𝑭𝒆𝒍𝒊𝒛𝒆𝒔 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒔𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆

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"Eu plantei uma flor que não pode florescer em um sonho que não pode se tornar realidade".


Três meses depois.

Morana sabia que ainda era cedo — porque o alarme do celular ainda não tinha despertado —, e, mesmo assim, fora acordada por alguém bem intransigente e que não sabia o que espaço pessoal significava.

Ela abriu os olhos e deu de cara com Sunny sentada no travesseiro ao seu lado, o rosto pidão da gatinha espreitando o seu. Morana gemeu, um suspiro explodindo dos seus lábios. Sunny apenas acertou seu rosto com o focinho, como se insistisse para que ela acordasse. Ela rolou para longe, virando de costas para a felina. Não adiantou. Sunny pulou seu corpo, lambendo o pulso recentemente tatuado dela.

— Hmm... bom dia para você também.

Sunny miou, sentando-se na cama em frente ao seu rosto, esperando. Morana finalmente abriu os olhos e olhou para a gata. Sunny balançava a cauda de um lado para o outro, parecendo impaciente. Olhou para o relógio digital na mesa de cabeceira e viu que não eram nem sete da manhã ainda. Bufando, ela se sentou na cama, batendo as mãos no edredom ao seu redor.

Definitivamente tinha trancado a porta na noite anterior antes de dormir, e Sunny tinha estado ocupada sendo mimada por Lidia enquanto ela assistia filmes noite adentro, sentindo saudade do parceiro que estava de patrulha no Aux. Mas a porta agora estava destrancada, escancarada. E ela não tinha ouvido a mãe abrir sua porta, permitindo a entrada da gata atrevida.

Ela olhou para Sunny que a olhou de volta.

— Você tem algum tipo de magia que sabe arrombar portas? — a gata apenas piscou para ela, olhando-a com os grandes olhos azuis cristalinos. Em seguida, Sunny subiu nas pernas dela e esfregou a cabeça no peito dela, bufando um miado sofrido. — Por que tenho a impressão de que, se eu lhe der o café, vai ser sua segunda refeição do dia?

Como resposta, Morana viu Sunny piscar inocentemente os olhos redondos e brilhantes.

Incapaz de se conter, Morana coçou a pequena gatinha atrás das orelhas douradas.

O novo apartamento ensolarado além do quarto dela estava silencioso, a luz aquecia o piso de madeira clara. Ela saiu da cama, vestindo um short sob a grande camiseta que usava de pijama — e que antes tinha como dono Ithan. Colocou o celular para despertar num novo horário e então foi com Sunny para a sala. O corredor estava cheio de portas-retratos pendurados nas paredes, cheio de fotos dela e da família. O maior quadro era da foto que tiraram antes de irem jantar no apartamento da Bryce, quando descobriram que Lidia estava grávida. Lidia tinha imprimido a foto e colocado uma elegante moldura dourada ao redor, deixando-a em destaque.

Morana colocou a cafeteira para trabalhar e ligou a televisão no canal de notícias. O repórter anunciava o novo semestre na UCLC e que Lunathion estava recebendo alunos de diversas outras cidades. Morana ficou nervosa porque dali algumas horas seria ela mesma quem faria parte dos universitários que circulavam pelo campus atrás do jornalista que estava ao vivo em frente a UCLC.

Ela havia se matriculado na faculdade de fotografia há um mês, quando a família inteira finalmente conseguira motivá-la o suficiente para que ela se inscrevesse. Foram os irmãos e Ithan quem a ajudara. Morana passou um tempo escolhendo o que fazer. Ela gostava de tudo e certamente queria aprender tudo. Queria se perder nas explorações de História, descobrir a magia da Música, entender os mistérios da Ciência e colocar em prática as leis das Ciências Políticas e Sociais — mas o que fazia seu coração palpitar mais rápido toda vez era a Fotografia. Nada seria mais mágico do que os momentos únicos que a fotografia capturava, eternizando aquelas vivências para sempre.

✓ 𝑵𝒐𝒃𝒐𝒅𝒚'𝒔 𝑫𝒂𝒖𝒈𝒉𝒕𝒆𝒓 | (𝐶𝐶𝐼𝑇𝑌 𝑎𝑓𝑡𝑒𝑟 𝐻𝑂𝐹𝐴𝑆)Onde histórias criam vida. Descubra agora