Capítulo 29

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Melinda...

No fim de semana, ao retornar da fazenda, meu coração se apertou com a perspectiva de deixar aquele refúgio de paz e serenidade. Maria, com seu carinho materno, mimou-me com meus pratos favoritos, criando um ambiente acolhedor que amenizava a melancolia da despedida.

Durante minha estadia, consegui agilizar alguns pedidos pendentes, dedicando tempo à supervisão das mudas de plantas na estufa, um trabalho que sempre me trazia satisfação e conexão com a natureza. Cada planta cuidadosamente cultivada representava não apenas um produto, mas também um compromisso com a qualidade e a sustentabilidade.

Ao partir, estava ciente da necessidade de retornar durante a semana para visitar clientes e realizar algumas palestras sobre meus estudos.

No sábado, decidi dedicar um tempo para cuidar de mim mesma em Manhattan. Após dias intensos no laboratório, fiz uma visita ao SPA, onde desfrutei de momentos relaxantes com uma sessão de depilação, cuidados com as unhas e arrumação dos cabelos. Sentir-me bem cuidada e renovada foi um verdadeiro presente para mim.

À noite, decidi aproveitar a cidade e fui assistir a uma exposição de arte que havia chamado minha atenção ao passar em frente a uma galeria. Lá, encontrei o Sr. Johnston, o curador, que sempre foi muito gentil e acolhedor. Ele me convidou para sua mesa, onde pude conhecer sua elegante e simpática esposa, Sarah.

Antes de voltar para casa, seguindo a sugestão de Sarah, jantei em um restaurante recomendado por ela. A comida estava incrível.

Enquanto jantava, recebi uma notificação em meu celular que me deixou surpresa e indiferente ao mesmo tempo. Eram fotos de Henrique, meu "marido", beijando uma mulher. Tentei ligar de volta para o número, mas não consegui contato.

Embora tenha pensado brevemente em Âmbar, a verdade é que pouco me importava com Henrique e suas aventuras amorosas.

Ao retornar para casa, por volta das 23 horas, percebi a luz do escritório acesa. Ao abrir a porta, dei de cara com Henrique lá dentro. Surpreendentemente, ele estava de volta sem que eu soubesse.

Cumprimentei Henrique com um olá e expliquei que vi a luz acesa e pensei em apagá-la, mas ele apenas assentiu, sem desviar os olhos do computador. Resolvi então fechar a porta e subir para o quarto, deixando-o imerso em seu mundo.

Que homem estúpido, nem mesmo respondeu a mim. Tirei a roupa, tomei um banho e coloquei um babydoll antes de ir dormir.

Meu sono foi agitado; acordei de repente, com o coração batendo forte e o suor frio escorrendo pelo rosto. O sonho com Dylan me prendendo no quarto me deixou em pânico. Gritava desesperadamente, mas era como se ninguém pudesse me ouvir, como se estivesse realmente presa.

Olhei para o relógio ao lado da cama e vi que eram três da manhã. Minha garganta estava seca, então decidi descer para a cozinha em busca de água. A casa estava silenciosa, o que só aumentava minha sensação de inquietação.

Enquanto enchia o copo, meus pensamentos voltaram para aquele período terrível em minha vida. Eu não percebi Henrique parado na porta da cozinha, observando-me. Ao me virar, me deparei com sua figura no escuro, fazendo-me soltar um grito de susto e derrubar o copo no chão.

Henrique, assustado com meu grito repentino, correu até mim, preocupado. Ao me ver tremendo e em choque, ele tentou me acalmar, pedindo para que eu não me movesse para evitar pisar nos cacos de vidro. Ainda paralisada pelo susto, eu não conseguia responder.

O que houve com você, Melinda? Ouvi gritos, fui ao seu quarto, a porta estava aberta e você não estava. Venha, deixe-me te ajudar.

Ele tocou meu braço e gritei "não, não encoste em mim."

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