capítulo 15

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O homem abominável sai do meu escritório, deixando um rastro de tensão no ar.

Eu me viro na cadeira, tentando controlar a raiva borbulhante dentro de mim.

Uma sensação inquietante me percorre, como se pressentisse que aquela breve visita traria consequências indesejadas.

Se ele realmente fizer o que diz, sairei prejudicada, murmuro para mim mesma, tentando planejar os próximos passos.

Decido ir até a cozinha, precisando de um momento para me acalmar. Pego um copo e encho-o de água, a bebida fria aliviando um pouco da tensão que sinto.

Maria, me observa com olhos preocupados.

O que houve, Melinda? pergunta ela, sua voz suave contrastando com a turbulência em minha mente. Posso te ajudar de alguma forma?

Não, Maria, está tudo bem, respondo, forçando um sorriso. Apenas uma visita inesperada de um vizinho.

Sente para comer, menina, insiste Maria, colocando uma xícara de chá na minha frente. Vai te fazer bem.

Eu não consigo comer nada, Maria. Preciso ir trabalhar, digo, levantando-me com determinação e deixando-a preocupada na cozinha.

Entro no laboratório, um lugar onde me sinto em casa. As sementes e plantas ao meu redor me trazem um conforto familiar. É lá que encontro Lucas.

Oi, Melinda, ele me cumprimenta, percebendo minha expressão séria. Aconteceu algo? Maria disse que você recebeu a visita do vizinho e ficou mal.

Sim, Lucas. Descobri que o nosso vizinho é o dono da Hartman, confesso, sentando-me em uma cadeira próxima.

Eles querem ser nossos parceiros. Eu recusei a proposta deles, e ele ameaçou me processar por uso indevido de sua propriedade e por danos, explico, preocupação pesando em meu coração.

Calma, Melinda, esses caras são assim. Não se deixe abalar. Afinal, esse processo não dará em nada, Lucas tenta me tranquilizar, mas sua expressão também mostra preocupação.

Não tenho tanta certeza disso, Lucas. Já vimos o que aconteceu com as empresas que entraram em conflito com eles, estão todas falidas, respondo, olhando para o horizonte com uma expressão pensativa.

Sinceramente, não sei. Lutei tanto por tudo isso aqui, e agora corro o risco de perder tudo, desabafo, sentindo o peso das responsabilidades sobre meus ombros.

Como perder tudo, Melinda? pergunta Lucas, mostrando sua solidariedade.

Ele falou da minha dívida com o banco, confesso, sentindo a urgência das circunstâncias.

Mas a hipoteca está paga, não? Lucas tenta encontrar uma solução.

Sim, está, respondo, sentindo um alívio temporário.

Não fique preocupada com isso. Fechei negócio com mais dois fazendeiros. Eles querem um contrato de um ano, Lucas sorri, tentando me tranquilizar.

Que bom, Lucas. Fico mais tranquila, agradeço, sentindo um raio de esperança no meio da tempestade.

Henrique...

O retorno da visita a Melinda me deixou frustrado e preocupado com o rumo da negociação. Decidi procurar Will no escritório para discutir nossas próximas estratégias.

Encontrei Will concentrado em frente ao computador. Ele levanta a cabeça  me olha e diz: pela sua expressão, parece que não tivemos sucesso.

Ainda não, mas estou confiante de que, com as informações que você conseguiu, poderemos mudar isso em breve.

A proposta do Bilionário ArroganteOnde histórias criam vida. Descubra agora