Enchanted

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As últimas palavras da princesa, “bons sonhos” ficaram com Mon a noite inteira. Vê-la novamente fez com que uma onda de adrenalina corresse por todo o seu corpo.

Mon despertou mais cedo que o usual para se aprontar, sabendo que a mãe de Nitta iria fazer diversas perguntas.

Mon sempre se produzia para o trabalho. Como o escritório de advocacia de Faustino, Ruggeri, Duomo e Tonelli atendiam a uma clientela de alta classe, o signor Faustino, o sócio sênior, dizia que todo aquele que ali trabalhasse teria de ser elegante.

Embora o seu coração não estivesse nisso nessa manhã, Mon tomou sua pílula contra náusea com o desjejum e se forçou a prosseguir com o dia.

Todos sabiam que ela era a filha do chefe de segurança do palácio, então, ninguém questionava a limusine real que a levava e trazia para o trabalho. Exceto pelo seu chefe e Carolena, seus colegas eram cruéis sobre a situação específica de Mon.

Era dessa maneira que as coisas precisavam continuar até que ela tirasse licença maternidade.

Após o parto, o palácio iria dar uma declaração formal de que uma mãe de aluguel carregara o bebê de sua alteza com sucesso, o novo herdeiro que seria o segundo na linha do trono.

A essa altura Mon iria desaparecer. Mas isso não aconteceria por enquanto. Sam fora parte da sua vida por tanto tempo que ela não poderia imaginar um dia em que não pudesse mais vê-la.

Uma vez que o bebê nascesse, Mon iria viver em outra parte da cidade e continuaria com sua carreira de advogada em tempo integral.

Quão estranho seria isso...

Desde que ela passara a morar no palácio com a família, Sam estava sempre por perto para lhe mostrar tudo o que os turistas nunca iriam ver.

Ela a levara para um passeio a cavalo nos jardins do palácio ou permitira que ela a acompanhasse quando a outra saía com o seu veleiro.

Sam lhe ensinara a pilotar barcos.

Não havia nada que Mon amasse mais do que se sentar no meio do oceano enquanto elas pescavam e comiam doces da cozinha palaciana. Anuntrakul administrava o palácio e
permitia que ela fosse sua sombra.

Lembranças preenchiam sua mente enquanto caminhava até o closet e colocava um dos seus vestidos Paoli favoritos. Após arranjar o cabelo para trás em um simples coque com três grampos, aplicou maquiagem, calçou sapatos amarelos para combinar com a cor do vestido e saiu do quarto.

Mas apenas conseguiu alcançar o corredor com sua bolsa de mão quando seu telefone fixo tocou. Presumindo que fosse o pai, ligando para ver como estava. Assim, Mon entrou no escritório e atendeu a ligação.

— Signorina Armstrong? Aqui é Marcello. Você é esperada na sala de estar. Está pronta?
— Sim. Estou indo.
— Então vou informar sua alteza e encontrá-la no corredor principal.
— Obrigada.

Por causa de Samanun, Mon conhecia cada parte do palácio, exceto os apartamentos reais.

Ela a levara para a sala de estar principal, onde o rei se encontrava com chefes de estado diversas vezes.

Mas seu sorriso desapareceu à medida que cruzava o magnífico edifício para
encontrar a mãe de Nitta.

Mon sabia que a rainha estava de luto.

Marcello a encontrou no corredor principal.

— Siga-me.

Eles atravessaram os corredores com belíssimos quadros nas paredes para outra parte do palácio, onde viraram à esquerda. Mon espiou a bandeira do país estendida do lado de fora das portas ornadas que iam do chão ao teto. Marcello bateu em uma delas e lhe disseram para que entrasse.

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