Olhei para o lado e quando vi o Rodolffo e o meu instinto foi abraçá-lo e chorar.
Ele ficou sem entender nada e levou-me para fora da boate, para uma àrea menos ruidosa.
- O que aconteceu?
- Um tipo, veio meter-se comigo. Pensava que eu estava ali para ficar com alguém e tentou agarrar-me.
- A confusão ali no meio eras tu?
- Sim.
- Eu ouvi a confusão, mas não consegui ver. Já ia embora quando te vi.
Onde estão os teus amigos?- Não sei. Eu estava com a Maria, mas ela saiu com um rapaz.
Queria ir para casa, mas nem sei a morada deles.- Podemos procurá-los.
- Ali no meio de tanta gente?
- É. Não vai ser fácil. A solução é vires comigo para o hotel.
Ela olhou para mim com ar suspeito.
- Relaxa. Não vou fazer-te mal. Amanhã procuramos os teus amigos. Só vou embora amanhã ao final da tarde.
Juliette estava apreensiva para aceitar o convite, mas também não queria ficar ali sózinha à espera que algum dos amigos aparecesse.
Aceitou o convite dele e foram para o hotel.
- Dorme na cama que eu fico no sofá.
A verdade é que nenhum deles dormiu. Começaram a conversar, cada um a contar as peripécias da sua vida e quando deram conta o dia já amanhecia.
Rodolffo tinha feito um story a procurar o Dinis e a Maria. Pedia para que eles lhe mandassem um direct.
Agora era só esperar para saber onde entregar Juliette.- Começo a pensar que foi má ideia sair assim de Portugal. Sinto-me perdida. E preciso arranjar emprego. Não quero viver às custas de ninguém.
- Queres trabalhar em quê?
- Qualquer coisa. Desde pequena eu pratico balet, ginástica e trato de cavalos. O resto terei que aprender.
- Queres ir para a minha cidade? Tenho uma amiga que tem uma academia de dança. Quem sabe lá não é o teu lugar.
- Não sei. Não quero incomodar. Tu tens mais o que fazer do que preocupares-te comigo.
- Não se trata de incomodar, trata-se de ajudar uma pessoa.
- Deixa ver se a Maria entra em contacto. Entretanto eu penso.
Encostaram-se e acabaram por adormecer na mesma cama já era dia.
Juliette foi a primeira a acordar eram 11 horas. Acordou Rodolffo para ele verificar se Maria tinha dado noticias.
Rodolffo abriu o direct e lá estava a mensagem. Manda-me a tua morada, pediu ele. Tenho a Juliette comigo.
Maria respirou aliviada. Ela e as amigas procuraram Juliette na balada e nem sinal dela. Resolveram voltar para casa e jogar para os deuses.
Ao mesmo tempo rolou um ciúme. A tuga ainda agora chegou e já conseguiu passar a noite com o nosso Dolfinho, disse ela às amigas.
- Esperta ela. Se fazendo de sonsa, respondeu uma delas.
Rodolffo almoçou com Juliette antes de levá-la a casa de Maria.
Optou pelo restaurante do hotel afim de evitar mexericos e constranger a moça.Mesmo assim a presença dela não passou despercebida aos vários clientes do restaurante. Uma das normas do hotel é que fotos de espaços comuns eram proibidas, por isso Rodolffo estava à vontade.
Juliette concordou em viajar com ele. Rodolffo conversou ao telefone com a irmã a explicar a situação pouco depois dizia-lhe que a irmã tinha concordado em acolhê-la.
- Mas é temporário. Logo que eu consiga um emprego, quero ter o meu espaço.
- É justo. Agora vamos buscar as tuas coisas porque temos que pegar o voo dentro de uma hora.