Hinata estava contente de ter encontrado kageyama por acaso naquela noite, ele não conseguia admitir pra si mesmo mas estava se apaixonado pelo moreno mais rápido do que devia ser possível, ou talvez como ele preferia pensar, estava apenas colocando a carroça na frente dos bois e imaginando coisas demais.Seus amigos o encheram de perguntas a noite toda sobre a relação deles dois, mesmo ele negando que existisse algo que ao menos pudesse ser denominado de ‘amizade’, ele sabia que Kuro o tinha mandado ir a pé só porque queria que ele aproveitasse a caminhada com kageyama e chegasse a uma conclusão sobre os próprios sentimentos.
O pretexto de colocar o papo em dia com o ex-colega que não via a um tempo podia ser honesto, todavia o ruivo conhecia muito bem o casal de amigos pra saber que haviam intenções escondidas na atitude dele. Ele se entenderia com Kuro depois, o arrepiado com certeza ganharia um puxão de orelha de Hinata por fazer com que ele ficasse a sós com Tobio tão descaradamente sem nem disfarçar o empurrão que deram.
Virando o rosto e encarando o moreno ao seu lado sem conseguir entender o porquê dele ter ficado tão sem jeito com um simples convite, acrescentou.
“ não é grande coisa bakayama, afinal você dormiu lá na primeira vez que foi tá lembrado? Que mal há você fazer o mesmo agora? Sua casa fica mais distante que a minha e já tá tarde.” justificando o convite para que ele não pensasse mal das intenções dele, Hinata esperou a resposta.
Ele talvez, só talvez, tivesse pequeninas segundas intenções com esse convite, mas não é como se ele fosse fazer qualquer coisa. Não mesmo. A amizade que eles estavam desenvolvendo era preciosa demais para que Hinata tomasse qualquer atitude sobre, e afinal, ele tinha certeza que mesmo que confessasse qualquer coisa o outro a sua frente, ele não o corresponderia. Ele não era muito o tipo ideal das outras pessoas, ele estava ciente disso, seu antigo parceiro já havia dito isso a ele, então a ideia de qualquer relação romântica entre eles estava racionalmente longe da mente de Hinata mesmo que ele tivesse dentro de si um pouco de esperança que algo pudesse acontecer, ele preferia não alimentar muito essa ideia. Uma boa amizade com o moreno era seu principal objetivo e já estaria bom o suficiente pra ele.
“eu não quero incomodar, eu posso chamar um Uber e ir pra casa ou pegar o metrô” disse kageyama enquanto mechia no último bonitão da camisa sem jeito, como se fosse mais interessante que olhar nos olhos castanhos que o encaravam.
“bobagem, não é incomodo nenhum, e o melhor é que vai ficar mais perto pra você ir ao trabalho amanhã né?” sorriu para aliviar o clima, tentando amenizar o desconforto do outro.
“ Se não for um incomodo pra você...” falou deixando a frase no ar, o ruivo deu pequenos pulinhos no lugar olhando os olhos azuis que o fitavam com receio.
“ já disse que não incomoda, vamos logo que eu tô achando que vai chover e eu já tô ficando com frio” segurou o pulso do mais alto e começou a puxar lo em uma pequena corrida para que chegassem depressa ao apartamento e não pegassem os respingos de chuva que começavam a cair.
“ Idiota eu tô meio tonto da cerveja se você me puxar assim vou acabar tropeçando” disse com a voz levemente irritada e com a testa franzida, Hinata soltou uma risada ao vê-lo assim, como ele podia ser tão jovem e tão ranzinza?
“ então corre direto que não vai tropeçar né ” ele diminuiu a corrida, sem muita pressa agora para que o moreno não acabasse caindo, porém os respingos se tornaram gostas pesadas de chuva e acabaram molhando os dois, por sorte já conseguiram ver o bloco de apartamentos em frente, sem perder tempo apressaram o passo e subiram as escadas em direção a porta da casa de Hinata.
Com os cabelos pingando e a roupa um pouco molhada começando a terem pequenos tremores de frio, olharam um para o outro e desencadearam a rir. Hinata procurava a chave da porta no molho de chaves presas no ursinho enquanto ria sem parar da situação deles dois, e kageyama não estava diferente, abraçando o próprio corpo por conta do vento frio ele dava risada baixinho sem saber do que achava graça; a bebida devia ter sumido do seu corpo por conta da chuva fria ou da corrida que fez seu sangue esquentar, mas ele supôs que a culpada da euforia que estava sentindo naquele momento fosse ela. Só podia ser ela. Cerveja maldita ele pensou.
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viagem pra casa - Kagehina
Fanfic" Shoyo nossa parada é a próxima, pega a mochila pra gente descer, tá?" uma garota falou um pouco alto demais, fazendo com que kageyama Tobio olhasse a tempo de ver as portas abrindo e uma cabeleira ruiva vibrante passasse e sumisse na multidão. Qu...