endless • selena gomez [2]

fifty | they call it to change the damn world.

Selena Gomez's Point Of View.

Los Angeles, Califórnia, EUA
18h25m PM

          MEUS dedos percorriam as teclas do Macbook de maneira rápida, finalizando mais um e mais um dos inúmeros relatórios que me obriguei a realizar para distrair minha mente do fato de que mais uma vez estava na mira de criminosos que me queriam morta apenas pelos seus malditos caprichos.

Observei por poucos segundos a cada ligação que Júlia Michaels fazia, estando literalmente do lado de fora do meu escritório. Ou como ela olhava para o Ipad em suas mãos e como o conteúdo ali parecia atrair sua atenção, mas não completamente. Certamente eu também notei como vez ou outra ela olhava para mim, através das paredes inteiramente de vidro do prédio. Como também sabia que por ser a melhor da Crows Security ela jamais permitiria que alguém, além dela, fizesse minha proteção. Sobre como estaria disposta a acabar com a vida de quem quer que se colocasse como um perigo à minha segurança, que eu sabia que era sua prioridade.

E mesmo com tudo isso, com todo o trabalho à minha frente, com toda a movimentação de Júlia em deixar o prédio seguro, meus pensamentos insistiam em me levar de volta a aquela mulher de cabelos encaracolados e olhos mais bonitos que já havia visto na vida. Mesmo com tudo acontecendo a minha volta, meus pensamentos, meu cérebro, não permitia que minha mão se abrisse e revelasse a aliança que ela havia me dado.

A aliança que esperou por mim por quatro anos, fora o que ela havia dito a mim. O brilhante era o mais lindo que eu já havia visto em toda minha vida, não apenas pela delicadeza que ele guardava em si, mas pelo sentimento, o amor que crescia em mim ao pensar nela escolhendo. A ternura de ter a imagem vivida em minha mente dos olhos brilhantes dela em ter tomado a decisão de que me queria ao seu lado para sempre. E eu sei que queria.

Mas eu fiz o que fazia de melhor, eu fugi para longe. E ainda assim, maldito seja, ainda assim ela está aqui e me deu um anel.

Não sei o que o futuro nos reserva, mas certamente sei que não desejo magoar mais ninguém.

                                        [...]

As meninas dormiam tranquilamente em suas camas. Achamos que talvez fosse melhor dividirem o quarto, criarem uma ligação mais profunda e talvez tenhamos razão, Iris não fica dois segundos em sua própria cama antes de se aninhar na maciez e do aconchego que é dormir agarrada a irmã mais velha.

A medida em que me sento na beirada da cama para cobri-las melhor, sinto sua presença no ambiente. Ele sempre se faz presente. Beijo as meninas em suas bochechas e me levanto, no mesmo momento sentindo uma manta fofinha e quente ser posta sobre meus ombros, juntamente de Justin plantando um beijo suave em meu cabelo. Sorrio instintivamente.

— Oi. – falei baixinho, notando o seu sorriso suave ao olhar para ele. Parecia cansado, assim como eu.

Sabia bem o que era sentir que estava carregando o peso do mundo em seus próprios ombros.

— Oi, como você está? Como foi a consulta? Tudo bem como você e o bebê? – ele colocou as mãos nos bolso frontais da calça social, a medida que saíamos do quarto e eu fechava a porta.

— Está tudo bem. – eu sorri. – Que tal um vinho?

A expressão em seu rosto me fez rir bastante enquanto descíamos as escadas em direção a adega da mansão.

— Eu acho que não é muito recomendável que tome vinho em... hm... suas condições. – ele disse e eu fui obrigada a rir mais uma vez.