22- Você.

22 10 0
                                    

- Papai! - Assim que a porta da casa de Alexandre foi aberta, Alice saltou no colo do pai quase lhe derrubando. - O senhor sentiu saudades? - Perguntou agarrada ao seu pescoço e com um sorriso bonito nos lábios.

- Muitas. - Mickey admitiu juntando as testas em um sinal de carinho. Olhou aqueles traços delicados e olhinhos castanhos agradecendo a Deus por ter lhe permitido ter aquela preciosidade que poderia chamar de filha.

- Trouxe presentes. - A baixinha anunciou eufórica. Mickey olhou para a ex esposa que sorriu indicando o lado de fora.

- Presentes minha preciosa,  você que é um presente. - O advogado comentou beijando demoradamente a bochecha da filha. - Mas já que você pensou em nós e trouxe presentes, que tal me ajudará a trazer tudo para dentro? - Perguntou sugestivo.

- Mas papai, eu quero ver o meu avô primeiro. E o meu bisavô, e o meu tio. - Alice fez uma cara triste contando nos dedos. - Eu vou primeiro, e depois posso vir ajudar o senhor. - Com ar esperto a pequena resolveu. Mickey sorriu para ela.

- Claro, pequena. Mas deixe que eu trago tudo, pode ir lá abraçar sua família.- Mickey concordou lhe colocando no chão. Alegre, a menina fez o pai se abaixar para lhe dar um beijo na bochecha, colocou os chinelos que tinha para ela perto da porta e em seguida saiu correndo em direção as escadas. Cheia de ansiedade para ver os avôs e o tio, se esqueceu do que lhe disse a mãe sobre correr nas escadas.

- Não corra. - A rosada gritou abanando a cabeça. Aquela energia toda que ela tinha,  ficaria mais feliz se moderace.

- Ema querida, seja bem-vinda. - Mickey a recebeu em um rápido abraço.

- Parabéns pela promoção. - Falou a médica. Ela tinha uma teoria sobre o amor, e como deixava as pessoas mais alegres e receptivas. E sempre que via alguém sorrir, sentia se concretizar tal teoria.-  Então você vai apresentar sua "amiga" a nossa filha. - Comentou após ter recebido um obrigado do ex-marido.

- Já falamos sobre isso, eu não vou expor nossa filha a nenhum tipo de situação constrangedora. - Repetiu o advogado. Não que Ema precisasse saber, mas como sua filha estava envolvida, ele teve que falar sobre querer lhe apresentar  Athina. - Eu só vou apresentar uma amiga a nossa filha, não direi nada estranho. - Lembrou-lhe do que haviam falado.

- Mickey, eu sei que não faria isso. - Ema disse mudando o peso de uma perna para outra. Tinha uma expressão de pura compreensão no rosto e duas tranças rosas na cabeça. - Mas queria que tivesse me contado que está apaixonado, eu teria te dado umas dicas. - Brincou fazendo biquinho.

- Claro, as dicas seriam sobre como não se divorciar. - Alinhado na brincadeira, Mickey lhe deu as chinelas  para que entrassem de vez na casa.

- Ao menos você já vai saber o que não fazer. - Ema continuou entrelaçando o braço no dele. Mickey riu com a piada. - Agora me conte tudo e mais alguma coisa, como vai fazer o pedido? - Super curiosa, a rosada perguntou.

[...]

Athina  tinha dúvidas sobre o que vestir para a festa na casa de Mickey, bom, a casa era de Alexandre. Pensava se deveria ir com uma roupa mais simples por uma coisa restrita, ou se iria com algo mais elaborado por ser uma coisa com a sua família. Sem nem perceber estava no eterno dilema das noras quando vão a casa da família do noivo, namorado ou marido.

Pensava que se fosse muito simples, eles a chamariam de desleixada, e se fosse muito trabalhada, eles a chamariam de menina extravagante ou exibicionista. Estava prestes a enlouquecer com a própria cabeça quando se lembrou que poderia pedir ajuda para sua melhor amiga, que para além de dermatologista, bonita e casada, tinha um ótimo senso de moda.

Querido Desconhecido.Onde histórias criam vida. Descubra agora