Capítulo 26 - XXII | CORPUS DELICTI

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XXII.
CORPUS DELICTI
(fatos)

Na manhã da segunda-feira seguinte, Hermione apresentou-se pontualmente a arquivista, a quem também havia apresentado o pedido de inspeção do arquivo alguns dias antes. Seu coração literalmente pulou do peito quando ela se aproximou do balcão.

A bruxa gordinha entregou-lhe o acordo de sigilo e Hermione assinou obedientemente o pergaminho antes de adicionar seu nome à lista de visitantes também. Então a arquivista a conduziu para uma pequena sala onde um grupo de mesas e (Hermione estremeceu) uma Penseira a aguardavam.

- Este é o arquivo que você pediu, srta. Granger - a bruxa informou a ela, ajustando uma pasta surpreendentemente estreita sobre a mesa. - Este frasco contém as evidências que foram mantidas com o arquivo. Presumo que você saiba usar uma Penseira?

Hermione assentiu lentamente. Seu olhar estava fixo no fio prateado e brilhante de memória que girava no pequeno frasco de vidro.

- Obrigada, vou ficar bem - respondeu ela educadamente e ficou aliviada quando a arquivista a deixou sozinha.

Depois que a porta se fechou atrás da bruxa mais velha, Hermione afundou com os joelhos fracos em uma das cadeiras e respirou fundo. Ela precisava se acalmar. Ela não tinha motivos para ter medo de examinar o arquivo. Agitação, tudo bem. Suspense, legítimo. Mas medo?

Hermione se convenceu com sucesso de que estava no Serviço Administrativo da Suprema Corte há tanto tempo que o crime que Malfoy cometeu não a chocaria além da medida. Então ela estendeu a mão rapidamente e pegou o arquivo.

Quando Hermione abriu a pasta, a primeira coisa que viu foi o rosto pálido de Malfoy novamente. Era a mesma foto que estava no arquivo público, e ela rapidamente descobriu que as próximas páginas também eram uma cópia exata do relatório que ela já havia lido. Ela continuou virando as páginas até chegar à passagem que havia sido censurada no outro arquivo. Curiosamente, eram apenas duas páginas.

Provas de acusação, causa 43.MD

O Acusado foi interrogado em 8 de maio de 1998, na presença de vários oficiais do Departamento de Execução das Leis da Magia, Escritório dos Aurores, a respeito da noite de 2 de maio de 1998 (Batalha de Hogwarts). Além do interrogatório, a varinha do Acusado foi verificada quanto ao último feitiço lançado pelo uso do Priori Incantatem.

Foi provado que o Acusado executou com sucesso uma Maldição Imperdoável (cf. Decreto 32 §2 DPM) na noite de 2 de maio de 1998. Isto coincide com as declarações feitas pelo Acusado. A infração penal prevista no Decreto 32 §3 DPM é assim considerada cumprida.

A Maldição Imperdoável que o Acusado usou é a Maldição Imperius. Após o interrogatório, um oficial do Escritório dos Aurores extraiu e visualizou a memória relevante do Acusado sobre o crime. A memória está sendo guardada como prova para o julgamento.

Tendo em vista o ônus da prova e a confissão do Acusado, o Escritório dos Aurores busca a pena de prisão nos termos do Decreto 75 DPM.

Hermione sentou-se e soltou o ar de seus pulmões.

Ela não ficou surpresa que o relatório não fizesse menção à Lei de Reabilitação do Infrator. Afinal de contas, a lei (incluindo as medidas de libertação) só tinha sido incorporada no DPM anos mais tarde, mais ou menos na mesma altura em que o escritório da ERRS foi encontrado durante a noite do nada. Os parágrafos aos quais o relatório se referia, entretanto, haviam sido recentemente adotados pelo Conselho de Leis Mágicas da época. Uma solução rápida foi necessária para lidar com os seguidores de Voldemort, todos presos logo após a Batalha de Hogwarts.

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