Querido Desconhecido.

14- Eu adoraria.

Apesar de cansado e cheio de sono, Mickey foi até a casa dos amigos tal como o prometido. Encostando o carro na calçada, do lado de fora da casa se deparou com uma Karen em um vestido floral bastante colorido  regando o espaço verde que constituía seu quintal.

Sentia saudades deles e também dos  afilhados, então ser recebido por um abraço apertado e reclamações sobre estar atrasado não lhe causaram qualquer  escândalo.

Brincava com os bebés no chão da sala enquanto Isaac e Karen montavam a mesa para o café. Diego e Amara tinham sete meses de idade, cabelo loiro liso e olhos azuis piscina.

Diego era mais agitado e sorridente agarrando aqui e ali sempre que tinha chance, enquanto Amara era mais quieta e tímida, sempre muito observadora. Os afiliados lhe lembravam um pouco ele mesmo e os dois amigos.

- Mickey, você fica tão fofo com crianças. Nem parece que tem esse mau humor permanente. - Karen comentou parando o que fazia para lhe observar. Havia passado um flash em sua cabeça, de quando Alice era pequena e era seu marido  quem se encontrava naquela posição brincando tão encantado como ele estava agora.

- Já que estou em sua casa ruiva, vou tentar não ser tão rude e me calar. - Mickey disse sem desviar a atenção dos afilhados. Tinha um brinquedo bastante colorido do qual não se lembrava o nome em mãos, e Diego tentava de uma forma ou outra tirar de sua mão.

Sentada bem mais perto do padrinho, Amara também olhava encantada o brinquedo barulhento e colorido que seu irmão tanto almejava. Mas diferente deste, ela não se movia para tentar pegar.

- Também porque meu marido está aqui e ele tem uma arma. - Gabou-se confiante sorrindo para o detetive que acabava de entrar na sala. Piscou e sorriu apaixonada perante o olhar atento do marido.

- Não, é só porque estou na sua casa mesmo. - O Percival deu de ombros.

- Vocês dois, meus filhos estão na sala. Não os contaminem com vossa loucura. - Isaac pediu terminando o trabalho. Puxou uma cadeira e se sentou.

- Diga isso para a sua esposa que é encrenqueira sem motivo nenhum - O advogado rebateu entregando o brinquedo ao pressistente Diego, e colocando a outra no colo. Se levantou e começou a "dançar" com ela.

- Como assim, seu ingrato? - Karen rebateu espantada. - Lembra que está na minha casa, me trate com mais respeito ou vou te expulsar. - Exigiu. Isaac abanou a cabeça, ultimamente estava se sentindo o mais ajuizado dos três.

- Eu vou. Mas só quando acabar de brincar com meus afilhados lindos. - Afirmou beijando a bochecha da menina. - Isaac, teve notícias da capitã Sara? - Perguntou um tempo depois ainda se abanando com a menina.

- Ela deveria estar em casa de licença, mas ontem apareceu na delegacia e começou a dar ordens em todos. - Respondeu o jovem. Havia um tom de preocupação em sua voz, sua esposa e amigo rapidamente notaram. - Mas espero que ela continue dentro das salas e não vá às ruas por um bom tempo. - Acrescentou.

- Aquela mulher é uma máquina de prender criminosos... Não se preocupe que ela ficará bem. - Karen comentou. Sara era a capitã da delegacia onde Isaac trabalhava, e por um motivo ou outro, os advogados a conheciam. Havia sido baleado durante um confronto com criminosos, e passou três semana internada.

Mas como era terrivelmente teimosa e detinha um bom currículo, conseguiu voltar mais cedo ao trabalho.

- Eu espero mesmo. - Concordou. Mickey voltou a colocar a sobrinha no tapete, alongou preguiçosamente os braços e foi se sentar com o amigo. - Os rumores contam que você tem namorada. - o detetive comentou quebrando o silêncio momentâneo.