Entro com a Luna em casa e deixo os dois se matarem, não sei o porquê o Thiago estava aqui e muito menos a Luna junto com ele, mas dá para ver em seu rosto que algo a abalou, não sei se é o momento certo de perguntar o que aconteceu.
- Luna.
- Carol, eu aconselho você tomar um banho...
Fico constrangida ao perceber que provavelmente eu estava fedendo a suor, nem os meus perfumes conseguiria disfarçar esse cheiro.
- Não tá tão ruim assim.
- Não sei aonde vocês foram, mas com certeza não era um lugar com bom cheiro.
Na verdade tinha um cheiro incrível de campo, mas descer e subir montanhas fez a gente suar, além disso ainda ficamos deitados em cima de flores. Acredito que seja uma desculpa para adiar a conversa que teremos, mas também uma verdade que meu cheiro deve está incomodando. Deixo Luna assistindo tv e subo para o meu quarto, procuro algum pijama e escolho uma camisola branca com um pouco de detalhes rosa, entro no banheiro e tiro a bota, a bota que Gabriel me emprestou, por que se dá o trabalho de me entregar sua bota? Thiago disse que ele sempre leva um calçado reserva e eu mesma vi, não acho que ele esqueceu, mas não quero especular nada. Entro no box e deixo a água quente escorrer por todo meu corpo.
- Ele... Tem tantas barreiras.
Digo em voz alta sabendo que ninguém ouviria, não consigo entender o porquê os seus olhos azuis como gelo tem tantas barreiras e parece que quando finalmente cai volta em segundos, eu o instabilizo? Fecho meus olhos e me lembro claramente de está perto dele, ele segurando meu pulso e uma raiva enorme tinha me consumido, mas por que agora eu não sinto raiva? Só consigo sentir ansiedade ao lembrar de quando estávamos perto um do outro, é errado amar o seu toque e sentir falta sem mesmo ele ter tirado? Eu o odeio por ter esse efeito em mim. Coloco minha camisola e olho para bota dele que está no chão do meu banheiro, agacho e encosto nela.
- O garoto que eu odeio me deu suas botas, para eu não sentir frio e nem encostar no chão de pedra, me carregou porque meus pés estavam inchados, jogou a bota que eu ganhei de presente da Luna para eu não andar com ela novamente, me disse que um hambúrguer era o suficiente, que eu não precisava de mais. Esse garoto parece ter tantas barreiras e as vezes sinto que consigo quebrar elas sem esforço, talvez seja isso o que o irrita.
Se me vissem diriam que sou maluca por está falando sozinha e ainda em voz alta, mas não consigo evitar, parece tão irreal mesmo dizendo isso em alto e bom tom, suspiro, eu não consigo entender porquê ele consegue me deixar desse jeito. Limpo a bota com um lenço para assim eu entregar para ele amanhã, deixo em um canto do banheiro e vou para a sala ver como a Luna está, para minha surpresa Thiago está junto com ela, os dois estão olhando um para o outro como se soubesse segredos, eu gosto do Thiago, mas o jeito como se olham é exatamente o jeito que eu quero que alguém me olhe um dia.
- Thiago?
Chamo sua atenção para mim e ele se vira para me ver, assim que seu olhar bate em minhas vestes, seus olhos parecem se saciar com essa imagem.
- Carol.
Ele pronuncia meu nome com um sorriso e se aproxima de mim, me surpreendendo com um abraço, tento retribuir o abraço, mas não consigo reagir rápido.
- Queria te ver.
- A gente não já se viu?
- Sim, mas eu quero um pouco mais de você.
É fofo da parte dele, entendo que possivelmente ele esteja irritado por me ver com o Gabriel, ainda mais dando a entender que eu passei o dia todo com ele, o que é verdade. Não estamos namorando, mas será que eu também ficaria desse jeito se ele ficasse o dia todo com a Luna? Melhor chamar ele para conversar em um lugar silencioso, ou melhor, longe dos ouvidos da Luna.
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𝐓𝐞𝐧𝐭𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐬𝐞𝐫 𝐚 𝐩𝐫𝐨𝐭𝐚𝐠𝐨𝐧𝐢𝐬𝐭𝐚
RomantizmCarol é uma adolescente de 16 anos, viciada em livros de romance como a maioria das garota. Ela deseja viver como nos livros, acreditando que um garoto vai oferecer o casaco por está frio, que vai dá flores ou até mesmo oferecer um guarda chuva. De...