Capítulo 3

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Meu negócio ainda está se firmando, mas tenho o reconhecimento dos fazendeiros locais. Meu sonho é expandir os negócios e atingir outros clientes.

Meu centro de pesquisa, como denominei, trabalha com pesquisa, cultura e vendas do estudo e desenvolvimento do solo, sementes e adubos orgânicos, tudo que produzimos é sem fazer uso de agrotóxicos.

Tenho seis funcionários que me ajudam na manutenção da fazenda e na produção de sementes e de adubos.

Lucas é o meu braço direito, ele é formado em agronomia e bioengenharia, me ajuda na parte de adubos orgânicos e no estudo do solo. Maria é minha cozinheira e cuida da manutenção da casa.

Os outros empregados trabalham com as entregas, plantio e cultivo.

Levanto da cama ainda cansada pela viagem, faço minha higiene, visto minhas roupas, uma calça jeans lavada, uma camiseta branca, prendo meus cabelos num coque frouxo, calço as botas e vou para a cozinha tomar meu café da manhã.

Hum..., digo assim que adentro a cozinha, o cheiro do bolo está delicioso, Maria.

Maria trabalha comigo desde que cheguei aqui, ela já trabalhava para os antigos donos da fazenda e, como foi bem indicada, resolvi mantê-la na casa.

Ela é uma senhora forte e baixinha de 60 anos, tem um humor maravilhoso e faz cada prato de dar água na boca.

Bom dia, Mel! Bem-vinda de volta. Maria me cumprimenta sorridente. Já sabe da novidade?

Ela diz, me entregando um prato com a fatia de bolo. Não, mas espero que seja boa, digo sorrindo.

O novo dono da fazenda vizinha chegou de helicóptero ontem à noite, enquanto você estava fora.

Foi um alvoroço só, os animais ficaram todos agitados. Dizem que ele ficará uns dias por aqui.

Hum, e você já sabe disso tudo? Se esqueceu que o meu sobrinho trabalha na fazenda dele?

Não esqueci, mas espero que ele venha em paz, afinal, a fazenda Soledad é uma das nossas melhores clientes.

O meu sobrinho disse que o nome da fazenda vai mudar, porque os donos são muito ricos e vão colocar o nome da empresa na fazenda.

Pelo jeito teremos mudanças, eu respondo já levantando da cadeira. Tenha um bom dia, Maria, agora tenho que trabalhar, porque eu nasci foi bonita e não rica. Maria ri.

Passo pela antessala, pego meu chapéu de couro e os óculos de sol, os coloco e sigo para a estufa.

O sol está alto no céu, iluminando o caminho entre as fileiras de plantas. O cheiro fresco da terra misturado com o aroma suave das flores me faz sentir em casa.

Como vai, Lucas? O cumprimento e pergunto como estão as mudas de plantas que foram encomendadas para aquele dia. Ele me informa que Miguel já está providenciando isso.

Conversamos um tempo sobre os produtos que levaremos à exposição, depois de tudo acertado comecei o trabalho.

Lucas é um rapaz jovem, com seus 25 anos, mas muito responsável e inteligente.

Optei por contratá-lo assim que decidi abrir o laboratório de pesquisa aqui na fazenda.

Ele é um profissional comprometido e dedicado, assim como eu, e compartilha da mesma paixão pelas plantas e pela terra.

Nossa relação profissional é excelente. No entanto, Maria, vive tentando me empurrar para ele.

Ela insiste que formaríamos um belo casal e que deveríamos ficar juntos. Eu, porém, não gosto nada dessa história.

Vejo Lucas apenas como amigo e colega de trabalho. Maria está sempre querendo arrumar alguém para mim, dizendo que sou jovem, bonita e que vivo sozinha, que preciso de um homem para cuidar de mim.

Ela não conhece a história conturbada da minha vida, e prefiro que permaneça assim.

Quanto menos as pessoas souberem do meu passado, melhor. Afinal, o que importa agora é o presente e o futuro, e estou focada em fazer minha fazenda prosperar e expandir meu negócio de adubos e sementes orgânicas.

Passo o dia cuidando da manipulação de sementes e embalagem das sementes que serão enviadas para a exposição. Só paro para almoçar e ir ao banheiro.

O dia está quase findando. Carl, um dos empregados responsáveis pela manutenção da fazenda, me diz que as vacas da fazenda vizinha comeram os pés de uvas e de maracujás que cresciam na cerca da divisa. "Interessante", digo.

Agora a fazenda Soledad mudou o pasto das vacas sem nos avisar?

Tínhamos um acordo com o antigo dono que autorizou usar este lado da cerca, porque a pastagem não era boa para o gado.

É, Melinda, ninguém veio avisar nada sobre a mudança do pasto. A verdade é que perdemos muitos pés de uvas e maracujás. E se não colhermos já o restante das frutas, vamos perder tudo.

Acompanho Carl até o local e fico chocada ao ver a cena, sabendo o quanto aqueles frutos eram importantes para nós. Tudo bem, Carl, vamos fazer a colheita do que sobrou amanhã cedo. Não podemos perder mais nada.

Com essa decisão tomada, retorno à casa ao seu lado, já que está escuro, pensando em como resolver esse problema.

A situação me preocupa, mas estou determinada a encontrar uma solução para resolver o problema amigavelmente com meus novos vizinhos.

A proposta do Bilionário ArroganteOnde histórias criam vida. Descubra agora