"Eu sei o que eu quero, eu tenho um objetivo, uma opinião, eu tenho uma religião e tenho amor. Deixe-me ser eu mesma e então eu estarei satisfeita. Eu sei que sou uma mulher, uma mulher com força interior e muita coragem".
Ithan mal acreditou quando, às 5h47 da manhã, finalmente passou pela porta de casa, empurrando-a e confiando nos feitiços de proteção para impedir alguém de entrar. Estava cansado demais para procurar a chave certa no chaveiro em suas mãos. Estava tão exausto que não olhou para nada ao redor quando tomou direção das escadas. Ouviu o silêncio rotineiro para o horário, mas estranhou que algumas portas estivessem entre abertas. Tentou escutar com mais atenção e então percebeu que apenas alguém estava na casa. Uma respiração suave vinha de seu quarto, onde Morana devia estar dormindo.
Com cuidado ele foi até seu quarto, abrindo a porta que estava entreaberta. Ela estava em sua cama, dormindo como um anjo, abraçada com um travesseiro. A boca estava entreaberta e um braço tampava a parte inferior de seu lindo rosto. Usava uma camiseta de Ithan, ele percebeu, a mesma da outra noite.
Ithan cruzou os braços e se apoiou no batente da porta, olhando Morana dormir. Ela era tão bonita, ele não se cansava de olhar. As asas e o cabelo loiro estavam espalhados pelo lençol azul escuro. O peito de Ithan doía só de olhar para ela, a saudade indo embora conforme os minutos que a observava enchiam seu coração com alegria.
Enchia seu coração com alegria e paixão. Estava se apaixonando, podia sentir em seus ossos, em sua alma de lobo. E não era o que Ithan estava esperando — não mesmo, a contar com os meses anteriores e toda a merda que aconteceu —, mas, porra... Morana era tudo o que Ithan queria.
Passou o dia todo com o sorriso dela na cabeça, com o gosto dela ainda em sua boca, negando-se a ir embora mesmo depois de tanto tempo. Ithan tinha precisado de um tempo para respirar e fumar um cigarro de raiz-alegre para se controlar durante o dia.
Lembrar de Morana se revirando sob sua boca, gemendo daquele jeito e dizendo o nome dele tinha o deixado em uma situação constrangedora no meio de uma reunião. Agradeceu por ser o Primo dos Lobos Valbaranos e poder ter saído da sala sem mais explicações, caso contrário, não saberia como explicar para os outros porque seu cheiro tinha mudado e como a calça ficou apertada de uma hora para outra.
Morana era tudo o que Ithan desejava, tudo o que tinha sonhado. Queria saber mais sobre ela, descobrir o que ela tinha medo e o que mais gostava de fazer, queria mostrar o mundo a ela, colocar o mundo aos seus pés... queria se colocar aos pés dela, se assim ela desejasse.
Ela se moveu na cama, resmungando baixinho. Como se sentisse que estava sendo observada, Morana abriu os olhos e os estreitou na direção da porta, onde Ithan estava apoiado. Ela esfregou os olhos e olhou com mais atenção para a mancha de sombra na escuridão do quarto. Ithan se inclinou e ligou a luz do corredor, iluminando seu corpo parado na porta e parte da cama.
Morana sorriu quando o viu, mas ele também notou o olhar magoado em seu rosto. Certo, tinha prometido um encontro a ela e a deixara aqui sem nenhuma explicação. Os outros babacas também a tinham deixado, saído e a deixado sozinha. Ithan sentiu nojo de si mesmo por ter feito isso com ela.
— Eu não queria te acordar — sussurrou, ainda parado na porta.
— Tudo bem, não tem problema — ela respondeu baixinho, se sentando e encostando na cabeceira da cama. Eles se olharam por mais alguns minutos em silêncio, então ela disse: — Aconteceu algum problema no Covil?
— Um grupo chegou das montanhas e se mostrou ser contra a minha nomeação como Primo — Ithan havia passado o dia lidando com essa merda. — Tive que colocar alguns cuzões nos lugares deles. Merda de superpoderosos, como a Bryce diz.
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✓ 𝑵𝒐𝒃𝒐𝒅𝒚'𝒔 𝑫𝒂𝒖𝒈𝒉𝒕𝒆𝒓 | (𝐶𝐶𝐼𝑇𝑌 𝑎𝑓𝑡𝑒𝑟 𝐻𝑂𝐹𝐴𝑆)
Fiksi PenggemarMorana não tinha um sobrenome, não tinha uma história, não tinha um passado nem um futuro. Tudo o que sabia era que fora abandonada ainda recém nascida e enviada para um dos navios-cidades controlados pela Rainha do Oceano. Aos doze anos, após um in...