5.

2K 167 34
                                    

Ao entrar no quarto de S/n com um sorriso nos lábios, a felicidade que Ran tinha no peito aos poucos foi se desfazendo. O motivo ? Seus olhos roxeados fixos na garota caída no chão do mesmo jeito que um dia ele presenciou Manjiro após a morte de seus irmãos.

Ran pov;

Minhas mãos tremiam com medo de fazer algo de errado, mas precisei respirar fundo e agir o quanto antes.

- Que droga, isso de novo não... - Me agachei ao lado de seu corpo frágil e a puxo para os meus braços, apertei o botão de emergência ao lado de sua cama chamando os médicos e sentindo meu estômago se embrulhar - Que não seja tarde, eu preciso me desculpar, preciso entender melhor quem é você. Não quero que morra, reage. - Coloquei um dedo em sua garganta a forçando a vomitar mesmo sem saber se ela havia ingerido algo antes.

- O que você está fazendo aqui ? É proibido... - Um dos médicos entrou no quarto puxando s/n dos meus braços e por um momento senti um frio percorrer pelo meu corpo. Ela estava morrendo. - Saia logo daqui antes que te acusem de algo.

- Mas eu apenas vi a porta aberta e ela já estava caída - Falei me afastando - Tentei fazê-la vomitar mas parece que não é o suficiente.

- SAIA - Não conseguia, minhas pernas estão presas no chão.

Ele fazia massagem no peito dela enquanto a mesma parecia convulsionar. Rapidamente outros médicos entraram no quarto incluindo o médico de Manjiro e a dela.

- Ran? O que você faz aqui ? - A médica dela foi me empurrando para fora do quarto - Saia daqui, depois conversamos. Vai vê seu amigo, acho que já fez o suficiente nos chamando. - Logo ela já estava no chão fazendo massagem cardíaca enquanto o médico anterior usava um respirador na garota.

Meu corpo paralisou. O que diabos está acontecendo hoje ? Esta sendo uma avalanche de informações. Como se as divindades realmente tivessem ouvido nossas palavras. Fui até o quarto do Sano e lá estava ele olhando a janela com um rosto mais relaxado, perdido em pensamentos.

Me aproximei do mesmo que ao notar minha presença me lançou um breve sorriso. Sentei-me ao seu lado sem conseguir olhar em seu rosto. Rindou acordou, ele havia apresentado melhoras tão de repente e agora a garota do quarto ao lado estava morrendo. Parece até obra do destino... Como se fosse um sacrifício... QUE MERDA EU ESTOU PENSANDO?

- Está tudo bem, Ran? - o platinado tocou meu ombro.

- Mikey, que porra esta acontecendo ? Desde quando as coisas mudaram tão de repente ? Desde quando o que dizemos se torna realidade? Tudo está confuso... - Balbuciei sem saber se queria realmente ouvir a resposta de sua boca.

- Huh? - Ele não compreendia o que eu queria dizer e isso era de se esperar. Que papo estranho é esse que estou dizendo para alguém que enlouqueceu tempos atrás e nunca mais foi o mesmo? - Eu não consigo entender o que você quer dizer com essas perguntas, mas eu acho que depende do quanto você quer que seja verdade. Se você diz algo de ruim na hora da raiva e tem pensamentos negativos, as chances de acontecer aquilo são grandes... Do mesmo jeito que se você deseja coisas boas e é positivo, cria uma chance de dar certo. Bem, dizem que na raiva ou frustração, tendemos a dizer mais do que devemos só para magoar o próximo e talvez nos sentirmos um pouco melhor.

- Então se eu desejar o bem para alguém...

- Não estou dizendo que irá acontecer algo se você desejar - Ele suspirou e ficou um tempo em silêncio - É mais provável Deus ouvir aqueles arrependidos pelos seus pecados do que os pecadores que não o temem e não sentem remorsos pelos seus erros.

- Que analogia é essa ? - Assim que eu o encarei, vi um pequeno brilho em seus olhos se formar.

- Achei ser a maneira mais fácil para um ignorante como você entender que, até um pedido de desculpas pode ser ouvido se você estiver sendo verdadeiro com os seus sentimentos. - Apoiou o rosto em meu ombro e deu uma leve risada - Porque não vai vê-la novamente? Sinto que ela esta te chamando.

𝐂𝐈𝐓𝐘 𝐎𝐅 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋𝐒 - BONTENOnde histórias criam vida. Descubra agora