21- Doce e meiga.

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Caminhado pelo centro comercial, Athina se sentiu um pouquinho cansada. Em suas mãos figuravam sacolas com produtos para o seu cabelo, seus cremes corporais e sua rotina inteira de skin care. Uma outra com chocolates, e outra com temperos que achou formidáveis para sua cozinha.

Seu corpo dançava alegre na sintonia do vestido floral que usava, e seus pés se sentia agradecidos pelas sandálias rasas. O cabelo estava solto, sendo seus orelhas companheiras de enormes argolas na cor de prata e um colar discreto a volta do pescoço. Ela sorria enquanto caminhava.

Tendo realizado todas as actividades que havia programado para aquele dia, a veterinária se movia em direção ao restaurante do centro. Como já havia conseguido os documentos e permissões necessárias para abrir sua clínica,  se sentia pronta para sentar e comer calmamente. Depois iria para casa, e com sorte conseguiria dormir o que  restava da tarde antes de ter sua casa invadida pelas companhias maravilhosas e barulhentas que eram seus amigos.

Entrou no amplo espaço observando a organização do mesmo. Mesa de dois ou quatro lugares espalhados pela "sala", todos feitos de um material que pensou ser fibra. O balcão de atendimento a sua frente e a cozinha por trás dele.

Não era luxuoso, e lhe parecia bem mais certo chamar o espaço de refeitório do que de restaurante, mas ainda assim o local servia uma boa comida.

Salada, batata frita e peixe grelhado. Foi o que pensou enquanto se aproximava do balcão. Fez o pedido, pagou por ele e lhe entregaram a bandeja com o seu prato. Mas vendo a atendente que Athina tinha sacolas na mão, lhe forneceu ajuda até chegar a uma mesa vazia. Polidamente a jovem agradeceu antes de ver a atendente e seu avental vermelho voltarem para junto do balcão.

A mesa em que repousava seu prato portava quatro lugares. Em um deixou suas sacolas e no outro se sentou. Dois ficaram vagos. Tranquila, Athina começou a saborear a comida que escolheu.

- Athina, mas que conscidência agradável. - Parado a sua frente e com um sorriso no rosto, estava Isaac. Cabelo loiro muito bem penteado com um toque de gel lhe dando um aspecto quase molhado, terno azul escuro e aqueles olhinhos de piscina que eram iguais aos dos filhos, a moça sorriu para ele.

- Oi. - Athina saudou surpresa. O detetive não estava nada parecido com o que ela se lembrava. Não que tivesse lhe visto muitas vezes, mas nunca antes o viu de terno ou de cabelo tão arrumado. Na verdade, o marido de Karen sempre se vestia como um lenhador moderno.

Camisa xadrez, jaqueta jeans ou de couro, calça jeans e conturnos. E claro, seu cabelo nunca estava tão arrumado como naquele dia

- Está esperando alguém, ou posso me sentar aqui? - Perguntou indicando a cadeira de frente para ela.

-  Não, pode se sentar. - Athina convidou de forma simpática. -  De onde está vindo? - Perguntou curiosa.

- Do trabalho. - Isaac respondeu. -  Na verdade estou vindo de uma empresa aqui perto, meio que estava infiltrado lá. Mas agora que os culpados foram presos, parei para comer. - Em bom tom contou o detetive.

- Ah, que bom que deu tudo certo. - Athina só havia entendido que ele estava trabalhando e que talvez por isso estava vestido daquele jeito, e que havia acabado tudo bem. E isso lhe bastava. - E como estão os seus filhos? - A morena perguntou.

- Estão bem. Espectantes para que os vá conhecer. - Respondeu o jovem.

- Eu irei, não se preocupe. - Garantiu. - E costuma vir almoçar aqui sempre? -  Athina voltou a perguntar. Desta vez mais curiosa que antes.

- Não, eu quase não tenho tempo para almoçar durante o trabalho, principalmente se tiver um caso em mãos e estiver correndo tudo muito bem. Nesse caso nós comemos alguma coisa rápida  lá dentro mesmo enquanto trabalhamos. - Relatou. Athina murchou a cara demostrando sentir muito por ele. Abanando a cabeça, Isaac riu afirmando que não haviam problemas nisso. - E você, porque está comendo aqui sozinha? - Devolveu o loiro.

Querido Desconhecido.Onde histórias criam vida. Descubra agora