𝓒𝓪𝓹í𝓽𝓾𝓵𝓸 11

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O despertado não para de tocar, perdi as contas de quantos minutos eu coloquei a mais.

Olho para o celular e já são 6:45, ok, com certeza o Pedro vai me matar.

Bufo e sinto um cansaço invadir meu corpo, será que vale a pena ir para escola hoje?

Olho para o teto branco e fecho os olhos, minha mente é invadida com a lembrança do Thiago me beijando.

Abro os olhos rapidamente e percebo que não pensei nisso direito ontem.

Ele disse que eu tava linda, sinto minhas bochechas formigarem, respiro fundo com um sorriso convencido.

Minha respiração para quando lembro mais uma coisa, Gabriel segurando minha cintura e nossos corpos colados um no outro, seu olhar dirigido a mim me olhando tão intensamente que parecia me consumir inteirinha.

Engulo em seco e tento afastar essa lembrança, mas outra vem em minha cabeça, uma que nem eu mesma tinha percebido ontem, o Gabriel com a blusa molhada marcando seu corpo levemente malhado.

Sinto meu rosto ficar todo vermelho, tá tudo queimando! Como um garoto de 17 anos já tem tudo aquilo? Tá muito quente aqui né? Começo a me abano com as mãos para esfriar meu rosto.

Quer saber vou para escola, corro para o banheiro e jogo uma água fria em mim, meu corpo deu uma esfriada, sinto uma carga elétrica percorreu no meu corpo, acho que tá gelado de mais.

Quando estou preste a mudar a temperatura, o Gabriel aparece em minha mente de novo. O que ele diria agora? Provavelmente diria que é muito melhor assim, é estranho que até mesmo o gelo pode queimar.

Fecho o chuveiro e coloco meu uniforme, prendo o meu cabelo em um rabo de cavalo alto e passo algumas maquiagens.

Desço as escadas correndo e vou em direção a porta, Pedro ainda está com o carro parado, mas parece muito bravo.

Entro no carro sem dizer nada, Luna está impaciente, o que é raro, olho para Pedro que parece se segurar.

- Sabe que horas são?

- 7 horas?

Pedro me olha e realmente ele está muito e muito bravo.

- 7:30 Carol!

- Ah, não é tão ruim assim...

Pedro respira fundo se controlando e eu tento o máximo fazer uma cara de cachorro abandonado.

- Não venha com essa cara.

- Desculpa.

Faço um voz mais delicada para tentar amenizar as coisas, Pedro me olha com raiva, mas desiste e vira para frente, ele não consegue sustentar muito quando se trata de mim.

- Você passa muito pano para ela Pedro.

Luna implica com Pedro e eu rio baixo.

- Vocês adolescentes.

Pedro continua a dirigir e eu e a Luna nos olhamos, a gente aprendeu com o tempo que ter o Pedro com raiva é muito irritante, então desenvolvemos uma forma dele desistir de sentir raiva só de olhar para gente.

- Vai lá em casa hoje?

- Sim.

- Mentira, conseguiu arranjar tempo nessa sua agenda tão apertada?!

Luna provoca e eu rio, sei que não tenho dado muita atenção para ela, eu também preciso da ajuda dela para entender algumas coisas que estão acontecendo, mas não posso falar do Gabriel.

- Não fala assim, desse jeito vou me sentir uma péssima amiga.

- Mas você tá sendo.

Luna cruza os braços e faz uma cara de emburrada, rio e coloco minha mão no ombro dela.

𝐓𝐞𝐧𝐭𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐬𝐞𝐫 𝐚 𝐩𝐫𝐨𝐭𝐚𝐠𝐨𝐧𝐢𝐬𝐭𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora