Passo pela cantina e sinto um olhar pesado sobre mim, como se cada passo meu, cada respiração tivesse sendo contado.
Procuro disfarçadamente, busco saber que pressão é essa direcionada a mim.
Meu coração aperta a encontrar seus olhos azuis gelidos, me dando um calafrio na espinha, engulo seco. Gabriel não desvia o olhar mesmo eu tendo reparado que ele estava a me observar. Suas sobrancelhas estão curvadas, seus lábios franzido em uma linha fina. Minha respiração mal sai, me sinto presa, presa a esse mar, seus olhos azuis que muitas da vezes pode se parecer estrelas... Até mesmo o oceano e suas ondas, ou apenas a fortaleza dele. Nesse momento seus olhos parecem um mar, ao qual eu estou me afogando.
Segundos ou minutos se passam e nenhum de nós dois desvia o olhar, até que Gabriel se meche saindo da sua cadeira e caminhando em minha direção.
Por que eu estou o esperando? Deveria correr daqui.
Exatamente isso que eu faço.
Praticamente corro para dentro dos corredores da escola, infelizmente Gabriel estava bloqueando a saída para a quadra.
Aperto meu passo a cada momento, evito de olhar para trás, algumas pessoas ainda estão pelo corredor, mas a cada segundo que eu sigo em frente está ficando vazio, eu deveria voltar, a essa altura ele já foi embora. Respiro fundo e tomo coragem, me viro, não a ninguém, literalmente ninguém, solto um suspiro de alívio.
Procuro pelos lados e não tem nenhum sinal de vida, não sei se isso me conforta para ser sincera...
O que é pior ficar sozinha ou ficar a sós com Gabriel? Gabriel, com certeza, eu diria que até a escuridão tem medo dele.
Só para prevenir vou pelo outro corredor, melhor não arriscar. Ando pelo caminho familiar, o mesmo que eu faço todas as manhãs para ir na aula de...
Sinto um aperto forte em minha mão, me puxando agressivamente para dentro da sala. Meu coração está a mil, não consigo ver nada, está tudo escuro.
A porta se fecha atrás de mim, fazendo um barulho enorme, sou pressionada sobre ela, por um corpo masculino, minha barriga está formigando.
Esse cheiro, esse toque... Minha mão ainda está sobre sua posse, ele a coloca na lateral da minha cabeça, chamando finalmente minha atenção para seu rosto, tento me acostumar com o escuro para ver a face dele, mas eu já tenho uma ideia de quem seja, por quê estou tão convicta que é ele? Eu quero que seja?
Gabriel...
Reconheceria esses olhos de longe. Fixo nos meus, aumentando mais ainda o frio em minha barriga, quero me encolher, mas não consigo com ele tão perto de mim. Seus lábios raspando em minha têmpora.
Desde de quando eu comecei a prestar tanta atenção na nossa a proximidade com tantos detalhes? Desde de quando isso começou a me deixar tão aflita?
-Tava fugindo de mim? - sua voz rouca soa pela sala silenciosa, fazendo cosquinha em minha garganta, minha respiração se torna pesada quando sua outra mão segura meu queixo levantando meu rosto com delicadeza, sinto seus lábios reparem levemente em minha testa, tento ao máximo olhar em seus olhos azuis, que parecem brilhar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐓𝐞𝐧𝐭𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐬𝐞𝐫 𝐚 𝐩𝐫𝐨𝐭𝐚𝐠𝐨𝐧𝐢𝐬𝐭𝐚
RomanceCarol é uma adolescente de 16 anos, viciada em livros de romance como a maioria das garota. Ela deseja viver como nos livros, acreditando que um garoto vai oferecer o casaco por está frio, que vai dá flores ou até mesmo oferecer um guarda chuva. De...