A casa do senhor Coelho.

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Han Jisung olhou para todos os lados da rua a vendo vazia, percebeu não ter uma alma viva além do novo rosto que acabou de conhecer. Como aceitaria isso? Entrar naquela casa assustadora a noite com um estranho? Nem morto.

- É assim que a chamam, não? - Ele não parava de sorrir, se lembrou da professora cadáver, que havia realmente virado uma. - Mas é apenas lenda urbana. - Han o viu se virar para ir até a casa, o observou sacar o molho de chaves de seu bolso e abrir aquela porta velha de madeira que rangeu ao ser empurrada. - Espero que tenha luz. - Ele tateou as paredes e ligou o interruptor. Han Jisung estava parado na porta, como um vampiro que não foi convidado.

- S-senhor Lee deixarei a caixa apenas na porta pois tenho um compromisso urgente a ser realizado. - O indivíduo o olhou um pouco desapontado.

- Não há problema, deixe aí e corra antes que o senhor Coelho te pegue. - De novo, ele sorriu. Han Jisung digeriu as borboletas e começou a se sentir assustado com tudo isso novamente, deu passos para trás e quase caiu, mas ainda assim, fez o que fora pedido. Correu. Como se tivesse realmente visto o Coelho da lenda urbana infantil. Com a música ressoando em seus ouvidos e seus pés afundando no chão, correu o máximo que podia para longe do casarão e do novo dono ou hóspede.

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A mente é capaz de pregar peças e desenha cenários improváveis, assim como desenhou de maneiras clara e objetiva um novo morador na casa abandonada da rua yongsam. Quando questionou seus amigos, foi recebido com risadas desdenhadas, aquela casa não estava a venda há cerca de vinte anos em razão de uma infestação de ratos no porão. Han jisung sentiu seu corpo vibrar por temor, começou a ficar apavorado com a história.

- Podem ter solucionado, vocês que não sabem. - Kyungmin sorriu soprado.

- Minha mãe é corretora de imóveis, eu sei do quê estou falando. - Seu amigo comentou e Han sabia que era verdade, os dois pareciam convictos, conhecedores da razão absoluta, de que, dentre todas as casas da rua, aquela é a única que nunca poderia ser habitada.

- Se estiver certo de quê realmente há alguém morando lá, devemos ir e fazer uma visita? - Sunwoo pergunta, Han sente seu coração errar todas as batidas, poderia facilmente imaginar seu funeral após sua morte por parada cardíaca, faria companhia a professora cadáver.

- Ótimo! - Disse Kyungmin e ambos olham para um Han Jisung assustado, sem saber para onde correr ou como negar. Clamava por respostas acerca da aparição de ontem, mas não clamava por ele mesmo ir atrás da solução dos seus questionamentos.

- Vocês vão. - Ele diz. - Eu espero do lado de fora.

Apesar da insistência, Han realmente apenas esperou em cima da grama morta amarelada que faltava ser areia movediça e o afundaria em questão de segundos. Seus olhos brilhantes e medrosos encaravam aquela paisagem do casarão gótico há sua frente, realmente não parecia ter nenhum morador, esperava que eles saíssem dizendo que encontraram caixas de mudança e algum resquício de vida. Seu coração estava palpitante de ansiedade, piscava em intervalos irregulares e respirava anormalmente. Secou as mãos na calça da farda escolar e umedeceu os lábios. Será que deveria ter entrado junto? Está demorando muito.

Com mais um par de minutos esperando sem desviar o olhar do casarão, Sunwon veio correndo, estava apavorado. Seu olhar transmitia horror como se alguma criatura abominável tivesse aparecido há sua frente e lhe arrancando o coração. Ele se jogou na grama morta e começou a tremer tanto que Han confundiu com uma convulsão. Meio hesitante em se opor para ajudar, acerca do medo da situação, começou a ir até a o amigo caído no chão.

- O quê aconteceu? O-onde está Kyungmin? - Perguntou juntando toda sua voz para sair palavras baixas. Sunwon se tremia e seu olhava se direcionou até Han, logo não demorou a gritar. Abriu o berro como se Jisung fosse um monstro a espreita para lhe pegar, o suor começou a banhar Sunwon e ele se tornou escorregadio, facilitando para sair do aperto de Han e correr para longe.

Jisung não entendeu nada, o quê ele viu para agir assim? O ranger da porta o assustou, o mesmo de ontem, quando Lee Minho, o morador fantasma, abriu a porta com aquela molho de inúmeras chaves. Era Kyungmin, caminhava como um zumbi. Seu pescoço havia sido arranhado e seu olhar transmitia um vazio triste, como se sua alma tivesse sido sugada.

- O quê está acontecendo? - Han pergunta, Kyungmin o olhou, não teve a reação histérica de Sunwon, ao contrário, não teve reação nenhuma.

- Não há morador novo além do senhor Coelho.

mister rabbit •minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora