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*Dois dias depois*

Estou sozinha na mansão enquanto os rapazes saíram atrás do paradeiro do Kisaki, parece que eles finalmente haviam encontrado o local que ele estava se escondendo. Queria ter ido junto, mas todos eles bateram o pé dizendo que era arriscado pelo local provavelmente estar cercado dos seus homens.

Agora aqui estou eu rodando na cama durante a madrugada pensando se todos eles estão bem. Pego meu celular de minutos em minutos na esperança de algum aviso sobre estarem voltando para casa, mas tudo que escuto é o barulho da chuva no lado de fora.

Encolhida, eu fecho os olhos e penso no que minha avó costumava falar, a oração é nossa maior defesa e força. Nunca fui ligada a religião, mas nesse exato momento eu só quero que eles voltem logo, existe uma sensação ruim dentro de mim que a cada minuto que passa só aumenta. Espero ser ouvida pelo menos dessa vez.

Minha vista logo começa a se fechar, o cansaço está me vencendo, tento lutar contra o sono mas parece que ele já cansou de ser paciente. Os trovões do lado de fora não me assustam, no fundo eu só desejo acordar com a gritaria deles.

Batidas fortes na porta, meu corpo automaticamente vira pro lado me fazendo cair no chão no exato momento que percebo que estão prestes a quebra-la. Pego meu celular e rodo para debaixo da cama, diminuo o brilho tentando ligar para o Manjiro ou qualquer um dos garotos, mas só da caixa postal. As batidas estão cada vez mais fortes, eles irão quebra-la a qualquer instante.

Digito o último número na esperança de que Takeomi me atenda, dentre todos, ele é o que mais fica com o celular por perto e para o meu alívio ele atende. Não consigo falar alto para não ser pega, então no momento que o mesmo diz algo, eu somente consigo dizer uma única coisa.

— Me ajude... — A porta havia sido quebrada, me encolhi enquanto os passos vão de um lado para o outro pelo quarto. Ouço um deles dizer que a janela estava aberta e que possivelmente eu poderia ter pulado.

Não era tão alto o andar que ficava o meu quarto para o jardim, talvez eu conseguisse ganhar tempo. Um deles parou enfrente a minha cama e com as mãos na boca eu orei depois de muitos anos, com os olhos fechados e a mente pedindo a todos os santos qualquer proteção. Ao abrir novamente os meus olhos, eles já estavam saindo do local, liguei novamente para Takeomi.

— Ratinha, cadê você?

— Eles estão me procurando — Sussurrei — Me ajude, por favor.

— Calma, já estamos voltando para mansão. Manjiro está indo na frente com os Haitani, apenas faça o que vocês ratos fazem.

— Isso não tem graça... — Ouvi ele rir do outro lado

— Eu sei, estamos todos nervosos nessa porra. ANDA LOGO KAKUCHO — Ao ouvi-lo gritar do outro lado da linha, percebo que um dos caras voltou para o meu quarto — Iekami?

Deixei o celular ligado para que eles pudessem escutar qualquer coisa que fosse, prendi a respiração como se isso fosse ajudar em algo. O homem sentou-se em minha cama e logo senti um cheiro de cigarro no ar.

— Não Kisaki, a garota não está em lugar nenhum aqui na mansão. Tem certeza que certificou todos os sistemas de segurança do lugar? E se ela tiver ido com eles?

Um silêncio enquanto eu ouvia tudo. Ele parecia irritado e o tal do Kisaki provavelmente estava esbravejando do outro lado da linha.

— Então ela realmente está na mansão? Certo certo, iremos verificar novamente os cômodos.

𝐂𝐈𝐓𝐘 𝐎𝐅 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋𝐒 - BONTENOnde histórias criam vida. Descubra agora