Aterrámos em S. Paulo ao início da madrugada.
Conforme tinha prometido, Dinis e a turma vierem ter comigo para seguir com eles. Despedi-me de Rodolffo e ele disse para lhe ligar que ia ficar um dia em S. Paulo.
Entrámos numa Van e pouco tempo depois chegámos em uma casa. Dinis disse que a casa era dos pais, mas eles não viviam ali. Apenas ele a irmã e de vez em quando a turma que se junta para estas aventuras de correr atrás dos ídolos.
Aparentemente os pais de Dinis deviam ser pessoas abastadas, pois ele e a irmã apenas estudavam. Todas as despesas eram suportadas pelos pais.
Deram-me um quarto com mais duas meninas do grupo.
Não sei se elas também estudam. Uma coisa eu sei. Esta juventude bebe muito.Chegaram a casa e já foram atacando as bebidas que estavam na geladeira, mesmo sendo de manhã.
Recusei uma cerveja. Não tenho por hábito consumir álcool e sinceramente também não o quero adquirir.
Sentámos todas no chão da sala e conversar. Elas falavam dos shows, dos artistas, das viagens. Eu não tinha muito assunto. Só percebo de circo.
Dinis preparou um macarrão e depois de comer todas se foram deitar. Eu dormi no avião, então não tinha muito sono e se dormir agora o que vou fazer de noite.
A noite. Sim a noite veio e a turma estava toda animada para a balada.
Como assim? É dia de semana. Amanhã ninguém faz nada? Que eu saiba aqui não é período de férias escolares.
Questionei Maria a irmã de Dinis.
- Aqui até perdemos a aula, mas a balada nunca.
- Eu nunca fui numa balada?
- Não há baladas em Portugal?
- Há, mas à noite eu tinha espectáculo e nos dias sem eu precisava treinar os animais.
- Ishiii! Que seca!
- A quem o dizes.
- Pois hoje a noite é só tua. Vais aproveitar e tirar o atraso.
Devidamente vestidas e maquilhadas, isso Juliette fazia muito bem, pois no circo era essencial, partiram para uma boate no centro onde era usual vários artistas se apresentarem.
Juliette ficou maravilhada com o local. Nunca tinha estado num local com tanta luz e brilho. O artista que se apresentava cantava em vários ritmos que obrigatóriamente mexiam com o nosso corpo.
Dinis foi buscar bebidas. Eu pedi algo sem álcool, mas ele resolveu trazer um gin tónico. O calor no recinto fez-me beber tudo rapidamente e logo senti uns calores em todo o corpo.
Após outro e outro, já não dava conta de mim. Dançava no meio da turma, rindo como uma perdida.
- Não saias de junto dela, ouvi Dinis dizer para Maria.
Maria disse que sim, mas logo um moço se aproximou, falou algo no ouvido dela e saíram.
O resto do grupo estava um pouco afastado e eu senti-me perdida no meio daquela gente.
Senti um aperto no meu braço e quando olho vejo um calmeirão musculado ao meu lado.
- Ei gatinha! Que tal irmos para um local mais reservado?
- Não quero. Tentei afastar-me, mas ele veio atrás de mim.
- Difícil é?
- Não sou difícil, só quero ficar sózinha.
- Se era isso devias ficar em casa.
- Nem toda a mulher vem para as baladas para o engate. Faça o favor de me deixar em paz.
- Portuguesa? Nunca comi uma portuguesa.
A mão de Juliette chegou rápidamente à cara do grandão. As pessoas à volta pararam as conversas para apreciar a cena.
- Piranha, eu vou dar-te uma lição. Segurou Juliette de frente pelos ombros e ela aproveitou para lhe dar uma joelhada nas partes íntimas.
Ele dobrou o tronco contorcendo-se de dor. Ela virou costas sob os aplausos dos presentes. Estava procurando pelos amigos quando ouviu uma voz conhecida.
- Perdida?