Capítulo 11

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Montei no cavalo que Antônio preparou para mim e seguimos para a divisa, próximo ao pasto indicado. No entanto, um funcionário interrompeu o gerente, informando sobre uma carga de ração que acabara de chegar e precisava ser recebida no escritório da fazenda. Antônio se desculpou pelo esquecimento e decidiu retornar para lidar com a situação.

Eu disse a ele para voltar, pois investigaria o local sozinho. Após sua partida, continuei até a cerca indicada. Ao chegar, observei uma parte da cerca danificada com vários ramos de frutas pendurados,  e ouvi vozes e risos vindos da proximidade. Decidi me aproximar e logo avistei um homem e uma mulher puxando os galhos da cerca.

Indignado com a situação e lembrando das palavras do veterinário sobre a urgência do tratamento para as vacas, me aproximei do casal. Puxei a rédea do cavalo, que relinchou, chamando a atenção deles.

A mulher me encarou por um longo tempo, analisando-me de cima abaixo, o que me irritou ainda mais, fazendo com que eu endurecesse minha expressão. Porém, ao perceber minha expressão séria, deixando claro que não estava satisfeito com a situação, ela se constrangeu e me cumprimentou, tentando se apresentar.

Eu não dei atenção à sua apresentação e a acusei diretamente de prejudicar minhas vacas e danificar minha cerca.

Ela, com deboche, tentou me provocar, afirmando que eu estava enganado e que, na verdade, ela havia sido prejudicada. Para minha surpresa, ainda me ofereceu um suco de maracujá para acalmar os ânimos.

Sem aceitar provocação, ameacei processá-la e pedi que guardasse o suco para si mesma, para beber após a visita do meu advogado. A situação estava tensa, e eu fiquei furioso com o atrevimento da mulher.

Então dei a volta com o cavalo e retornei para a sede.

De volta à fazenda, procurei imediatamente o gerente para obter mais informações sobre a fazenda vizinha. Quando ele mencionou o nome Melinda como a proprietária, uma expressão de desagrado passou pelo meu rosto.

Melinda? repeti, franzindo o cenho. Ela fornece os insumos para nós?

Antônio assentiu, acrescentando: Sim, e os produtos dela são os melhores que já usei. Seria uma pena encerrar o contrato com ela.

Mas eu estava decidido. Não importa. Encerre o contrato com ela e encontre outro fornecedor. Não quero mais nada com essa mulher.

Meu funcionário, resignado, concordou e saiu para cumprir a ordem, deixando-me com um sentimento de triunfo.

Em seguida, procurei Will e contei o que havia acontecido. Ele, sempre calmo e ponderado, ouviu com atenção antes de responder com um sorriso: Não se preocupe, Henrique. Eu cuidarei disso.

Sentindo-me satisfeito com a situação, decidi sobrevoar a fazenda vizinha de helicóptero para ter uma visão melhor do que estava em jogo. De cima, pude ver a propriedade de Melinda, que, apesar de bem menor que a minha, estava bem organizada e cuidada, com estufas e estaleiros em pleno funcionamento.

Antônio, que me acompanhava, explicou sobre um acordo que o antigo dono da fazenda havia feito com Melinda, o que despertou ainda mais a minha irritação.

Mulherzinha insuportável, abusada e aproveitadora, resmunguei, sentindo-me cada vez mais convencido de minha decisão.

Depois do sobrevoo, voltamos para a fazenda, almoçamos e Jake, nos convidou para a festa de abertura da exposição.

Não é propriamente a exposição, mas terá show de cantores, comidas e bebidas, explicou Jake, animado. Será uma ótima oportunidade para relaxar e se divertir um pouco.

Assenti e declarei: estou mesmo precisando de algo assim.

Vesti-me de forma despojada, com uma camisa branca, calça jeans e uma bota preta. Depois de uma semana estressante, tudo o que eu queria era beber e relaxar.

A proposta do Bilionário ArroganteOnde histórias criam vida. Descubra agora