12- Até de madrugada.

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- Mickey, faz uns dias que não te vejo. - Karen comentou lhe acompanhando na caminhada matinal para sua sala. - Está fugindo de mim? - Perguntou.

- E porquê faria isso? - Mickey devolveu confuso. Aquelas conversas matinais, tinham sempre alguma coisa, ele já sabia. E como Karen o "acusava", deduziu que o assunto era sobre ele.

- Primeiro porque não quer falar sobre o facto de não ter ido para Adni encontrar sua madrinha. E verdadeiramente eu entendo, afinal ainda tem tempo antes que o seu pai grite com você pelos corredores... Ou que ela venha até aqui reclamar da sua incompetência. - Com um ar de superioridade, a ruiva comentou olhando as unhas esmaltadas em verde.

- É, eu ainda tenho tempo já que ela não vai abrir o hospital amanhã. - Concordou pensando em quem deveria ser o fofoqueiro da vez para que ela estivesse sabendo de tanto. - Mas para o seu desgosto amiga querida, estou em constante contato com a minha madrinha e vou encontrar com ela não tarda muito.- Acrescentou com ar vitorioso. Surpresa, Karen agarrou seu braço o fazendo parar no caminho.

- Como assim, voltou a falar com a senhora Trina? - Questionou electrizada. Mickey olhou para ela espantado, as vezes parecia que ela detinha o jornal de sua vida em mãos, o que era bastante estranho já que ele mesmo não o escrevia.

- E tem motivo para não nos  falarmos? - Devolveu o jovem.

- Desde a última vez que me informei, vocês não estavam se falando porque ela se chateou novamente com o facto de você não estar mais casado com a querida Ema. - Karen respondeu.

- Então pare de se informar tanto sobre a minha vida, se não vai se perder nela. - Provocou tocando com o dedo o nariz da amiga.

- E agora, quanto tempo vai durar essa união entre vocês? - Recuando alguns passos, Karen soltou o braço masculino.

- Até que a morte nos separe. - Mickey respondeu. Karen arqueou cruzou os braços. Incrédula era o que dizia todo seu corpo. - É sério, dessa vez foi uma conversa muito séria e está tudo certo. - Garantiu voltando a andar.  - Ela pediu desculpas por ter ficado chateada comigo durante todo esse tempo, e eu pedi desculpas por não ter sido mais educado. Ela disse que agora entende que tenha sido o melhor para ambos. - Explicou.

- É, primeiro me sentia igual a ela. Era como se a proposta de casal perfeito tivesse se desfeito e isso me magoou um pouco. - Karen admitiu entrelaçando o braço no do amigo. Virando a cabeça em sua direção, Mickey olhou para ela completamente surpreso. Aquela informação era nova. - Não me olhe assim, até você ficou magoado com o seu término. Claro que eu, a maior apoiadora, também ficaria. - Disse.

- Foi a melhor decisão. Antes de nos transformarmos pessoas tóxicas. - Mickey argumentou. O fim daquele casamento ao princípio lhe trouxe tanta dor de cabeça, mas agora carregava tudo como um grande aprendizado e respeitava muito  Ema por de uma ou outra forma ainda estar caminhado do seu lado.

- Eu sei querido. Demorou para perceber, mas agora ficou mais claro que nem todas as almas gêmeas são amantes... As vezes elas são só bons amigos, familiares ou até conhecidos. - Argumentou a mulher. Mickey percebeu que lhe fazia andar lento, mas não questionou.

Apenas seguiu seu passo.

- Você acha que eu e a Ema somos almas gêmeas? - Questionou confuso.

- É sim, e para ser sincera agora eu acho que cometeram um erro ao se relacionar de forma romântica. - Segredou. Mickey riu quase concordando. - Mas pelo menos temos a Alice, então você foi perdoado. - Desta vez sim,  o moreno concordou.

- E a outra coisa para eu estar fugindo de você? - O advogado questionou lembrando-se do assunto anterior.

- Você está namorando e não me disse com quem. - Karen lhe fez parar novamente.

Querido Desconhecido.Onde histórias criam vida. Descubra agora