Com o início das férias, consegui tirar um tempo para visitar minha avó em Okinawa. A faculdade estava corrida e minha vida parecia viver sempre no limite do limite, e eu já estava sentindo a falta de ter um momento para relaxar.
Não que Okinawa, seja o lugar perfeito pra isso, mas com certeza era melhor do que minha vida agitada.
Não demorou para chegar no endereço demarcado, e minha avó já estava me esperando em frente a sua casa com um sorriso alegre.
— Você chegou, minha menina — Ela sorriu ao me abraçar assim que desci do carro.
— Hm! Foi uma viagem longa, aceito um chá — sorrio
— Chá de hortelã — vovó levantou uma das sobrancelhas
— totalmente refrescante — acabo abrindo um largo sorriso, ao passar a mão pelo seu rosto.
Parecia mais velha do que eu me lembrava, e isso me dava uma dor no peito. Já que ela não era eterna! Ao perceber minha confusão, vovó me abraçou ainda mais apertado, acariciando meu cabelo com um carinho longo e demorado.
— Bem vinda de volta, minha April— ela sussurrou com toque de saudade em sua voz, me fazendo fechar os olhos ao sentir seu perfume, que continua o mesmo de quando eu era pequena.
Assim que entramos na casa, o ranger da madeira me fez suspirar, o cheiro delicioso do bolo de milho, com o café, a fragrância dos incensos e as velas. Me sentei na cadeira da cozinha, e a vi preparar um chá.
— Olha quem chegou — vovô sorriu — minha April! Como está a escola querida?
— cansativo, bênça vô — peço assim que seguro suas mãos enrugadas.
— Deus te abençoe minha filha — ele deu aquele sorriso Benguela e beijou minha testa.
Vovó sorriu ao nos olhar, parecia contente em me ver ali novamente, e eu estava contente por ver eles bem e saudáveis.
— já que você está aqui, eu vou abrir a mesa de jogo pra você — vovó sorriu — preciso saber se você estará bem aqui.
Levantei uma das sobrancelhas ao olhar pra ela.
— a senhora nunca abre a mesa assim, tem certeza? — murmurou.
— Magina! Preciso saber como está os seus caminhos, sabe que a vovó se preocupa com você.
Apenas concordei, e vi ela preparar a mesa de tarot. Minha avó era uma cartomante muito respeitada, nunca errou uma única previsão e imagino que ela deva estar ansiosa para ver meus caminhos, já que a última vez que isso aconteceu eu tinha quinze anos e agora tenho vinte e dois.
Assim que ela terminou de arrumar a mesa, começou a puxar as cartas enquanto me olhava.
Sua expressão foi mudando, se tornando mais séria, a cada carta que ela tirava.
— está tudo bem? — pergunto assim que vejo sua expressão.
— está sim, seus caminhos estão abertos, apenas um está fechado — ela murmurou me deixando pensativa.
— Qual? Por favor que não seja o financeiro.
— na verdade querida, são os caminhos do amor — ela sorriu — seus caminhos do amor estão trancados, e eu não sei por que.
— Tá explicado, o motivo de nenhum dos meus relacionamentos darem certo — suspirei, deitando minha cabeça na mesa.
— não fique assim querida, mas veja — ela me mostrou uma das cartas — parece que isso está prestes a mudar.
Levantei a sobrancelha, e a olhei.
— Tempo de mudanças, pra sua vida querida — ela sorriu — seus caminhos do amor, serão destravados, por que você vai encontrar seu companheiro. Sua alma gêmea!
— Prefiro continuar do jeito que estou — sorrio — não ligo para relacionamentos.
— deveria começar a se importar — Vovó sorriu e segurou minha mão — ele não é o tipo de homem, pelo que diz as cartas, que irá deixar você sair tão fácil.
— sonhar, mais um sonho impossível — sorrio
Ela balançou a cabeça em negação, mas sorriu segurando minha mão.
— não vai conseguir fugir — ela murmurou — suas almas são capazes de se reconhecerem, passado, presente, futuro. Tudo irá se interligar — ela acariciou meu rosto — Você é dele, assim como ele é seu.
— Devolvo pro universo — sorrio.
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She Is Mine - Mikey Toman
Fanfiction"Você desperta em mim, um amor tão profundo que até mesmo a escuridão da minha alma se rende à sua luz."