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Nas semanas que se seguiram, Sam se assegurou de que sua agenda estivesse tão apertada com o trabalho que não seria tentada a despender cada momento livre no apartamento de Mon. Embora telefonasse para ela a cada manhã antes de ir trabalhar, para saber como se sentia, Sam permanecia longe dela. Na noite em que Mon lhe deu o álbum, ela a havia levado até a porta antes que estivesse pronta para partir. Quando disse a ela a verdadeira situação que existira entre ela e Nitta, houve uma mudança definitiva na atmosfera. Não se arrependia de sua decisão de ter contado isso a Mon.

A essa altura da gravidez, elas compartilhavam uma intimidade que exigia que entendesse como tinha sido o casamento para que pudesse haver honestidade entre as duas.

O dia do ultrassom estava ali.

Sua maior preocupação era com a saúde do bebê. Se algo estivesse errado, então iria lidar com isso. Sam pensara e repensara sobre o assunto do sexo do bebê e por fim decidiu que não queria saber. Dessa forma ambas as famílias teriam que especular até o dia do parto.

Quanto a Sam, ela preferia ser surpreendida.

Ela teve a limusine parada próxima a sua entrada particular.

Quando Mon apareceu em um vestido verde com mangas e cintura alta, perdeu a respiração por um momento.

Ela estava finalmente parecendo grávida e mais bonita do que imaginava, com seu cabelo castanho penteado para cima e preso num rabo de cavalo. O Dr. DeLuca as encontrou no consultório e sorriu.

— Esse é o grande dia. Estão prontas?
— É muito excitante.

Embora ela parecesse calma, Sam sabia que tinha que estar nervosa.

— Você vai entrar para assistir ao ultrassom, Sam?
— Sim!
— Você quer mesmo isso?

Sam fitou os olhos dela.

— Estive esperando por essa oportunidade desde o momento em que descobrimos que você estava grávida.
— Eu também estou empolgada.
— Excelente! Venham comigo, não vamos demorar muito.

Elas o seguiram até a sala de ultrassom.

O médico disse a Sam para se sentar ao lado da maca enquanto Mon se deitava. Seu batimento cardíaco acelerou: o momento chegara. Sam não pretendia perder nem um segundo de todo esse processo. O rosto de Mon enrubescera quando a outra dissera sim.

Sam sabia que ela dera tudo de si para manter uma distância profissional, mas a essa altura da gravidez isso era impossível. Ter um bebê era uma experiência íntima, e ela nunca fora “apenas uma mãe de aluguel” para a princesa. Durante os últimos meses, Mon tinha sido o seu mundo inteiro.

Mon trocou um olhar com Sam enquanto o doutor movia o transdutor sobre o seu abdômen.

De repente ambas ouviram as batidas de um coração vindo do monitor.

O médico apontou para a tela.

— Aí está o seu bebê. O coração parece perfeito.
— Oh, Sam... Nosso bebê! Aí está!

No momento da verdade, Mon baixara a guarda e a surpreendeu com a sua honestidade.

Quanto a si mesma, não podia acreditar no que via e alcançou a mão dela.

— Parece que está rezando.

O doutor assentiu com um sorriso.

— Um bom tamanho. Não posso ver nenhuma anormalidade. Até agora tudo parece bem. Esse teste não pode detectar todos os defeitos de nascimento, mas é uma excelente ferramenta de diagnóstico, e me diz que a gravidez e o bebê estão no caminho certo.

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