22   Lembrando o pau que machuca

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19:05

Os olhos vagaram pelo rosto atraente dele, o cheiro do cigarro era evidente; resolvi não ligar, sorria ao ser tocado. Desta vez não era tão doloroso, apenas desconfortável mas me acostumei.

Tive coragem de perguntar, olhando no fundo dos olhos do Adrien. ⏤ Você também sofre? Eu também te deixo com dor? ⏤ os olhos esmeralda se chocaram com o chocolate. ⏤ Amar é assim, Adrien? ⏤ parei brevemente, percebi um olhar confuso do maior. ⏤ Eu te faço sofrer? Te vi triste no dia que brigou com aquele homem.

⏤ Estúpido você não sabe de nada! ⏤ grosseria era notável, é um bruto.

⏤ Me desculpe! Eu não vou perguntar mais essas coisas. ⏤ prometi com lágrimas nos olhos, ele não havia ficado nada feliz com os questionamentos.

Estou deitado no chão da cozinha do apartamento dele, nu e com alguns machucados em meu corpo principalmente nas pernas.

Me senti humilhado, inútil, como um grande nada. Minha existência servia de algo de verdade? Apenas queria respostas! Me questionei com dor no orifício o porquê Adrien parecia tão infeliz quando escutou.

⏤ Vou arrancar sua língua pra fora, vadia! ⏤ se agachou na minha altura pegando meu rosto com força.

⏤ Não. ⏤ gritei assustado. ⏤ Por favor, você está me assustando. ⏤ minha boca foi tampada pelas mãos grandes dele.

⏤ Se você gritar igual uma putinha mais uma vez eu juro que vou arrancar. ⏤ chocou o meu corpo contra a parede, era a primeira vez que foi tão violento. Pensei em gritar e pedir ajuda, o medo foi maior, meu corpo tremia e não parava de chorar; minhas partes íntimas tinha sangue e queimaduras de cigarro nas pernas, durante o sexo ele queria me queimar, não me vi com escolhas e permiti. Ardia como o fogo do inferno. Olhei com os olhos cheios de tristeza com lágrimas descendo. Uma punição tão grave porque lembrei ele sobre seu irmão; o loiro não sabia controlar sua raiva, descontando tudo o que sentia em mim. ⏤ Você viu agora? Viu como é uma criança machucada de verdade? ⏤ perguntou desdenho, não esperava uma resposta para essa pergunta.

Pov Adrien

Os olhos chorosos e tristes dele causaram um sentimento esquisito em mim, me lembrei que toda vez que apanhava daquela forma sentia raiva, lembra da sensação de chorar de dor e raiva, Nino parecia esta mais triste, não querendo vingança ou me esfaqueiar nesse exato momento.

⏤ Por favor... Pára, eu não aguento mais Adrien. ⏤ implorou chorando, não conseguia se sustentar em pé, o sexo foi brutal e os tapas, queimaduras, seu corpo estava no limite.

A culpa dançou em meu peito, olhei para o rosto dele e o pegei no colo, vendo que ele podia quebrar de tão fraco que estava, mas quero quebrá-lo.

Porque senti pena agora?

Porque você não terminou de espancar até sua morte?

Estava me remoendo e trouxe Nino para meu peito, queria sorrir e mostrar que estava bem agora, que não iria fazer mais nada, mas nem isso conseguia fazer.

Olhei com desgosto e confusão para ele, me senti como uma pessoa horrível, logo pensei como era o diabo em pessoa; deixei o pequeno no sofá, era mais confortável e quentinho comparado ao chão, onde estava e pegou as suas roupas que estavam espalhadas pelo chão.

19:58

Esse cartaz era apenas uma das decorações sinistras que eu gostava e estava espalhada pelo apartamento inteiro mas minha cama tinha seu cheiro, era de frutas cítricas, os lençóis pareciam estar limpos e seu corpo ainda estava pesado, algo esta errado

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Esse cartaz era apenas uma das decorações sinistras que eu gostava e estava espalhada pelo apartamento inteiro mas minha cama tinha seu cheiro, era de frutas cítricas, os lençóis pareciam estar limpos e seu corpo ainda estava pesado, algo esta errado.

Cuidei dele como um bebê, ele gostou disso, apesar de querer me odiar pelo ocorrido, sua garganta doía de tanto que foi apertada quando meu membro entrava dentro e empurrava sem pena diversas vezes.

Estou ao seu lado, sorrindo não me arrependo do que fiz pra ele, fazendo se sentir sonolento, mas não aparenta querer ficar tão vulnerável dessa forma, apesar de não comer bem nesses últimos dias, se sente fraco.

Depois de ter sido espancado por dentro e sofrer queimaduras por fora, estava a ponto de desmaiar se tentar fazer esforço físico.

Pov Nino

Ambos não havíamos falado sobre, tive medo de tocar no assunto e receber mais golpes, queria esquecer, quero esquecer isso, fingir que o meu medo de ser tocado, medo de apanhar. A comparação com a minha mãe cada vez ficava mais forte, Adrien também bateu em mim como mamãe bate, também me xingava de nomes sujos e maldosos, se aproveitava da minha ingenuidade e inseguranças.

Adrien era como mamãe.

Não gostei do sentimento, queria morrer ali mesmo, nos braços do loiro mas os dois haviam um diferencial. O loiro me tratava bem depois, dizendo coisas bonitas como:

"Você é lindo."

"Eu adoro seu corpo."

"Você fica tão lindo quando é amável."

"Meu príncipe."

Me senti culpado, senti que merecia apanhar mais para deixar aquela culpa em meu peito, de gostar de o ouvir e de ter perguntado sobre a dor dele, cheguei a uma conclusão; eu também faço Adrien sofrer, por minha culpa ele perdeu seu irmão, correu risco do seu emprego ser perdido e faço ele ter raiva.

Entreguei meu rosto na blusa preta de Adrien, queria falar que sentia muito, que sentia muito por gritar, de chorar, de ser tão infantil para ele.

E também, queria me livrar da culpa em meu peito de gostar de quando Adrien me elogiava, mesmo abusando, tocando por todas as partes e dizendo coisas sujas, quer dizer. "Se você quiser ser ruim, seja ruim comigo."

O Cachorrinho Do Professor (Adrino)Onde histórias criam vida. Descubra agora