That Part

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A revelação de Mon desconcertou Sam pelo restante do jantar.

Ela falara sério quando dissera que sentira a falta da presença da outra durante as férias fora do país.

Devido à situação delas, Mon sempre fora natural com ela e lhe tratava como uma amiga. Sem artifícios.

Mas quando ela partisse da próxima vez, não iria retornar. A sensação de perda já a estava incomodando. Sam ficou aturdida pela profundidade dos seus sentimentos. Quando Mon abrira a porta, pouco tempo antes, a descobriu em outro traje de gestante.

Dessa vez ela vestia uma roupa casual.

Ainda assim nada poderia camuflar o fato de que ela era uma mulher muito desejável.

Agora que Mon carregava seu filho, como poderia não notá-la ou impedir certos pensamentos de entrarem em sua mente sem sua vontade?

Mon se tornara tão preciosa para Sam quanto a pequena vida que se formava dentro dela.

— Minha dengosa?!

O entusiasmo na voz dela era tudo o que  poderia ter esperado. Mon se virou para encará-la com um sorriso brilhante.

— Esse filme é hilário!
— Estique-se no sofá e coloque as pernas para cima. Eu vou me sentar na poltrona.
— Sam. Eu não quis dizer que iria fazer isso literalmente. Meus pés ainda não estão inchados.

Ela tomou lugar na poltrona mesmo assim.

— A julgar pelo que vi enquanto você entrava na limusine, não pude detectar nenhum problema nesse departamento, mas como você me lembrou há uma semana, tenho um pau no meio das pernas e não tenho ideia do que é ser uma gestante.

Quando o filme começou, ela se encolheu no final do sofá.

Sam viu os ombros dela balançarem em uma risada silenciosa.

— Pelo jeito, você tem uma memória fotográfica. Aposto que Jim poderia me dizer que você era uma irmã insuportável às vezes.

Sam exibiu um largo sorriso para ela.

— Sorte minha Jim não estar aqui para revelar meus segredos.
— Oh, eu ouvi alguns.
— Como o quê, por exemplo?
— Como a época em que você e seus amigos trouxeram algumas garotas para o palácio e escaparam com elas para a piscina às três da manhã para nadarem nus. Sei que isso é verdade porque ouvi do meu pai, mais tarde. Ele foi acordado no meio da noite por algum homem da segurança.
— O que posso dizer? Minha vida tem sido um livro aberto. Você ficou escandalizada?
— Eu tinha apenas 15 anos na época, e me perguntei como uma garota poderia ser tão ousada.
— Mas não os garotos?
— Não. Isso está no seu DNA.
— Você quer dizer que eu não teria a convencido a ir à piscina?
— Nem em sonho!

Mon podia sempre fazê-la sorrir, e o filme era hilário. Depois que o filme terminou, ela se ergueu e desligou o aparelho de DVD.

— Eu queria ter tido uma irmã mais velha. Você e Jim tiveram sorte em crescerem juntas. Um dia, quando você se casar novamente, há de ter outro bebê para que o seu primeiro não cresça como filho único.

O pensamento de tomar outra esposa provocou um frio na espinha dela.

Sam sabia que o fato do seu pai ter insistido para que o acompanhasse na próxima viagem não tinha muito a ver com férias.

— Você sempre foi solitária, Mon?
— Não no sentido que você está pensando, porque ser a luz mais brilhante no horizonte dos meus pais era a minha única realidade. Eu não sabia de nada mais. Mas quando penso em você e Jim, sobretudo em vocês duas crescendo em uma família real, posso ver o quanto isso foi ótimo para vocês. Ela me disse que intervinha quando você estava em apuros com seu pai. Não há nada como o poder do amor de uma irmã.

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