XI

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Chegou o dia do show no Rio.

Dois dias antes tinha enviado uma mensagem para Juliette dizendo que precisava conversar com ela e a convidá-la para o show.

Combinámos jantar juntos antes do show e fui buscá-la ao apartamento.

Comprimentámo-nos com um beijo na face e fomos para o restaurante.

- Como está a ser a vida no Rio?

- Maravilhosa.  Estou a adorar.  E os concertos?

- Também estão maravilhosos.

- Tenho visto que tens tido uma vida muito animada.

- Nem tudo no que parece é.
E ainda espero uma resposta tua.

- Sobre quê?  A nossa última conversa  que me deixaste pendurada e depois nem respondeste à minha mensagem.  Isso para mim foi tudo.

- Quer dizer que não há chance para mim?

- Eu tenho uma pessoa.

Aquilo soou como um estalo na minha cara.  Podia esperar tudo, menos isso.

- Foi rápido, eih?

- É recente.

O resto do jantar foi em silêncio.   Nem pedimos sobremesa.

- Queres que te deixe no apartamento?

- Não.   Vou ao show.  Prometi à Iza que ia estar com ela.

- Para mim vai ser difícil  ter-te lá.

- Então eu converso com a Iza e regresso depois.  Não quero de todo atrapalhar.

- É mesmo verdade que tens alguém? perguntou ele assim que parou o carro no estacionamento do show.

- Porque duvidas da minha palavra?

- Não sei.  Não senti verdade.

- Quantas tiveste neste tempo todo? e não me respondas com nenhuma,  que eu não acredito.

- Alguns casos de uma noite, só isso.
Foi apenas sexo.

- Vamos.  A Iza deve estar à espera.

Tentei abrir a porta e estava trancada.

Olhei para Rodolffo e no mesmo instante ele aproximou-se mais de mim e beijou-me.

Não resisti e entreguei-me ao beijo.
As nossas línguas exploravam a boca um do outro enquanto as nossas mãos percoriam o corpo.

Separámo-nos e ajeitámos as nossas roupas descompostas.

- Diz-me que não tens ninguém.   Eu sinto.

Eu queria dizer que tenho, mas depois deste beijo, não dava para negar as evidências.   Eu gosto dele.

- É verdade.  Não tenho.  Eu só queria que me esquecesses.

- Porquê?  Eu não quero esquecer-te.

- Mas tudo parece mais difícil quando estamos juntos.

- Então vamos torná-lo fácil.  Está na hora de entrar para o camarim.  Esperas-me no final do show?

- Sim
  Eu fico junto da Iza.

Beijaram-se uma vez mais antes de deixarem o carro em direcção ao camarim dos artistas.

Juliette abraçou a Iza e ficaram as duas à conversa enquanto a dupla recebia as fãs.

Uma ou outra fã olhava para ela com desconfiança mas ela fingia nem ligar.

Foi o primeiro show dela e estava por demais animada.  Já conhecia a maior parte das músicas e acompanhava na cantoria.

Depois de show terminar e de a dupla atender mais alguns fãs, saíram os dois e foram para o apartamento dela.

- Lindo este apartamento,  diz ele.

- Sim.  Também acho.

- July, preciso tomar um banho.  Trouxe até roupa.

- Está bem.  Vou buscar uma toalha.

- Podias vir fazer-me companhia.

- Não sei se é boa ideia.

- Vem. Deixa eu dar-te uma noite maravilhosa.

Segurou na mão dela e levou-a consigo para o banheiro.  Ia ser o princípio de uma noite que ele queria que ela nunca mais esquecesse.

-

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