III

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Aterrámos em S. Paulo ao início da madrugada.

Conforme tinha prometido, Dinis e a turma vierem ter comigo para seguir com eles.  Despedi-me de Rodolffo e ele disse para lhe ligar que ia ficar um dia em S. Paulo.

Entrámos numa Van e pouco tempo depois chegámos em uma casa.  Dinis disse que a casa era dos pais, mas eles não viviam ali.  Apenas ele  a irmã e de vez em quando a turma que se junta para estas aventuras de correr atrás dos ídolos.

Aparentemente os pais de Dinis deviam ser pessoas abastadas, pois ele e a irmã apenas estudavam.  Todas as despesas eram suportadas pelos pais.

Deram-me um quarto com mais duas meninas do grupo.
Não sei se elas também estudam.  Uma coisa eu sei.  Esta juventude bebe muito.

Chegaram a casa e já foram atacando as bebidas que estavam na geladeira, mesmo sendo de manhã.

Recusei uma cerveja.  Não tenho por hábito consumir álcool e sinceramente também não o quero adquirir.

Sentámos todas no chão da sala e conversar.  Elas falavam dos shows, dos artistas, das viagens.  Eu não tinha muito assunto.  Só percebo de circo.

Dinis preparou um macarrão e depois de comer todas se foram deitar.  Eu dormi no avião,  então não tinha muito sono e se dormir agora o que vou fazer de noite.

A noite.  Sim a noite veio e a turma estava toda animada para a balada.

Como assim?  É dia de semana.  Amanhã ninguém faz nada?  Que eu saiba aqui não é período de férias escolares.

Questionei Maria a irmã de Dinis.

- Aqui até perdemos a aula, mas a balada nunca.

- Eu nunca fui numa balada?

- Não há baladas em Portugal?

- Há, mas à noite eu tinha espectáculo e nos dias sem eu precisava treinar os animais.

- Ishiii!  Que seca!

- A quem o dizes.

- Pois  hoje a noite é só tua.  Vais aproveitar e tirar o atraso.

Devidamente vestidas e maquilhadas, isso Juliette fazia muito bem, pois no circo era essencial, partiram para uma boate no centro onde era usual vários artistas se apresentarem.

Juliette ficou maravilhada com o local.  Nunca tinha estado num local com tanta luz e brilho.  O artista que se apresentava cantava em vários ritmos que obrigatóriamente mexiam com o nosso corpo.

Dinis foi buscar bebidas.  Eu pedi algo sem álcool,  mas ele resolveu trazer um gin tónico.   O calor no recinto fez-me beber tudo rapidamente e logo senti uns calores em todo o corpo.

Após outro e outro, já não dava conta de mim.  Dançava no meio da turma,  rindo como uma perdida.

- Não saias de junto dela, ouvi Dinis dizer para Maria.

Maria disse que sim, mas logo um moço se aproximou, falou algo no ouvido dela e saíram.

O resto do grupo estava um pouco afastado e eu senti-me perdida no meio daquela gente.

Senti um aperto no meu braço e quando olho vejo um calmeirão musculado ao meu lado.

- Ei gatinha!  Que tal irmos para um local mais reservado?

- Não quero.   Tentei afastar-me, mas ele veio atrás de mim.

- Difícil é?

- Não sou difícil, só quero ficar sózinha.

- Se era isso devias ficar em casa.

- Nem toda a mulher vem para as baladas para o engate.   Faça o favor de me deixar em paz.

- Portuguesa?  Nunca comi uma portuguesa.

A mão de Juliette chegou rápidamente à cara do grandão.  As pessoas à volta pararam as conversas para apreciar a cena.

- Piranha,  eu vou dar-te uma lição.   Segurou Juliette de frente pelos ombros e ela aproveitou para lhe dar uma joelhada nas partes íntimas.

Ele dobrou o tronco contorcendo-se de dor.  Ela virou costas sob os aplausos dos presentes.  Estava procurando pelos amigos quando ouviu uma voz conhecida.

- Perdida?

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