Após receber uma mensagem urgente do pai, que não poderia ter vindo em um momento pior, Sam encontrou mais um motivo para visitar Mon.
Seguindo para a suíte dela, avistou Lisa, a segurança pessoal de Mon contratada para servi-la, deixando o apartamento com a travessa do jantar. Lisa era quem supria Sam com informações diárias quando a Anuntrakul não podia estar ali pessoalmente.
A princesa a interceptou e ergueu a tampa da travessa. Mon comera apenas uma pequena porção do jantar.
Isso não era bom.
Colocou a tampa de volta e agradeceu a ela antes de bater à porta.
— Sim, Lisa?
Sam entrou no aposento, e caminhou até encontrar Mon no escritório à mesa, trabalhando em seu computador, vestida com sua calça de malha e um top de algodão.
— Mon?
Ela se virou para encará-la mostrando grande tristeza.
— Alteza...
Mon sussurrou, aturdida ao vê-la.
Sam notou os olhos dela cintilarem enquanto lhe estudavam por um longo momento.
— É bom tornar a vê-la.
Devido à extrema delicadeza de sua situação única, o fato de ela ter se dirigido com essa formalidade a frustrou. Ainda assim, não podia encontrar uma falha nela.
— Chame-me de Sam quando a equipe de funcionários não estiver por perto. Era dessa forma que você me chamava quando era uma adolescente e corria pelos jardins do palácio.
— Crianças são assim mesmo.
— E mães de aluguel também. Depois dessa longa viagem, não consigo expressar o quanto estive ansiosa para conversar com você pessoalmente.
— Você parece estar se sentindo melhor.Embora apreciasse as palavras de Mon, desejou que pudesse dizer o mesmo sobre ela.
— O que há de errado? Notei que mal tocou no jantar. Está doente?
— Não, não. De forma alguma.Mon ergueu-se da poltrona.
— Por favor, não pense que me encontrar dessa maneira tenha algo a ver com o bebê.
— Isso me alivia, mas ainda estou preocupada com você. Qualquer coisa que a incomode me aborrece também.Ela deixou escapar um suspiro.
— Vi você na tevê há pouco, e na sequência a emissora colocou novamente o segmento do funeral. Eu não deveria ter assistido.
Ela procurou os olhos da alteza.
— Seu sofrimento foi tão intenso naquela época... Não posso nem mesmo imaginar isso.
A mídia nunca dava uma trégua.
— Dizer que eu estava em choque não teria começado a revelar o estado da minha mente.
Mon abraçou-se sem querer, chamando a atenção da outra para a sua cintura fina. Até agora a única prova de que ela estava grávida viera de um teste sanguíneo.
Mon a estudou por um momento.
— Nitta a amava tanto... Estava disposta a fazer qualquer coisa para lhe dar um bebê. Ouso dizer que nem toda pessoa tem esse tipo de amor. É algo que você sempre poderá guardar no coração.
Se pudesse apenas superar sua culpa pelo estado infeliz do casamento das duas... Sua inabilidade em retribuir a afeição de Nitta da forma que ela queria a deixava deprimida, mas apreciou as palavras de Mon.
Ela mal sabia o quanto estava certa.
Em público, sua esposa não fizera segredo de sua afeição por si, e Sam tentou fazer o mesmo para manter o mito de um amor recíproco.
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Princess of My Heart
FanfictionAo aceitar ser barriga de aluguel de um casal da realeza do Mediterrâneo, Mon Armstrong sabia que tomara uma decisão muito difícil. Quando uma tragédia arrebata a vida da esposa da princesa Samanun logo após a inseminação, o coração dela se solidar...