doutor kageyama

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O dia estava chuvoso quando kageyama abriu as janelas do quarto do hotel em que estava. Era um quarto simples e aconchegante, com tudo que ele precisava, isso era, uma cama e o banheiro.

Ele precisava encontrar um emprego, já que seu pai o havia demitido depois de o ver beijando outro homem. Como se toda sua família já não soubesse desde muito cedo que ele era gay, seu pai só se negava a acreditar.

Mas depois de ter visto com os próprios olhos, ficou em choque, irritado e cheio de intolerância. Vivia fazendo comentários desnecessários e preconceituosos a Tobio após o ocorrido.

Tobio aguentou calado, afinal aquele homem era oque restava da sua família. E ele tinha ótimas memórias com o pai, de quando saiam todos juntos ao parque ou a algum restaurante em passeios de família.

Infelizmente essas memórias foram destruídas alguns meses atrás quando ele disse palavras duras e preconceituosas sem se importa com ele, com seu único filho vivo; o moreno estava dividido entre a decepção e a raiva.

Largando os pensamentos sobre o pai pra depois, decidiu tomar uma ducha fria após a pequena série de flexões que fez no quarto, já que estava chovendo muito e ele não pode sair pra correr.

“ Vamos ver se recebi algum retorno ” falava consigo mesmo, sentado na cama e abrindo o notebook, olhando a caixa de emails.

Como ele já era conhecido na área como um jovem médico prodígio que se formou cedo e é filho de um dos médicos mais prestigiados de Tokyo ele realmente achou que receberia várias respostas positivas, principalmente das grandes clínicas médicas particulares que ele conhecia os proprietários.

Porém, diferente do que imaginou recebeu resposta que diziam: agradecemos o interesse mas não há vagas disponíveis no momento(...).

Haviam cinco respostas como essa, ele imaginou que não seria fácil, mas também não esperava que fosse receber tantos nãos. Rolando os emails pra baixo viu que tinha mais um, de uma clínica que tinha aberto a pouco tempo e estava procurando funcionários, ele só mandou o seu currículo pra essa por insistência do seu ex colega de trabalho e amigo Oikawa, que disse que não custava nada mandar.

O email dizia para ele comparecer antes do almoço para uma breve entrevista. A clínica ficava um pouco distante do hotel em que ele estava então decidiu se trocar e ir pegar o metrô pra que não houvesse atraso e ele perdesse essa oportunidade.

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“ Você tem um bom currículo, estou espantado que ainda não tenha sido chamado”.  O homem que o estava entrevistando disse após analisar todas as qualificações que kageyama possuía. Ele também estava genuinamente surpreso por não ter sido chamado a nenhuma entrevista, ou ter recebido algum telefonema desde que saiu da clínica Kitagawa, isso é, a umas duas semanas atrás.

Mas conhecendo seu pai como ele conhecia, ele sabia que o senhor kageyama tinha feito algo. Então essa entrevista agora foi a única esperança de oportunidade que ele recebeu, estava empolgado mesmo que o salário fosse um pouco menor que o seu anterior.

“Kageyama san, nossa clínica já possui a maioria dos funcionários, estávamos apenas em busca de um médico pediatra,  e quando vimos seu currículo com todas essas qualificações ficamos surpresos que quisesse fazer parte de nossa equipe”

“ Um amigo me recomendou, por isso entrei em contato com vocês, ficaria feliz em fazer parte da equipe.”

“ Que ótimo, traga seus documentos amanhã para que possamos da entrada na documentação do contrato de trabalho ” ele falou levantando e estendendo a mão para Tobio aperta. “ a clínica vai ter sua inauguração em duas semanas, acredito que será tempo suficiente para que você possa conhecer a equipe e se habituar ao ambiente.

“Claro, com certeza é tempo suficiente” Disse sorrindo levemente, enquanto pensava que já teria que encontrar um lugar pra ficar o quanto antes.

Kageyama saiu do escritório aliviado pro ter conseguido um trabalho, ele não saberia oque fazer se ficasse desempregado por mais tempo, já estava enlouquecendo sem poder trabalhar, como estava acostumado a fazer por tantos anos sem parar.

Seguiu em direção a imobiliária em buscar de um apartamento próximo a clínica, para que quando fizesse os plantões não ficasse tão distante pra voltar pra casa, como foi hoje, quando ele saiu as pressas do hotel pra não atrasar.

~~

Não haviam apartamento próximos o suficiente como ele queria. Mas havia um bem mais perto que o hotel em que ele estava, só a uma estação da clínica. Não era muito espaçoso como ele planejava, mas já vinha mobiliado, e era em um bairro aparentemente calmo.

Ele assinou o contrato e pegou as chaves, felizmente era muito prático no Japão, e ele já podia se mudar no dia seguinte. Gastaria aproximadamente trinta minutos de metrô todos os dias, e mais quinze andando a pé da estação até o apartamento, mas tudo bem, Tobio podia lidar com isso.

Seguiu de volta a caminho do hotel, pensando em passar em uma conveniência e comprar alguma coisa pra jantar no quarto enquanto arrumava as malas.

Observou as portas abrirem e as pessoas adentrarem ocupando os assentos vagas que restavam, fazendo com que ele tivesse que ficar em pé segurando na barra de apoio olhando a paisagem através das janelas enquanto o trem se movia.

“Shoyo não fica preocupado assim, você vai encontrar algum modelo pro seu trabalho” ouviu alguém conversar atrás dele, em algo que devia ser um sussurro, mas falhou pela menina falar um pouco alto demais.

“ Espero que sim Yachi, porque eu realmente quero fazer esculturas”

“E vai conseguir, você é um grande artista” Ouvindo um pouco da conversa kageyama sentiu vontade de olhar para trás, pra ver quem eram esses dois mas as portas foram abertas e as pessoas começaram a sair apressadas, alguém que estava atrás dele acabou esbarrando no seu ombro.

“ Desculpa, foi sem querer” falou rápido se curvando, e erguendo os olhos para olhar pra kageyama em seguida.

“ Não tem problema ” disse o moreno olhando aqueles cabelos ruivos tão convidativos, fazendo as pontas dos dedos de kageyama formigarem com vontade de tocar.

“Eu sou Hinata” disse rápido, ficando com o rosto vermelho em seguida. “ Quer dizer, ham, desculpa de novo” Kageyama notou que ele parecia nervoso, talvez ele o tivesse assustado com sua expressão seria.

As pessoas costumavam dizer que ele tinha uma cara assustadora. Vendo aquele garoto reagindo de maneira tão nervosa, ele imaginou que fosse esse o motivo.

“Shoyo as portas vão fechar” O ruivo pareceu acordar, piscou os olhos repetidas vezes enquanto ainda olhava nos olhos azuis do moreno, e saiu do vagão indo em direção a menina loira. As portas fecharam em seguida, mas Tobio ainda pode ver que aquele garoto olhava pra ele atravéz das portas.

Kageyama sorriu, sem entender o por que direito, mas ele sentia que tinha acabado de receber uma descarga de energia revigorante. Como se ele tivesse sindo abraçado por uma fonte de calor acolhedora, talvez essa nova fase de sua não fosse ruim, talvez o novo emprego, a nova casa, e as novas pessoas que iria conhecer não fossem ruim. Ele estava animado pra tudo isso.





































Olá, estão gostando? Essa é minha primeira fic, então tem coisas que ainda me incomodam na escrita que eu vou tentar melhorar. Se olharem no meu perfil verão que só tem poemas, então a forma de escrita é muito diferente pra mim.

Enfim, tão curtindo a história? Isso aqui foi um delírio meu do nada kkk


viagem pra casa - KagehinaOnde histórias criam vida. Descubra agora