Adrien colocou os shorts adequadamente e limpou meu rosto, tentando tirar os resquícios de vômito e sangue. Como resposta, ficava desviando dos toques do loiro enqunto choro, ainda sentia minhas nádegas latejar de dor.
⏤ Vai ficar desta forma até quando? Isso não foi nada! ⏤ agarrou meu rosto me fazendo parar de desviar, conseguindo limpar.
⏤ Faz parar de doer. Ta ardendo, eu não consigo andar... Me leva pra casa. ⏤ minha voz estava quebrada e falhou, gastei ela de tanto gemer e gritar de dor.
⏤ Se não parar de chorar eu não vou te levar para casa, vou te deixar aqui mesmo. ⏤ se afastou, ligando o carro esperando o consentimento e eu parar de chorar. Limpei as lágrimas e bochechas, evitando olhar para o homem, olhei para as árvores ao redor da casa abandonada através do vidro. O carro se movimentou, a paisagem começou a mudar para carros e casas, junto com pessoas, era fim de tarde, meu inferno durou quase a tarde inteira. Me mantive em silêncio vendo Adrien pegar outro baseado, o cheiro invadiu sua mente e os olhos do loiro já estavam vermelhos, deduzi que esta sob efeito neste momento. Não deixei de sentir nojo e tentei abrir a janela para conseguir ar, não aguentava mais respirar aquela fumaça; mas ele não deixou, impedindo-me de abrir. ⏤ Quer fugir pela janela? Já te disse que vou te levar para casa, inferno! ⏤ gritou com o baseado na boca e deu um golpe no volante, o carro perdeu a direção, mas logo Adrien conseguiu recuperar.
⏤ Eu quero respirar, essa sua fumaça vai me matar! ⏤ exagerei.
Todavia o cheiro era péssimo e ele tirou um isqueiro do seu bolso na blusa. ⏤ ¡No jodas! Estoy cansado, ¿no lo ves? ¡Cierra la puta boca! ⏤ gritou olhando para mim com o fogo acesso. ⏤ Não aguento mais ouvir a sua voz reclamando, não pode dizer um obrigado por eu ter limpado toda a sujeira que você fez? Porca preguiçosa. ⏤ falou ríspido. Olhando pra o fogo aparentando pensamentos instrusivos de queimar o carro com ambos ali dentro, assim acabaria com o inferno que esta sua vida. Permanecia calado com os olhos marejados, querendo voltar a chorar e não conseguia me mover com tanta felicidade no banco, ainda enxergava o ácido metálico de cor vibrante preso no couro do carro. Minha casa já estava a vista, ele saiu do carro junto comigo me ajudando a caminhar até a porta esperando alguém atender, me fazendo protestar com o olhar. ⏤ ¿Qué pasó? Não posso conhecer sua família? ⏤ sua voz soava brincalhona, me fez tremer, quero chorar.
O homem não apresentou medo e apagou a erva guardando em seu bolso, estava muito ansioso; não queria que o loiro estivesse aqui, tive medo de aparecer minha mãe ou meu pai. O maior não parecia pensar.
Logo a enorme porta cinza se abriu, vi cabelos verdes saindo primeiro, era meu irmão mais velho Zane, senti um pouco de alívio por não ser mamãe.
Minha dor já era um grande problema, não precisava de mais problemas.
⏤ Oi? Ninito o que aconteceu? ⏤ olhou confuso para o adulto em pé, que sorriu de forma simpática.
⏤ Eu cai, o irmão mais velho do meu amigo que eu passei a tarde me trouxe. ⏤ mostrei os joelhos ralados, tentando ficar de pé e disfarçando a dor nas partes íntimas.
Adrien olhou-me por trás friamente, queria saber se iria contar o ocorrido de fato, apesar de ter aceitado o chupar lutei desta vez e a dúvida havia crescido no seu peito. ⏤ Estavam correndo, crianças. ⏤ riu como se eu não tivesse dezoito anos e me ajudou a aproximar do meu irmão, me entregando.
⏤ Bem, obrigado por trazer ele. ⏤ falou sorrindo, era tímido para outras pessoas, principalmente outros adultos.
Estava com seus óculos característicos e cabelo para trás, com vergonha de esta desta forma na frente de outra pessoa, que não conhecia. Deseja ir para dentro com seu irmão logo, agarrei os braços de Zane tentando disfarçar que estava prestes a cair a qualquer momento.
22:54
Acabei de chegar ao meu quarto, evitei trocar palavraas com meu irmão, aparentemente Chris não esta em casa. Sentando na cama com dor olhei na direção do espelho, vendo meus olhos inchados de chorar e um pequeno corte na boca.
Sorri tristemente vendo que faltava meu dente da frente esquerdo, me senti feio, como iria explicar? Devia tantas explicações, meu corte violento na mão, me senti fraco o tempo inteiro, agora um dente quebrado.
A culpa de mentir dominou meu coração, odiava mentiras, principalmente quando eram para esconder alguma coisa importante, eram meus irmãos, minha família.
Me curvei ligeiramente, tampando a boca com a palma da mão, estou feio, por isso Adrien me tratou daquela forma, não sou interessante ou bonito suficiente; deveria ter sido bonito e amável para ele, talvez assim iria gostar de mim, me tratar de forma gentil, dizer que sou lindo, passar momentos quentes e delicados com o loiro.
Todavia não conseguia ser um amigo suficiente, não conseguia ser bonito suficiente, não conseguia ser um irmão suficiente, não conseguia ser um filho suficiente, não consegui nem ser um brinquedo suficiente.
Abracei meu corpo gelado, sentindo minha carne fría, sentindo o sangue dos meus shorts escolares secar no tecido, vou ficar marcado para sempre pelos toques de Adrien.
Um choro baixo escapou dos meus lábios, trêmulos e doloridos, como todo meu corpo pelas pancadas. Não quero ir para a escola, não quero fingir que estou bem para diversas pessoas, não quero mais existir, quero morrer.
Senti-me vazio e morto por dentro, como se Adrien acabasse de deixar uma dor e angústia enorme em meu coração, sinto que fui despedaçando, olhei para o meu teto e imaginei ele por cima do meu corpo.
“Por favor não diga que não me ama.” Ecoou um sussurro pesado e carregado de dor.
Em minha imaginação o adulto sorriu, achando engraçada e olhou com dor. “Você apenas tem um corpinho bonito.” Não consegui respirar com o choro forte que iniciei, saber que fui usado era o fim, meu fim.
Não sei se a voz era real ou coisa da minha cabeça, me senti tão triste que pensei que iria morrer, era a sensação de ser uma criança e ter seu doce favorito roubado, mas era pior.
O mundo poderia acabar agora, tudo estava perdido, fui usado, fui humilhado, fui machucado, por nada.
Quem seria eu se não há ninguém para me amar de forma tão intensa?
Faria de tudo por amor, mas isso não foi, isso fui eu me destruíndo, meu fim do mundo, senti o chão em minha volta desmoronar e cair em um vazio escuro sem oxigênio.
Levei as mãos ate meu pescoço e enrolei, não seria o suficiente para me matar, mas me deixou sem ar por longos segundos enquanto as lágrimas desciam e a noite era mais visível.
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O Cachorrinho Do Professor (Adrino)
RomanceEle parecia um anjo irresistível! Seus traços angelicais, boca rosada, olhos de chocolate, seu corpo magro e pequeno. Aquilo era um pecado pra o novo professor do colégio particular de François Dupont. - Isso é uma adaptação da fanfic criada pelo @e...