- Kevín... Posso perguntar uma coisa procê? – Ramiro questionou assim que voltaram para o quarto.
- Claro que pode. Fecha a porta, por favor. – Kelvin respondeu enquanto arrumava as coisas para o café da manhã num cantinho da cômoda.
- É... Cê ainda tá chateado com eu? – Ramiro perguntou indo empurrar a porta ligeiro, distraído pela incerteza, sem nem olhar direito o que estava fazendo. – É que eu num tendi porque ocê me defendeu agora na frente do Zeza, mai quando acordei cê num tava aqui... – Coçando a cabeça, cheio de dúvidas, se aproximou do marido. – Eu fiquei imaginando coisa aqui com as faculdade da minha mente e... E eu num gosto de pensar nessas coisa... E-Eu num gosto nem de pensar muito, cê sabe...
Kelvin se virou para ele, encarando-o. – O que você ficou imaginando, Ramiro?
- Que... Que ocê num ia querer mais falar comigo por causa dessa história de... De... Cê sabe!
- Do seu provável filho? – Kelvin concluiu sério. Ramiro não era bobo quanto ao seu pequetito. Conhecia bem o comportamento daquele ser que tanto amava.
- Cê ainda tá com raiva d'eu, né? Cê num vai perdoar eu? – Questionou com uma tristeza misturada a certa inocência.
Kelvin fechou os olhos por uns segundos, tratando de ser tão forte quando Luana o havia pedido para ser na conversa que haviam acabado de ter. Após um profundo suspiro, perguntou:
- Ramiro, como você acha que eu me sinto? Hein? Como você acha que eu me sinto sabendo que existe a possibilidade de você ter um filho?
- Êê... E-Eu num sei, Kevín...
- Tem que saber! Eu quero que você me diga! Eu preciso que você me diga como você me vê nisso tudo, como acha que eu me sinto.
- Kevín, eu... Eu num sei o que dizer! Como que eu vou saber como cê se sente? Eu só sei que... Que ocê deve de tá triste e magoado com eu. E eu fico muito mal com isso, Kevín, muito mal porque... Eu num quero te fazer mal nunca, meu pequetito. E se ocê num perdoar eu mais, eu... Eu morro. Eu morro, Kevín.
Kelvin buscou toda a verdade de suas palavras em seus olhos. O marido o olhava e demonstrava todo o sentimento que mal sabia expressar em palavras com o brilho do olhar para ele.
- Não diz isso, Rams...
- Digo. Eu digo, sim, Kevín. Porque eu te amo demais. Te amo desde que te conheci, ocê é minha vida. E se eu num tiver mais ocê, eu num tenho mais nada. Ocê é tudo que eu tenho, meu pequetito. – As lágrimas que inundavam seus olhos escorreram por fim.
Igualmente emocionado, Kelvin indagou: - V-Você vai continuar me amando do mesmo jeito s-se esse menino for seu filho? Vai, Rams?
Ramiro chegou mais perto dele, tão perto que um podia sentir a respiração quente do outro e os corações batendo na mesma sintonia, só para afirmar do jeitinho torto e único dele.
- Kevín... Podia aparecer dez filho meu, que eu ainda ia te amar pra sempre, meu pequetito.
Kelvin, apesar de tudo, podia sentir a verdade que emanava do amor que Ramiro lhe tinha. Não conseguindo segurar uma risadinha, balançou o corpo como que revoltado e deu um tapinha no braço do marido, dizendo:
- Olha aqui, senhor Ramiro Santana Neves, você nem ouse me aparecer com um monte de filho porque eu juro que eu peço o divórcio, viu?
- Não! Não, Kevín, nem diz isso! Num tinha nem como, eu nunca fiquei com outras muié. Só com a Munda memo, e foi sem querer, né? E com a dona Cândida, mas ela já era mei véia, né? Aí...
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Liberdade e Paixão
FanfictionE depois que Ramiro saiu da prisão? Ele era outro homem. Completamente mudado como Kelvin havia dito em seus votos de casamento. Bom, talvez não completamente, porque um pedacinho de Ramiro não mudou. Este pedacinho já era de Kelvin desde a primeira...