O Cachorrinho Do Professor (Adrino)

19 Fotos do pau da vítima

A viagem de carro foi silenciosa, chegando em casa Zane esfregou a mão em meu cabelo, dizendo que preciso dar uma repaginava no visual.

Aceitei, agora me olhava no espelho, em meu quarto sozinho; foi divertido meu tempo com meus irmãos, pintando o cabelo e fazendo um pouco de bagunça, após o cenário horrível que me vi, tinha medo de outros adultos perguntarem sobre meu corpo roxo em alguns lugares.

Movi as mãos em meus fios de cabelo azuis, me sentindo bonito depois de tanta luta, sorri me olhando no espelho animado enquanto balançava meu cabelo ciano claro, estava lindo; Zane havia tido uma grande ideia em pintar de outra cor.

Preciso mostrar para Adrien!

Movi meus pés pela casa animado, queria mostrar para o homem que gosto o quão lindo estou em meu novo visual, particularmente tive um pequeno medo do adulto não gostar, mas não queria que meus pensamentos negativos tocassem em meu coração agora.

Quero mostrar também para meus amigos, precisava pegar meu telefone para tirar uma foto, antes que mamãe chegasse em casa. Andei devagar até o quarto dela, meu pai estaria no escritório então não há nada com o que me preocupar.

Entrei devagar no ambiente vendo o quão vazio estava, comecei a abrir as gavetas dela, tinha medo de bagunçar suas roupas ou objetos e ser descoberto. Na última gaveta no móvel marrom no canto direito do quarto está meu telefone, quando encontrei quase pulei de alegria.

Deveria mandar mensagem, seria tão doloroso dar uma despedida breve por mensagem e meus amigos iriam atrás de mim, me conheciam o suficiente. Decidi não pensar nisso agora e focar em Adrien.

Não só mandei mensagem, mas liguei; estava com saudades da voz grave mas com um tom adocicado do homem.

Quando comecei a sentir saudades de alguém que me fez sentir tão mal?

Chamou por alguns segundos, finalmente fui atendido e timidamente cumprimentei ele. Parecia irritado. ⏤ Você não me mandou mensagem por dias e nem se quer veio na escola hoje, está fugindo de mim? ⏤ continuou com uma ameaça.

⏤ Me desculpa, foi apenas minha mãe. ⏤ cortei ouvindo o homem ficar em silêncio.

O celular erradiava a voz do adulto. ⏤ Idiota, apague nossas conversas entendeu? Você vai me gerar mais problemas! ⏤ respondeu frio.

⏤ O-ok! Mas eu queria te contar uma coisa. ⏤ sorri e deslizei a ponta do meu indicador por meu cabelo, envergonhado. Ele não estava com tanta paciência e pediu para lhe contar logo o que aconteceu, foi pego de surpresa quando me escutou. ⏤ Meu cabelo esta ciano azul agora. ⏤ sugeri mandar uma foto para ele, mas recebi uma resposta com um tom de insatisfação. ⏤ Nino não quero ver seu cabelo, mas eu quero sim fotos suas, estou já um tempo sem te ver pelo jeito não vou ver tão cedo, você sabe que eu preciso ver seu corpinho lindo, não sabe? ⏤ congelei enquanto ouvi e dizer com um tom sujo no final, carregado de malicia com uma risada frouxa, meu rosto ficou vermelho de imediato.

⏤ Eu queria que você visse meu cabelo novo.

A resposta me machucou. ⏤ Eu não ligo para a merda do seu cabelo seu estúpido, não pode simplesmente me agradar depois de sumir?

⏤ Eu não quero fazer isso! E-eu não gosto de tirar fotos assim.

⏤ Porquê? Já tirou fotos assim pra alguém porra?

⏤ Claro que não!

⏤ Então eu serei o primeiro. ⏤ o silêncio ficou presente na ligação, até Adrien falar novamente. ⏤ Não vai ser mau príncipe vamos começar devagar, ok? ⏤ ele iniciou não gostando, odiava quando as coisas eram lentas e devagar demais. ⏤ Depois disso eu prometo que vou te tirar dessa casa de novo e te levar em uma sorveteira para comer comigo.

⏤ Você promete? ⏤ perguntei inseguro.

⏤ Eu prometo, pequeno. ⏤ afirmou com certeza na voz. O quarto está gelado, não está tão confortável o ambiente. Todavia queria me destrair, era complicado manter a cabeça fria; sinto que tem muita coisa para processar, mas, quando tentei; lágrimas caíram por minha bochecha, incrédulo me insultei internamente.

Tonto, tonto, tonto!

Apertei a unha no meu couro cabeludo, mais uma das minhas crises, minhas emoções aparentemente estão descontroladas desde o abuso, minha lógica burra e deprimente me trouxe para onde estou agora.

Senti o gosto amargo, a sensação de "você fez, você paga" e sentia que fiz realmente algo errado, aceito tudo que vem de Adrien, todos os desejos sujos e deturpados; porém a raiva que sentia agora, não era direcionada para o adulto; era pra mim mesmo.

Estou pagando na carne não ter colocado limites, me deixar levar, paguei com a própria língua coisas que deixei de fazer, deveria ter gritado. Mas, porquê não fiz? Sentia medo, isso é um fato, foi torturante a sensação do mármore gelado, foi horripilante ouvir a voz do adulto.

Ainda me perguntava, mesmo que havia chegado a uma conclusão que melhor estar na dor com alguém do que sozinho. Ainda me perguntei como seria passar por está dor totalmente sozinho? Não quero contar para ninguém, séria tão constrangedor dizer que alguém estava me tocando e eu nem fiz nada para parar!

Limpei minhas lágrimas, estava deitado na cama mas acabei de levantar, com o acontecimento nem tive vontade e nem estava alegre o suficiente para mandar mensagem para meus amigos, estou sozinho no quarto agora, me senti vazio.

Ri, apenas achei engraçado a forma que quando estava com Adrien nem tinha tempo para pensar no vazio que é meu quarto, e com seus amigos, senti esses sentimentos; o vazio.

Sempre que estou com o adulto, não tinha tempo para sentir o quão doloroso era o vazio, sempre estou ocupado chorando ou sentindo dor e até mesmo sensações esquisitas e fortes na minha parte baixa de trás.

Agora, vou mudar de escola; me vi totalmente sozinho agora.

Não deixei de sentir insegurança pelo que meus amigos iriam pensar, seria ruim a reação? Claro que seria, puta nojenta, quem vai te amar de verdade seu vagabundo, não sabe fazer nada neste puto mundo cheio de pessoas nojentas que só te prejudicaram, às unicas pessoas que te fizeram bem obviamente não te amavam, vadia.