O Cachorrinho Do Professor (Adrino)

37 Ferimentos em um pau com cortes

Pov Nino

Queixo quando noto que o ferimento em minha mão continua doendo, o curativo que fiz foi arrancado, há alguns segundos surtei e arranquei da minha pele lastimada. Agora há um pedaço da carne exposto, isso doía e queimava, mas nada era comparável a meu vazio abundante e vigoroso. Nada irá funcionar, ninguém se importa se estou ferido, seja na mão ou nas minhas intimidades.

Talvez quando o loiro me limpou e fez pequenas massagens, estava se importando! O dia doente e afável que logrei no apartamento do adulto, não me permiti rememorar dos momentos que as mãos esfregaram na minha pele lesada e meu pudor foi violado sem ternura.

O quarto era vago e me deixava carente, sempre vivi com este vazio, nada conseguia preenchê-lo, notei que apenas percebi que vivia com esse vazio quando tive minha primeira relação com Adrien. Pegei toda dor e chameo de amor, mesmo não sendo, não sei o que é amar outra pessoa mas sei que sentir atração é um dos fatores, Adrien me queria, então Adrien me amava.

Quem iria te querer por perto se não fosse amor?

Mas, deixou de amar, para mim Adrien me amava; mas depois do ocorrido no carro deixou de me amar, era minha responsabilidade o amor ter desaparecido, junto com seu sumiço, não mandava mais mensagens, não ligava, não buscava-me, não dizia que sou lindo.

Sua ausência deixava-me com apetência.

Me senti sozinho, algo me devorava por dentro fazendo a alegria e conforto secar, não quero sentir isso. Prefiro Adrien sendo extremamente ruim comigo do que ficar com a solidão, era tão ruim a ideia de ser deixado, como fui por meu irmão, meu pai nunca esteve presente e minha mãe nunca me ajudou.

Olhei para a mensagem que acabou de chegar, era Alya, a mensagem foi dolorosa.

"Ainda somos amigos? Podemos ser amigos?"

Era demais, não quero, não queria saber de ninguém, queria apanhar, um desejo sujo, não há luxuria envolvida, quero sentir dor, afinal, estava sendo péssimo.

Olhei para a mesma tesoura que deixei um pedaço da pele da mão pendurada, não quero fazer de novo, é ridículo e patético causar minha própria dor. Queria que outros causem mas não qualquer pessoa, alguém que tem direito, alguém que deixei irritado, me sinto condenadl, passei por julgamentos; feitos pela minha própria mente, estava disposto que se mamãe estivesse em casa iria chamar minha atenção de alguma forma.

Apesar de tudo amava sentir a aprovação do meu professor, além disso aprovação masculina mais velha e acadêmica, senti falta da doce e inocente felicidade quando Adrien dizia que eu era bonitinho, tinha um rosto lindo, também já quis elogia-lo, apesar do quão sujo seria elogiar meu agressor, queria lhe dizer: você é lindo, o que viu em mim? Eu sou tão sem graça, pareço uma taboa! Com espinhas no rosto, olheiras, e você é simplesmente lindo.

Olhei a notificação, vendo meus amigos dando parabéns e algumas mensagens confusas da Alya, olhei com melancolia, sabia que não havia nenhuma vontade de responde-los, pensei que não merecia todo este carinho, além disso a carta do meu irmão mais velho, não tive coragem de abrir até agora.

Sou uma péssima pessoa, tão nojento, feio, acha que você realmente merece isso? Nem se quer deveria está vivo deve ir para um buraco e nunca mais ser encontrado. Merecia toda dor que Adrien causou, fui culpado por aceitar aquilo, no fundo quis, adorei como o adulto falava: Você ama quando eu te toco, quando estou dentro de você, quando eu faço você chorar. Queria dizer: Não! É horrível, eu não quero nunca mais sentir isso.

Todavia quando negei, me senti culpado, senti que fiz Adrien sofrer com isto, que ele estava irritada por culpa unicamente minha. Nem se quer merecia os únicos elogios do loiro, o que lhe restava, unicamente era cicatrizes e machucados, internos e externos, para todo sempre. Novamente via a carta de Mateo, decidi abrir em uma ação impulsiva com lagrimas no rosto, estava com tanta curiosidade e raiva do meu irmão mais velho, queria saber o que foi escrito, como era suas desculpas e mentiras, como é ser alguém que deixa jovens com pais cruéis.

Meu doce Nino, faz tempo que nós não nos vemos, eu sei, eu estou me dando bem na Inglaterra, neste seu aniversário eu queria te visitar, mas infelizmente meu trabalho não permitiu. Tenho ver você e os seus irmãos.

Você sabe da grande discussão que eu tive com a mamãe, não seria bem vindo neste lugar novamente, não por ela, nem por ele, seria por você meu príncipe, meu Nino, você é o mais encantador e melhor irmão que eu consegui ter, você, Chris e Zane, eu ainda guardo suas pequenas lembranças, desenhos de todos nós juntos e colares com pequenas pedrinhas feito a mão.

Quando nós fomos visitar a praia pela primeira vez, graças ao nosso pai que uma vez na vida estava disposto a fazer algo legal com a gente, foi um dos piores dias da minha vida, eu percebi que mamãe estava tão irritada e tentou bater em você, neste dia eu levei uma surra por me intrometer, mas valeu a pena. Enquanto nossos pais estavam brigando, eu peguei você no colo e corri com os nossos irmãos para uma parte um pouco vazia, onde a gente se escondeu por horas, penso eu que duas, não me lembro tão bem, éramos tão crianças.

As vezes eu recebo ligações do Lucas, ele me disse que você esteve no hospital a pouco tempo, me pergunto o que anda passando com você nessa casa, mas, os nossos irmãos estão ai para você, eu sou um covarde de ter fugido de tudo e ter deixado você e nossos irmãos.

Eu apanhava por vocês três na infância, eu me sinto culpado por não aguentar mais do que 23 anos, eu sinto muito, queria salvar vocês disso. Não tenho coragem de te enviar mensagens de texto, eu sinto culpo e peso por ter me mudado pra outro lugar tão distante dos meus irmãos mais novos.

Eu gosto de saber que você está crescendo, todos vocês estão e muito rápido, lembro de quando você estava fazendo 17 anos, percebi o quanto você cresceu mas continuava um menininho lindo. Quando você nasceu, todos diziam que você e eu éramos a cara do papai, somos idênticos, eu tinha a mesma aparência que você nesta idade, apenas meu cabelo era longo.

Me lembro do seu aniversário de 14 anos, o último aniversário que eu estive com você, você estava tão feliz e radiante com sua roupinha de homem aranha, você adorava esse herói.

A festa não foi uma das melhores, foi neste dia que eu não consegui aguentar e fui embora, você estava sujo de terra do vazo que mamãe jogou em você, eu não consegui aguentar e entrei em uma das piores brigas com a minha mãe, um dos meus dentes foi quebrado, eu era um jovem magrelo, até hoje não sou boa em combates, nem discussões, eu odeio.

Mas para vocês, eu fiz de tudo o que eu podia, não sou mais aceite nesta casa por eles, faz meu coração doer, eu sinto sua falta, tanto que eu queria chorar, faz 4 longos anos que eu estou sem ver vocês, me sinto tão péssimo.

Sei que todas essas coisas vão melhorar, que eu voltarei a te ter nos braços como um bebê, quando eu ajudava vocês a dormirem enquanto havia discussão na cozinha, contava histórias cheias de paixão e com amor, eu sinto falta de todos vocês. Eu te amo irmãzinho, espero voltar em breve, para vê você e seu irmão mais velho e novo, meu Nino, eu sinto sua falta irmão, sinto falta dos nossos momentos, das brincadeiras, da incidência, eu te amo, as coisas iram melhorar.

Feliz 18 anos meu bebê, em breve eu irei te ver, eu prometo.

Me sentei com horror nos olhos, as lágrimas que descem em minha bochecha ferve, odiava sentir isso, percebi que não era sozinho, agora eu estou.

Quando tudo se tornou tão sozinho? E principalmente, por quê não me lembro desses momentos? As únicas informações que meu cérebro deixava a dispor da infância eram confusas.
principalmente, por quê não me lembro desses momentos? As únicas informações que meu cérebro deixava a dispor da infância eram confusas.

Queria me lembrar quando era feliz desta forma não me permitia, algo não permitia essas brincadeiras voltarem, percebi o quanto mudou.

Não sou mais puro ou inocente, sou sujo, não brinco e nem divirto-me, não há mais ninguém para proteger meu corpo e mente do mau.

Tive um pensamento frio e cruel: Meu irmão Mateo está preso no passado e distante, não quero você de volta, não mereço isso, nem você merece, continue na grande fossa fria e distante.