Capítulo 44

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Retribuir o beijo de Samantha foi um erro que não quero mais cometer. Quando atendi a chamada do celular e vi que era ela, aceitei o encontro decidido a pôr um fim em suas investidas.

Mas, como sempre, Samantha conseguiu me enredar em suas manipulações, jogando suas acusações de traição na minha cara. Ela sabe como mexer comigo, mas isso tem que parar.

Deixei-a no andar superior e desci, buscando Melinda. Estranhamente, senti uma necessidade crescente de estar perto dela, um desejo que começa a se tornar mais forte do que eu gostaria de admitir.

Mas, ao chegar ao salão, fiquei em choque ao vê-la nos braços de Filiph Dean, um playboy conhecido e filho de um dos empresários parceiros comerciais da Hartman.

O pior foi vê-la sorrindo, completamente à vontade nos braços dele. Meu sangue ferveu, e fui na direção dos dois. Para não criar uma cena maior, pedi educadamente para dançar com minha mulher.

O moleque ficou surpreso; claramente, ele não sabia que Melinda era minha esposa. Faz sentido, já que ele voltou recentemente da Europa para assumir a posição de vice-presidente na empresa da família.

Melinda não colaborou. Não quero dançar, ela disse, com uma nota de rancor na voz.

Sério? respondi, a irritação subindo à superfície. Não quer dançar com seu marido, mas pareceu gostar de dançar com o idiota do Dean.

Ela me olhou nos olhos, desafiadora. Confesso que Filiph é uma boa companhia, e gostei sim de dançar com ele.

A raiva queimou dentro de mim. Você está tentando me provocar, Melinda? A puxei mais forte para perto de mim, minha boca quase tocando seu ouvido. Enlouqueceu, flertando com um convidado? Lembre-se que você é minha mulher e deve se comportar como tal.

Você me ridicularizou na frente de todos, se esfregando com outro homem. Prezo pela minha imagem.

Ela não recuou. Quer dizer que você pode se encontrar às escondidas com sua amante, e eu não posso dançar com outro homem sem que isso o ridicularize, Henrique? Eu os vi se beijando, e se eu vi, outros também podem ter visto. Então, estamos empatados.

Eu me aproximo de sua boca e sopro, ficou com ciúmes de me vê beijando outra boca, esposa? Queria que fosse a sua? Vejo dúvidas em seu rosto. Me acertaria um tapa se estivéssemos a sós.

Quero ir para casa, Henrique. Já cumpri minha parte nessa encenação de esposa e representante da Hartman. Vou chamar um carro para me levar. Melinda diz irritada.

- Vamos juntos. Vou me despedir dos convidados.

- Tudo bem, eu o aguardarei no carro.

Enquanto espero por Henrique no carro, uma tempestade de pensamentos invade minha mente. Penso no tempo de vida desperdiçada, no medo de retornar para a fazenda, na incerteza sobre quem está me perseguindo. Será que é Dylan o responsável pelas fotos e mensagens?

A sensação de estar sendo observada, misturada com meus sentimentos confusos em relação a Henrique, me deixa completamente vulnerável.

- Podemos ir - A voz de Henrique me assusta com sua chegada repentina.

- O que foi, Melinda? Por que se assustou? Esperava outra pessoa?

- Eu estava concentrada, pensando em como minha vida ficou complicada depois de tê-lo conhecido.

- Pensei que tivesse facilitado sua vida. Afinal, você não tem mais dívidas com o banco, tem sua fazenda, e seu projeto tem sido reconhecido. Seu segredo está seguro. Isso não é suficiente para quem estava prestes a perder tudo?

A proposta do Bilionário ArroganteOnde histórias criam vida. Descubra agora