O Casamento

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A concubina Wen mal saiu do pavilhão do príncipe quando ouviu:

- por que se humilha assim? Sabe que quanto mais você o forçar, mais ele vai te desprezar.

- não se mete, isso não é problema seu.

- ele é meu melhor amigo, e você é minha irmã. Acha que eu não percebi como você mudou? Eu sei que sempre quis ser imperatriz, que sonhava com isso desde que o viu pela primeira vez, mas e quanto ao amor? Você alguma vez realmente sentiu isso por ele?

- eu já disse para não se meter.

- tudo bem, essa é a última vez que vou te dizer isso, se quiser ao menos ser consorte imperial, mude sua atitude e não tente nada que possa se arrepender depois.

- você sabe ao menos o que acontece com uma concubina que não tem filhos? Você sabe no que seu tão amado melhor amigo me transformou? Ele me transformou em uma morta viva, acha mesmo que eu deveria ficar feliz com isso enquanto ele coloca um homem no trono ao lado dele? Um homem! Alguém que nem pode gerar filhos....

- por que isso é tão importante?

- porque se Mo Ran morrer agora, eu e a concubina Wei seremos enterradas vivas com ele porque não temos um filho, e os outros, por serem homens vão para um monastério. E se Mo Ran tiver um filho, esse sujeito com quem ele vai se casar, ele vai ser viúvo e vai tomar conta da criança, e a mãe vai para um monastério como um concubino qualquer. Você vê como isso é injusto para uma mulher se ela não é a imperatriz ou se ela não tem filhos? O máximo que acontece com ela é ser considerada como um concubino homem e as outras enterradas vivas com o infeliz. Acha mesmo que foi com isso que sonhei? Quer era isso que eu queria para mim? E sim, eu o amava, desde que éramos crianças, mas ele sempre foi indiferente e depois ele me humilhou me transformando em concubina e agora me humilha ainda mais. Se é mesmo meu irmão, deveria ficar ao meu lado e não do lado dele.

- eu não estou do lado de ninguém, e também não quero que se machuque, e conheço ele bem o bastante para saber que ele nunca faria isso com ninguém.

- sempre defende ele....você é o cachorrinho dele...me diz a verdade, bem lá no fundo, você queria estar no meu lugar? Ser o concubino dele?

- meça suas palavras ou vou te dar o corretivo que nosso pai nunca lhe deu.

- isso, me bate...já estou acostumada, afinal, seu amigo só tem prazer quando machuca os outros mesmo.

A concubina Wen virou as costas e começou a andar deixando o irmão pensando em revidar, mas no fundo, ele sabia que Mo Ran era esse tipo de homem, que gostava de um prazer misturado com dor, ele nunca tinha entendido isso, mas ele acreditava que talvez fosse o desvio de QI que o imperador tanto falava, ou podia ser pelo pior motivo de todos, ele apenas descontava a frustração de ser obrigado a fazer aquilo com as pessoas que ele não queria, ele realmente não sabia dizer, mas de qualquer forma, isso não era da conta dele.

Naquela noite, em vez de ir para sua casa de flores favorita, ele apenas foi parar na casa do médico Lee.

- o que quer aqui?

- não posso beber com meu amigo agora?

- achei que ia se esbaldar nos lugares de sempre, já que amanhã o dia vai ser tedioso para nós.

- acha mesmo que vai ser tedioso?

Wen Zhao contou para Lee Chang a conversa que tinha tido com a irmã e assim como ele, Lee não acreditava que Mo Ran faria se cumprir a lei, afinal, isso era especificado em um decreto que só seria lido após sua morte, mas mesmo assim, Mo Ran não era esse tipo de pessoa, pelo menos não com os outros, mas talvez, Chu Wanning não tivesse a sorte de ir para um monastério, já que ele havia notado o quanto seu amigo parecia ser ciumento com relação ao marido e com certeza não o deixaria longe dele nem nesse momento.

My Obsession - ShizunOnde histórias criam vida. Descubra agora