Eu e Rodolffo tivemos a tal conversa e desta vez decidimos deitar tudo para fora.
Trocámos várias acusações, mas no final decidimos ter uma convivência saudável.
Eu não sinto no Rodolffo a tal mudança que ele apregoa. Para mim, ao mínimo sinal ele estará pendurado numa tipa qualquer.
Não tenho confiança, então seremos amigos e trataremos de cuidar do nosso filho o melhor que soubermos.
Já estou no quarto mês de gestação. O perigo de aborto está mais afastado e voltei ao trabalho com a Rita. Ela passa mais tempo no Rio e eu aqui.
Rodolffo tem vindo visitar-me sempre que regressa de uma semana de shows e faz questão de me trazer algumas coisas que sabe que eu gosto.
- Quando saberemos o sexo, July?
- No próximo mês.
- Marca o ultrassom para um dia que eu possa ir, por favor.
- Marco. Passa-me a tua agenda do próximo mês.
Iza contava-me da mudança dele e de como ele por vezes era agressivo com algumas mulheres não largavam o pé dele.
Eu ainda tinha dúvidas. Sofria muito quando ele me vinha ver, por não querer fazer o que me apetecia.
O único contacto que tínhamos era algum beijo no meu rosto ou na minha barriga.
Rara era a vez que ele não chegasse com uma prenda para o bébé. Quer fosse uma roupa ou um brinquedo, sempre havia algo para comprar.
- Iza, agora é que está na hora de ter o meu apartamento.
- Nem sonhes! E ficar longe do meu sobrinho? Agora é que não te deixo sair daqui. Aliás, deixo. Se for para casa do meu irmão.
- E porque iria para lá?
- Porque gostas dele e ele de ti. Porque está na hora de pensarem mais no bébé do que nas vossas diferenças.
- Está bem. Eu continuo aqui contigo.
- Não desconverses Juliette!
Olha o pai babado está a chegar.- Bom dia. Como estão as três pessoas mais importantes da minha vida?
- Estamos bem, mas eu vou sair. Já tomaste café, Rodolffo?
- Não. Trouxe pão e bolo, pensei que vinha a tempo de tomar com vocês.
- Já tomámos. Toma tu e a July come um pedaço de bolo para te fazer companhia.
- O bolo é de quê?
- Cenoura. Sem cobertura.
- Gosto com cobertura.
- Mas o chocolate faz mal ao bébé.
- Quero uma fatia pequena. Vou preparar um chá para te fazer companhia.
- Deixa que eu preparo. Senta aí que eu já te levo o chá.
Rodolffo fez-me companhia toda a manhã e acabou por ficar para o almoço.
Para não me deixar cozinhar pediu almoço num restaurante conhecido.
No final quando eu fui descansar para o meu quarto, ele aproveitou e foi embora.