade entre a mulher desejosa e a tia preocupada com o futuro da sobrinha. Demetra sentiu um aperto no peito quando a sobrinha perguntou sobre seus planos para a noite. Com um nó na garganta, ela respondeu com uma mentira, dizendo que tinha um jantar de negócios para comparecer. Ophelia e Agathe, sem suspeitar de nada, elogiaram sua aparência, o que só aumentou o peso da culpa que Demetra carregava consigo.

Quando o SUV escuro chegou para buscá-la, ela se viu sendo conduzida para um mundo de compromissos que não eram seus, uma realidade que ela fingia aceitar por trás de um sorriso forçado. Cheia de incertezas, ela trancou a porta e desceu as escadas do edifício, se equilibrando nos scarpins altos. O fiel motorista de Apollo a esperava em uma Ferrari preta, mas diferente da que Apollo costumeiramente usava. Ele o cumprimentou com a cabeça e abriu a porta para ela, que adentrou o veículo. O coração estava acelerado de ansiedade, pois Demetra temia o que podia acontecer entre quatro paredes com Apollo Petrakis.

O carro ganhou as ruas atenienses, enquanto os pensamentos dela estavam muito distantes. O veículo adentrou uma região nobre, que era conhecida por abrigar pessoas poderosas de negócios e turistas endinheirados. Logo que chegaram ao endereço, Demetra notou a suntuosidade do prédio, que era moderno. Ao olhar para cima, em direção à cobertura, ela sentiu um calafrio profundo. Ao levantar o olhar, Demetra viu que, na cobertura, um homem a olhava e algo lhe dizia que era Apollo, esperando-a para acabar de vez com aquilo. Aquilo era a salvação de sua sobrinha, pensou amargamente. O motorista abriu a porta do carro, ela desceu segurando o tecido esmeralda do vestido longo e adentrou o local.