06- Meu nome é Mickey.

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Faziam três dias desde a última vez que Athina viu a loira Nara. Ainda estava se sentindo mal pela conversa estranha que tiveram e   pelo jeito que a tratou, e claro também saudades da companhia agradável e sorriso contagiante, mas não ligou nem mandou mensagens.

Começava a refletir sobre o porquê de estar naquela situação. E a única explicação que encontrou foi que estava concentrada demais em ser uma boa profissional e que os amigos e familiares vinham primeiro.

Ou só pensava assim porque queria arranjar um motivo por estar sozinha.  Ela saiu para se divertir de vens em quando, era simpática, linda e independente, e também conhecia sempre gente nova, não entendia porquê decidiu esperar só e não se apaixonar.

Era tanta confusão em seus sentimentos, que nem seus  pensamentos estavam livres daquela montanha que girava na tomada de consciência de suas decisões erradas, na vontade de arranjar um culpado, no desespero em constatar mais uma vez que era ela a culpada e na culpa por ter pensado besteira antes.

Estava mal humorada, triste e cabisbaixa e como não conseguia se entender e não tinha nenhuma vontade de ficar no meio de pessoas fingindo estar bem enquanto quebrava aos bocados, decidiu que tiraria suas férias e descansaria em casa, ou melhor, se esconderia em casa.

Cristina não se importou muito com o pedido de férias repentino, apenas se surpreendeu mas concedeu o que lhe era por direito, então a morena fechou sua sala e com o espírito baixo foi para casa.

Julian ligou naquela manhã, perguntado se ela estava bem e pedindo desculpas em nome de Heloise por qualquer coisa que a tivesse chateado. Ficou sabendo através dele que ela estava indo para Adni ver uma casa com o marido, e que fariam a festa de casamento lá.

E então se sentiu triste, não pela solidão, mas porque sua amiga estava passando por coisas tão bonitas e ela não estava lá com ela.

Mas não chorou, ficou apenas em casa, comendo torradas com o mel que Caleb havia lhe oferecido quando decidiu responder o desconhecido.

- Querido desconhecido, desculpe ter invadido seu e-mail...  -  Com um pedaço de pão na mão Athina escreveu, fez uma careta e enviou. E para sua surpresa, o estranho respondeu.

- Você tem uma habilidade e tanto, me empreste. - Mickey respondeu quase que instantaneamente. Ele não estava esperando pela resposta após tanto tempo, mas ficou feliz por receber.

- Acho que não funciona assim. - Digitou nervosa e um pouco desconfia também. Afinal ela era uma invasora, bom, criminosa era o termo mais adequado, e ele  estava mesmo lhe respondendo.

Avisou sua mente a ficar atenta a qualquer ataque cibernético, mas depois limpou tais ideias lembrando do e-mail em reconhecimento que ele lhe enviou. Era óbvio que ele não estava lhe procurando para às autoridades lhe entregar.

Então, relaxou.

- Essa é a parte chata da vida, quando você quer alguma coisa, tem que aprender ou lutar por ela. - Mickey brincou.

- Não é tão difícil quando se dedicar. - Athina assegurou.

-  Hmhm, já tentei assaltar a conta bancária do meu pai  uma vez. Tudo que  consegui foi ser repreendido. - Novamente brincou o moreno.

- O meu pai disse que eu estava possuída por um espírito do mal quando fiz algo parecido. - A Jovem moça também estava se divertindo.

- Ah, eu entendo seu pai, também consideraria isso uma possessão demoníaca. - Escreveu. -  Mas agora, só para matar minha curiosidade, como fez isso. Sabe, me mandar um e-mail, e eu nem consigo ver de quem se trata, e como estou te respondendo mesmo? - Curioso ele disparou as perguntas que inconscientemente ganhavam espaço em sua cabeça. Ele precisava saber.

Querido Desconhecido.Onde histórias criam vida. Descubra agora