ateliê

294 33 17
                                    


Hinata estava empolgado, mal acreditou que finalmente poderia iniciar sua obra de arte. O moreno na sua garupa tinha algo que fascinava-o de uma forma que ele não conseguia explicar.

Ele era muito bonito, isso era um fato perceptível a quilômetros, parecia ser uma pessoa legal apesar de ser um pouco ranzinza também; mas ele era viciante de olhar, talvez fosse porque ele realmente era uma ‘musa’ para Shoyo que se encantou por ele como um artista se encanta por algo que deve ser registrado.

“kageyama é aqui que eu moro” disse freando a bicicleta em frente as escadas para o aglomerado de apartamentos.

“hum hu” ele parecia meio sonolento aos olhos de Hinata, com certeza ele estava cansado do trabalho e ainda assim estava ali com o ruivo, Shoyo se sentiu um pouco comovido com a dedicação dele em cumprir o que havia o prometido, mesmo ele sendo um completo estranho que o fez uma proposta totalmente repentina e duvidosa. Ele era um homem de palavra e Hinata admirava isso.

“ Você parece acabado, eu posso te fazer um café? Acho que você não comeu ainda né, eu também não, então eu vou preparar algo pra gente, entra aí ” Hinata falou abrindo a porta do seu pequeno lar e dando passagem para o outro entrar.

Kageyama, mesmo ‘ dormindo em pé', olhou atentamente como a casa do ruivo era bem arrumada, talvez por ter uma aparência bagunçada, ele tenha deduzido que a casa dele também fosse, mas estava enganado.

O apartamento dele consistia em uma sala conjugada a cozinha, tendo apenas um balcão que os separava e servia de mesa, um pequeno corredor com três portas onde era o quarto de Hinata, o banheiro e o improviso de ateliê. Na sala havia um sofá confortável e macio onde kageyama sentou-se educadamente ainda meio recluso, observando hinata enquanto preparava duas canecas de café e dois sanduíches para eles.

Hinata estava animado, empolgado pra dizer o mínimo, ele cantarolava enquanto terminava o que estava fazendo e seguia com o prato e a caneca para sala, colocando sobre a mesa de centro, e dizendo a kageyama para comer.  Pegou o seu próprio café da manhã e sentou no chão colocando o prato  na mesinha de centro também, o moreno parecia meio retido e desconfiado.

“ Você tá bem? Tá com uma cara de quem comeu e não gostou” Hinata falou de boca cheia enquanto mastigava seu sanduíche.

“eu nem comi ainda” disse franzindo as sobrancelhas e mordendo o que lhe foi entregue.

“eu falei metaforicamente”

“eu sei” respondeu ainda desconfiado enquanto comia o sanduíche e bebericava o café. Terminando o rápido lanche, e sentando do outro lado do sofá ficando de frente a kageyama, Hinata tinha uma expressão suave no rosto e um sorriso gentil.

“ fiquei muito feliz quando você mandou mensagem hoje, sério, eu nunca fiquei tão empolgado assim antes pra pintar qualquer coisa, mas agora eu tô super animado pra esculpir você” ele disse o olhando nos olhos e sendo sincero com o moreno, talvez conversando com mais calma ele deixasse a desconfiança de lado. “Eu sei que a situação é bem estranha,  mas eu não sei explicar o porque eu quero tanto que seja você”

Kageyama ouvia tudo e balançava a cabeça em concordância, mostrando que estava ouvindo e entendo o que ele dizia.

“Eu espero que possamos nos dá bem, e eu promoter de verdade, que quando você decidir o que eu posso fazer para retribuir o favor, eu farei! Palavra de honra” Shoyo falou levantando a mão como se estivesse jurando no tribunal.

“certo, eu já decidi confiar na sua palavra, então tudo bem” ele disse calmamente com os olhos um pouco mais despertos depôs do café.

“então tem algo que esteja te incomodando?”

“ Bom, sinceramente tem sim, eu andei pensando bastante desde o dia em que você me parou na estação e eu aceitei”  falou enquanto desviava o olhar dos olhos castanhos na sua frente.

“No que você pensou? Quer desistir?” o ruivo perguntou com os olhos menos brilhantes e um pouco preocupado.

“ Não é isso, bom, eu só fiquei pensando como você quer me desenhar, e eu quero deixar claro que eu não quero posar nú, e isso não é negociável” falou  e logo sentiu o rosto esquentar, o que era isso? Kageyama Tobio, doutor formado, adulto e vivido, corando por vergonha de posar pra um estudante universitário?

O rosto de kageyama avermelhou ainda mais quando ouviu a risada do ruivo, e o viu caindo no sofá segurando a barriga enquanto o rosto ficava da cor do cabelo. Kageyama emburrou a cara mas achou estremamente adorável o sorriso caloroso que ele deu.

“não se preocupe bakayama, eu não vou pintar ou esculpir.. seu corpinho pelado” ele falava enquanto respirava ofegante das risadas. Kageyama sorriu, seria fácil ser amigo dele, pensou.

“Dobe, não coloque apelidos em mim”

























Capítulo curtinho, mas o próximo vai ser maior.

viagem pra casa - KagehinaOnde histórias criam vida. Descubra agora