𝓒𝓪𝓹í𝓽𝓾𝓵𝓸 15

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𝓛𝓾𝓷𝓪

Ligo uma vez, duas e cinco, mas ninguém atende, ela deve está ocupada. Olho no instagram dela e a última publicação não faz nem 1 minuto, parece que ela está em uma praia com um monte de adolescentes, que maduro mãe. Aperto meu celular e sinto minha mão doer, droga, me jogo na cama e bufo.

- Nem para atender uma merda de ligação ela atende.

Digo mais irritada do que eu imaginava, eu já devia ter me acostumando com isso, ela deve tá ocupada de mais curtindo e ficando com gente mais nova que ela, e meu pai deve tá abafando isso da mídia que nem ele faz quando fica com as secretárias. Somos todos bonitos, todos querem um pedaço da gente mas se vissem como somos podres por dentro não chegariam perto, eu sou dessa família, então sou tão podre quanto eles, ajudo a manter essa máscara.

Me levanto e visto um casaco, vou dá uma volta para esfriar um pouco a cabeça. Saio de casa e ando na direção da praça mais próxima daqui, dessa vez estou usando um tênis, não precisarei jogar nenhum sapato para longe, e nem vou precisar que peguem o meu sapato, rio com a lembrança de Thiago achando meu sapato, quase me senti a própria cinderela, até ela tava disfarçada no filme, sinto minhas bochechas formigarem ao lembrar de Thiago dizendo que meus olhos eram lindos, os deles também são, ele me olhou tão profundamente como se visse coisas que ninguém vê, bom nesse exato momento ele sabe de coisas que nem a Carol tem idéia.

Quando chego na praça vejo alguém no balanço, um homem bonito de longe, loiro, ele está olhando para o céu e parece desejar sumir e ficar alí para sempre, eu sei como ele se sente eu também desejo me esconder nas manhãs ensolaradas e ficar alí sem me preocupar com tudo isso. Me aproximo sem fazer nenhum barulho e o homem não percebe minha presença, chego mais perto dele e noto que o homem é o Thiago, o mesmo cara que eu estava observando e a mesma pessoa que eu estava pensando antes de chegar aqui.

- Thiago?

O chamo e ele olha em minha direção, não percebi que me aproximei de mais, ouço a respiração dele daqui, ele nem percebeu o quanto estamos perto visto sua reação, ele tá surpreso em me ver, da para perceber isso em sua cara, seu nariz tá vermelho, acho que ele está com frio, seu cabelo está seco, mas o seus olhos verdes estão radiantes, bem diferente de quando eu o avistei olhando para o céu.

- O que você está fazendo aqui sozinho?

- Vendo o céu.

Olho para o céu e realmente dá vontade de ficar olhando de tão lindo que está, sorrio pois até mesmo em algumas coisas tem um lado bonito, nem sempre é só nuvens, nem sempre é escuro, e mesmos se for, aos olhos de alguém é encantador, volto a olhar para Thiago que está me olhando atentamente, me deixando um pouco constrangida.

- É tão lindo né?

Digo meio sem jeito, e Thiago não desvia seu olhar do meu rosto, me sinto um pouco intimidada.

- Sim.

Ele diz olhando em meus olhos e sinto minha respiração falhar, ele sorri, esse sorriso que parece o sol quando nasce, uma brisa fria passa e me encolho, tá bastante frio hoje.

- Por que você está aqui?

Thiago pergunta parando de olhar em meus olhos e olhando ao redor.

- Queria respirar outros ares.

- Tá tudo bem?

- Claro, só não estou conseguindo dormir direito.

- Entendo.

Thiago diz meio desanimado, acho que alguma coisa o atormenta, percebi assim que vi ele, mesmo não sabendo quem era notei isso.

- Quando eu cheguei aqui e vi você olhando para o céu parecia que você queria fugir e ficar nele.

𝐓𝐞𝐧𝐭𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐬𝐞𝐫 𝐚 𝐩𝐫𝐨𝐭𝐚𝐠𝐨𝐧𝐢𝐬𝐭𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora