24- Confusão, preocupação, decisão

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Com o telefone ao ouvido e uma expressão de preocupação, Mickey dava voltas e mais voltas em casa não conseguindo se acalmar. Pensava no que poderia ter acontecido e não encontrava resposta para as próprias perguntas.

No dia anterior haviam combinado que assim que voltasse do passeio com a filha, conversariam. Mas isso não ocorreu, ele ligou e ela não atendeu. Primeiro pensou que  estivesse dormindo naquele final de tarde, mas quando seu telefone passou a ser assinalado como desligado na parte da noite, ele se preocupou.

Não por ser paranóico, mas porque conhecia Athina e sabia que não era seu feitio ter o telefone desligado. Ela poderia não atender uma chamada, mas acabava sempre por retornar um tempo depois.

Ele se preocupou, e nervoso sentou para pensar no que poderia ser tudo aquilo. Se perguntava se havia acontecido alguma coisa grave.

Se era sobre o ele, ou sua família. E por quê não estava atendendo antes, e agora porquê estava desligado o aparelho?

E principalmente onde estava Athina, estava bem? E  que silêncio todo era aquele?

Desistindo do telefone, o filho de Angel pegou a chave do carro e foi até a casa de sua amada. Bateu a porta.

Uma.

Duas.

Três.

E depois mais vezes, mas ninguém atendeu.

Não havia lá ninguém, Athina não estava em casa. E ele quase sentiu como se estivesse a beira do desespero.

Pensou em ligar para o pai para pedir ajudar para lhe encontrar, ou ligar para a polícia para que iniciassem com as buscas, mas se acalmou. Colocou a cabeça para funcionar e ligou para Heloise.

A loira também não lhe atendeu. Não por maldade, apenas porque havia esquecido o telefone em algum lugar que visitou aquela tarde. Frustrado com a falta de notícia, Mickey decidiu tentar contactar Athina outra vez.

"Hina onde você está? Estou começando a ficar preocupado. Por favor ligue para mim."

Escreveu.

Olhou a casa por mais algum tempo e depois voltou para a sua. Bateu a porta com força e mal comeu. Por momentos se perguntou se não teria ela dessistido deles, e decidido sumir para não ter que lhe falar.

Afinal ela havia se mostrado relutante para o encontrar naquela manhã, e talvez tivesse lhe achado precipitado por falar de casamento quando mal estavam namorando ainda. Bateu na testa, suspirou fundo e dispensou todas aquelas ideias. Tomou um banho para se acalmar, ligou para Ema para saber se já haviam chegado, e depois voltou a centrar sua atenção inteira em Athina e no seu desaparecimento.

Passou a noite toda tentando entrar em contato, até que amanheceu e mesmo sem ânimo, decidiu ir para o trabalho.

- Bom dia meu amigo, ou devo dizer, chefe. -  Sorrindo alegre, e com as mãos no bolso do macacão vermelho, Karen cumprimentou o acompanhando na caminhada matinal para sua sala. Naquela manhã não haviam fofocas. Apenas queria mais uma vez o parabenizar pela promoção e principalmente pelo relacionamento novo.

Essas eram suas únicas e mais puras intenções.

- Karen, agora não. - Dispensou o Percival. Estava de mau humor, não dormiu quase nada tentando contactar a namorada sumida, o que não conseguiu, então não tinha qualquer vontade de ouvir " novidades".

Fossem elas novas, antigas ou frescas. Ele simplesmente não queria saber.

- Por que está assim, com a cara amarrada logo cedo. Que foi,  te abandonaram no altar? - A ruiva brincou esbanjando alegria. Mas em resposta, Mickey fechou ainda mais a cara lhe olhando feio. - Mas não precisa fazer essa cara tão feia, Athina gosta demais de você para te abandonar. - Dando tapinhas em suas costas, a advogada tentava suavizar aquela expressão pesada que tomava agora conta de seu rosto. -  Agora é sério, o que é? - Retornou começando a se preocupar.

Querido Desconhecido.Onde histórias criam vida. Descubra agora