Pensamentos irreais.

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Não foi o sol, não foi a dor, não foi o barulho. Foi a falta de calor humano que o fez despertar. O calor de Lee Minho que o aqueceu a noite inteira, o lado da sua cama estava ainda quente, alguém havia levantado recentemente. Casa. Estava em casa. Não conseguia lembrar bem quando Minho o deixou deitado em sua cama, mas se lembra dos beijos no rosto, das palavras carinhosas e do afago em seu cabelo. Quando se sentou, sentiu a dor no quadril, sua roupa estava amarrotada e amassada, e se sentia cansado. Mas, ainda assim, parecia que foi tudo um sonho. Ou pesadelo?

Como colocaria os acontecimentos da noite anterior? De começo, pensou que iria morrer. Mas, no fim, pegou um rumo totalmente diferente. Não sabia nem o quê pensar. Suspirou. Chegou a conclusão definitiva que era melhor não o ver novamente. E, com isso, passou o fim de semana traçando caminhos novos até chegar a escola, o mais curto demoraria mais do que pela rua do casarão, mas ainda assim, deveria tomar certas medidas protetivas.

Na segunda, acordou cedo, seu corpo ainda tinha hematomas apesar do gelo que usou nesses dias, com isso, decidiu colocar o casaco de ginástica da escola e partiu mais cedo que o habitual. As ruas desertas fizeram seu corpo tremer, passou a caminhar ponderante e assustado. Passou reto da rua do casarão e foi direto para o trajeto que aprendeu no dia anterior. Começou a ficar mais aliviado quando viu uma rua movimentada tão cedo pela manhã, havia uma senhora molhando as plantas, e um carro sendo tirado da garagem. Foi rápido até o fim da rua e começou a ir até a escola com o coração mais leve.

Na escola, apesar do acontecido, seus dois amigos faziam uma certa falta, agora, já não tem ninguém para lhe fazer companhia no almoço. A última aula foi um aviso demorado sobre a viagem de formatura.

- A viagem será realizada depois de amanhã, amanhã não terá aula para que possam arrumar o que for necessário para estarem na escola quarta as sete horas da manhã em ponto. - Han nem queria ir. Não tinha amigos nessa escola, iria ficar sozinho olhando todos se divertirem. Será que era necessário? Não fazia questão. Pegou suas coisas e saiu assim que acabou todas as informações acerca da maldita viagem. Falou com o professor de sala sobre não participar e ele informou que apenas com a autorização dos pais ou do responsável e o deu um papel para que fosse assinado em caso de desistência da viagem.

Colocou dentro da bolsa e decidiu passar todo o longo caminho até em casa pensando se deveria ir ou não, inundar meus pensamentos com pós e contras.

- Jisung! - Ouviu seu nome ser chamado e se virou, Seong Cheol vinha em sua direção um pouco ofegante. - Você realmente anda rápido. - Sorru fechado, sem humor algum para brincadeiras, por mais que inofensivas que elas possam ser.

- O que houve? - Perguntou, tem muito o quê pensar ainda e não queria ser incomodado.

- Ouvi dizer que estava querendo desistir da nossa viagem de formatura. -  Ficou assustado como as notícias correm rápido. Será que o professor persuadiu para o convencer a não desistir?

- O quê tem? - Perguntou um pouco desinteressado pelo rumo dessa conversa.

- Eu realmente queria que você fosse. - Ele diz, parecia sincero até demais. - Eu queria passar um tempo com você antes das aulas acabarem se você me permitir.

- P-porque? - Perguntou, não conseguindo controlar o quão quente sentiu suas bochechas arderem em seu rosto.

- Poderíamos... você sabe... se conhecer melhor, algo assim, nunca tivemos a oportunidade adequada, seria bom. - Ele completa e Han pensa se entendeu muito bem.

- Vou pensar com calma. - Direciona um sorriso compreensivo. - Até mais. - Se despede e sai. Han teve um paixonite por Seong Cheol no começo do ano depois de o ver jogando vôlei na areia, agora fazia sentido o quê Kyungmin disse sobre ele ter sorrido na sua direção. Começou a sorrir e a pensar nele vividamente, imaginando cenários tentadores em ir até a viagem. Será que ele poderia ser seu primeiro namorado? Afastou pensamentos cheio de sentimentos irreais e apressou os passos.

- A rua está interditada. - Falou um guarda de trânsito, direcionando e orientando os carros que passavam. - Use aquele, é a única. POR AQUI! SIGAM ADIANTE. - "aquela" que ele quis dizer, é a do casarão?

Seu corpo respondeu com um estímulo involuntário e começou a querer tremer. Pensou que não precisaria mais passar por ali, nunca mais. Sua medida protetiva foi por água baixo e seus pés pararam estáticos na esquina da rua. Como se cola quente tivesse prendido seus pés e uma força sobrenatural tivesse o mantido parado. Não vai ser tão ruim se correr. Desprendeu os pés do chão e começou a andar rápido, não olhou para trás e não olhou para o lado. Apenas fez o que fazia de costume. Correu.

mister rabbit •minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora