21   Pau ou carência

128 8 10
                                    

10:28

A biblioteca era vazia, não há tantos estudantes; agradeci internamente por isto, queria um momento sozinho. Minha cabeça está uma bagunça. Tudo estava tão triste, todos meus momentos em minha nova escola lembrava meus amigos e como era divertido.

Antes não precisava me preocupar com nada além de minha mãe, odiava sentir saudades de uma coisa que não posso ter mais, quem iria amar um garoto sujo? Iriam realmente continuar me amando? Em realidade, não iria conseguir seguir com eles, toda a dor de ser amado, um amor que não merecia.

Adrien apenas me fez enxergar com mais clareza, não merecia nada mais do que isso, algo amoroso, fofo, cheio de carícias, sem ninguém mandando em você ou te deixando mal consigo mesmo, o adulto fazia me sentir assim. Já Alya; como Adrien disse no banheiro, não sabe o que estava fazendo, iria ser mais um romance bobo que não iria valer do meu tempo, não iria provocar tantas emoções igual o loiro provocava.

Conforto de estar na dor.

Os últimos dois anos foi esquisito para mim, tudo se tornou bom fora das garras da mamãe; ela sempre foi um problema, fora de casa tinha costume de ficar sozinho até chegar Marinette e Nathaniel meus dois primeiros amigos, era incrivel no início ter eles por perto. Amava como Nathaniel sempre foi carinhoso de toque físico e como Mari sempre me incentivou.

Depois de dois anos, me afastei, que amigo de merda você foi Nino.

Tudo para continuar no conforto da dor, sentir o abraço pelas mãos quentes e rudes de Adrien que me machucavam e me faziam chorar, sentir medo, angústia, me sentir sujo, mas no final de tudo, senti conforto.

Talvez era merecedor de ter mãos rudes me tocando, foi tão nojento pensar isso que me contorci enquanto observava os livros. Minha mente esta distante da realidade, até que finalmente me assustei com um dos garotos da minha nova classe chegando por trás.

Era mais alto que eu, uns três centimetros e pele clara, fios loiros quase cinzentos e olhos chamativos, mas o que fez me sentir confuso era como essa garoto lembrava Adrien, meu agressor

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Era mais alto que eu, uns três centimetros e pele clara, fios loiros quase cinzentos e olhos chamativos, mas o que fez me sentir confuso era como essa garoto lembrava Adrien, meu agressor. Por isso me assustei quando ele chegou por trás agora, ou quando estava se apresentando e vi aqueles olhos familiares, mas há algo de diferente, sua feição é feliz, não amarga e cheia de malicia.

⏤ Você gosta de digital circus também? ⏤ abaixei o olhar, segurava o volume dois do livro, o incrível circo digital.

A voz era doce, percebi como ele se gesticulava bastante, vi o mesmo minutos atrás com um grupinho de pessoas, mas por quê ele iria falar com um garoto nojento igual a você? ⏤ Sim! Você conhece? ⏤ olhei timidamente, deixando o livro mais amostra.

⏤ Eu sou o maior fã da obra. ⏤ se moveu ficando ao meu lado. Olhei para o rosto do loiro, tinha traços suaves, a alegria dele causou desconfiança no meu peito já que momentos atrás tinha visto ele com pessoas, agora estava junto comigo na biblioteca vazia; me senti como a última opção, como se tivesse vindo falar comigo depois, já que a gente sentou próximos na sala de aula. ⏤ Você é novo, não é? Conseguiu conversar com alguém até agora? ⏤ olhou pra mim com expectativa, reparou os meus olhos chocolate e o rosto com traços delicados, parecendo que fui desenhado por anjos.

⏤ Não, eu me tranquei aqui. ⏤ confessei com um sorriso triste.

⏤ Nino não é? ⏤ concordei com a cabeça.

⏤ Sou o Ady, agora você não vai ficar o recreio sozinho. ⏤ disse bravamente colocando sua mão no seu coração, fazendo uma pequena cena, isso arrancou uma pequena risada de mim.

Pov Ady

Vendo ele de canto não deixei de me perguntar o motivo dele ter ficado aqui tão distante, para mim era muito fácil socializar ou falar com outras pessoas; não penso que outros podiam ter uma dificuldade dessa forma.

Pov Nino

⏤ Obrigado? É lindo. ⏤ respondi voltando a olhar para os livros, sentindo até um pouco de culpa por ter comparado esse garoto simpático a alguém tão nojento.

⏤ Você tá lendo qual livro da franquia? Eu tenho varios guardados. ⏤ simpaticamente levou suas mãos até seu próprio rosto, dando um sorrisinho.

A verdade é que está animado por conhecer outra garoto que era fã da mesma obra que ele, não quer desperdiçar a chance de falar comigo sobre. Comecei a rir, não estava sabendo lidar com alguém novo e tão gentil em minha vida quando tudo estava tão triste, mas a expressão mudou em um par de segundos, ficando sério novamente não me senti merecedor disso. ⏤ Eu já terminei, apenas estou relendo. Tenho costume de fazer isso com os episódios.

Ady se sentou na madeira, o chão era fresco e confortavel, apoiou suas costas na estante cheia de livros e olhou para mim esperando fazer o mesmo, logo sentei ao seu lado ainda com o livro na mão. ⏤ Seu cabelo é lindo, chama muito a atenção, sabia? ⏤ parecia ter se encantado pelo meu cabelo azul claro.

⏤ Eu não acho que ficou tão bom. ⏤ me encolhi usando meus próprios joelhos, o meu cabelo só me lembrava do dia que tirei fotos intimas; era pertubador me olhar no espelho e lembrar que agi como uma puta necessitada.

⏤ Sério?! Está lindo! Lembra algodão doce. ⏤ sorriu e me olhou perplexo, se segurou para não tocar o meu cabelo, parece tem costume com toque físico (ultimamente vem se controlando). Os meus olhos brilharam, sorri timidamente abaixando a cabeça. Não consegui pensar em nada para retribuir o elogio, gostei da forma que fui elogiado, queria que fosse Adrien dizendo isso para mim.

19:37

Adrien me levou para dentro, reparei que ele não disse nada rude para mim até agora, para ser franco, estava sendo bem gentil, não dizendo coisas amorosas, ainda há malicia em suas ações, comecei a me acostumar com os beijos molhados que tanto odiava, acostumei como minha roupa era tirada, mas ainda me assustava com as palavras dele.

Desta vez, queria um pouco de carícias, estava carente e me deixei levar por ele; minha nova escola apenas me deixou mais triste me senti sozinho, menos no momento na biblioteca. Ady salvou um pouco do meu dia na escola, mas não quero se tornar mais próximo de ninguém amoroso, sinto uma merda que não merecia isso, afinal não avisei nada até hoje para meus amigos.

Minha boca tremeu para perguntar Adrien uma coisa, não conseguia me concentrar tão bem quando os lábios do adulto estava em meu pescoço.

Queria apenas perguntar: Você acha que merece isso também?

Guardei as palavras quando brigou com aquele homem, como Adrien me culpou dizendo que estragava a sua vida queria perguntar se o adulto merecia isso também.

O Cachorrinho Do Professor (Adrino)Onde histórias criam vida. Descubra agora