Capítulo 7

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Saí da empresa em direção à minha cobertura, mergulhando em pensamentos sobre a pressão que meu avô estava me colocando para que eu me casasse. Aquela conversa havia me deixado ainda mais tenso do que eu já estava. Encontrar uma pessoa decente e que não me trouxesse problemas em três semanas seria uma tarefa quase impossível.

Decidi ligar para Will. Preciso que me ajude nessa missão.

Ele atende após alguns toques. Oi, Henrique, o que foi?

Oi, Will. Preciso falar pessoalmente com você, tento manter a calma.

Claro, cara. Onde quer que eu te encontre?

Estou a caminho de casa, me encontre lá.

Tudo bem, chego na sua casa em alguns minutos. Mas cara, você está bem? Seu tom de voz está estranho.

Estou encrencado, amigo. Não demore. Até mais, digo, e desligo.

Aperto minha testa com os dedos e respiro fundo e penso: tenho que resolver essa situação logo.

Entrei em casa e fui recebido por Olívia.

Boa noite, senhor, cumprimentou ela.

Boa noite, Olívia, retribuí, sério.

Já posso servir o jantar? perguntou, sondando-me.

Ainda não. Aguarde o Will chegar; ele jantará conosco, respondi, me servindo uma dose de uísque.

Olívia notou minha preocupação e questionou: Está tudo bem, senhor?

Ela conhecia meu humor pelos anos de convivência comigo. Sabia que quando recebia Will em casa era porque tinha problemas.

Suspirei, desfazendo o nó da gravata. Estou um pouco cansado, mas ficarei melhor depois de um banho. Receba Will e me avise quando ele chegar, por favor.

Olívia assentiu. Com certeza, senhor. Vou preparar lugar na mesa para o senhor Will.

Agradeci e subi as escadas em direção ao meu quarto. A pressão para encontrar uma solução para o meu dilema pessoal estava começando a me afetar mais do que imaginava. Esperava que Will pudesse me ajudar a resolver tudo aquilo.

Despi-me das roupas e mergulhei sob a água fria, deixando a cascata lavar minha mente. Com os olhos cerrados, tentei encontrar uma solução favorável, explorando mil possibilidades.

Sabia que qualquer uma das mulheres com quem me relacionei prontamente aceitaria se casar comigo. No entanto, não desejava um relacionamento real, com alguém me cobrando amor. Não, essa não era uma opção.

Quem sabe pagar alguém para fingir ser minha noiva seja uma opção. Termino o banho me visto, Olívia bate na porta avisando que Will chegou.

Descendo as escadas, encontro meu amigo Will sentado numa poltrona na sala de estar, me aguardando. Ao me notar, ele se levanta e vem em minha direção, cumprimentando-me com o semblante preocupado.

E aí, cara, o que aconteceu?

Faço um gesto com a cabeça e digo: Vamos conversar enquanto jantamos. Ele me segue até a sala de jantar, onde Olívia nos serve e se retira.

Will, ansioso para saber o que está me perturbando, pergunta: Então, Henrique, o que está acontecendo?

Tô ferrado, Will. Meu avô quer passar o comando da Hartman para mim.

Will sorri. Isso não era o que você sempre quis, herdar a Hartman?

Não seria um problema se não viesse com a condição de que eu teria de me casar para assumir a empresa.

O quê? Seu avô vai mesmo insistir nisso?

Sim, para ele é uma condição inegociável. Tenho três semanas para encontrar uma noiva. Estou encrencado. Onde vou encontrar uma mulher de confiança para um casamento de fachada?

Você pode tentar convencê-lo a desistir disso, não?

Segundo minha mãe, meu avô já esperou tempo demais por minha decisão de me casar. Ele até já marcou a data para me comunicar sobre sua decisão. Será daqui a três semanas, em seu aniversário de 70 anos.

Então, preciso me antecipar e já apresentar uma pessoa a ele nessa data.

Realmente você está com um alvo nas costas. Mas onde vamos encontrar alguém tão rápido? Ele pensa um pouco e sugere: E a Amélia, sua secretária, ela poderia ser essa pessoa.

Amélia não aceitaria isso, nem meu avô acreditaria que eu me apaixonei por minha secretária que trabalha comigo há anos.

Ele ri e diz: Mas nos filmes isso funciona bem.

Estamos no mundo real, ninguém acreditaria nisso. Tenho que arrumar alguém de fora, um casamento de contrato, e você, meu caro, irá me ajudar a encontrar essa pessoa.

Sou um advogado, não um milagreiro, mas vamos tentar. Quem sabe nas baladas encontramos alguém disposta.

Temos que ser discretos, ninguém pode saber disso. O pior é que tudo isso está acontecendo justamente quando estou sem tempo.

Amanhã é o maldito jantar beneficente, organizado por minha mãe, e no fim de semana já teremos que viajar para Dakota para a exposição dos fertilizantes orgânicos.

Realmente, você está bem enrolado. Quem sabe sua noiva estará no jantar de amanhã ou melhor no interior, na exposição? Digo em tom debochado.

Se divirta, Will, sobre minha desgraça, mas você estará nessa comigo.

Prepare seu smoking que você irá ao jantar beneficente comigo.

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